No menu items!
17.1 C
Vila Nova de Gaia
Quinta-feira - 15 Maio 2025

EXCLUSIVO: “Passar aos nossos filhos os nossos valores, as nossas raízes, o nosso amor a Portugal”

Destaques

Nome: Elisabete Reis


Profissão: Consultora de imagem, etiqueta e protocolo.

Onde vive: Doha, Catar

Há quanto tempo vive fora de Portugal: Desde 1995, 29 anos

Como é que faz para matar as estudantes de Portugal: Ontem dei um jantar aqui em casa e os pratos foram: Bacalhau espiritual, Bacalhau à Gomes de Sá e Arroz de Pato com Chouriço. Quando vou de férias a Portugal com a minha família, tentamos ir todos os anos, os meus filhos apesar de nunca viveram em Portugal e não nasceram em Portugal, falam corretamente português, porque acho que é uma missão nossa. Nós como pais temos uma missão a cumprir. Os meus filhos são portugueses, sabem estar em Portugal, sabem lidar com as pessoas, sabem a história do país, sabem cantar o hino, são do Benfica, um pequeno aparte.

A nossa última residência foi em Lisboa, onde me casei. Eu nasci em Moçambique, já venho de uma família de emigrantes. A minha última residência foi em Belém, Lisboa. Não quis casar em Macau, onde conheci o meu marido, casei na Igreja da Memória, em Belém. Os meus pais conheceram-se em Moçambique, o meu pai é de Fátima e a minha mãe de Ourém.

As minhas amigas fartam-se de rir porque quando vou a Portugal trago na mala, bacalhau, chouriços, queijo português. É uma verdadeira mala de emigrante, com muito orgulho. Trago iguarias, pastéis de Belém, porque eu era vizinha dos Pastéis de Belém, e não dispenso. Trago “os meus”.

Tenho amigos de Mafra que trazem-me de propósito fradinhos, e eu trago-os para o Catar. Sou uma portuguesa que vem sempre com a mala cheia de iguarias para o Catar.

Tenho a oportunidade de usar os jantares fabulosos em minha casa, onde os meus convidados podem comer bacalhau, que veio de Portugal e comem chouriço, aqui não há carne no porco. O Catar é muçulmano. Logo a carne do porco não é uma carne comercializa aqui, se bem que temos um “localzinho” onde temos uma licença e podemos ir lá comprar.

Vou todos os anos a Portugal visitar a minha sogra. Felizmente tem uma propriedade lindíssima, na Bordeira, no Algarve, e passamos lá os Verões e é maravilhoso, maravilhoso. Adoramos. Infelizmente os meus pais já não se encontram entre nós.

Eu considero-me cidadã do mundo e, portanto, se os pais não fazem o seu trabalho de casa para passar às crianças, as nossas raízes, o nosso orgulho em ser português e o querer contribuir para o nosso país, acaba por cair no esquecimento. É um trabalho que nós temos que fazer e é muito importante. Passar aos nossos filhos os nossos valores, as nossas raízes, o nosso amor a Portugal.

Ver Também

Portugal coloca debate sobre IA na Cultura na agenda da União Europeia

Em comunicado de imprensa, Portugal levou ao Conselho de Ministros da Cultura da União Europeia, no dia 13 de...