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Domingo - 8 Dezembro 2024

A causa Aristides Sousa Mendes chegou ao Papa e João Crisóstomo fez as honras da Casa Museu

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Casa do Passal de Aristides Sousa de Mendes, em Cabanas do Viriato.

Cabanas do Viriato, 18 de julho de 2024, foi há 139 anos que nasceu em Cabanas de Viriato (Carregal do Sal), Aristides de Sousa Mendes, mais conhecido pelo Cônsul de Bordéus, que durante a segunda Guerra Mundial passou mais de seis mil vistos a pessoas que fugiam da guerra e da perseguição Nazi. João Crisóstomo, confidenciava há uns meses atrás ao Jornal Comunidades Lusófonas que havia enviado uma carta ao Papa Francisco, em Roma. A resposta demorou mas veio. E foi o próprio João Crisóstomo que leu a missiva que o Papa lhe escrevera a propósito do trabalho e obra do Cônsul, e pelo empenho e dedicação por parte de João Crisóstomo em detrimento aos feitos humanistas do diplomata.

Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

Na Casa Museu, onde viveu Aristides de Sousa Mendes com os seus catorze filhos, mais os funcionários da casa, os últimos anos em que o mesmo retornou a Portugal, António Salazar, que sempre foi contra as iniciativas do diplomata retirou-lhe o salário, tendo a família passado por muitas dificuldades e acabando os seus dias na miséria. Mas como a história se constrói, volvidos todos estes anos “O dia da Consciência”, veio marcar os feitos de um homem que lutava pela vida humana, contrariando as indicações de Lisboa.

João Crisóstomo

O Papa Francisco não ficou indiferente à carta que João Crisóstomo lhe enviara, retribuindo o mesmo uma missiva para que João Crisóstomo pudesse ler na Casa Museu, perante uma plateia de mais de algumas centenas de pessoas que ali estavam a prestar as suas homenagens. Só da parte da família estavam cerca de 250 descendentes. “Visa- recipientes e descendentes e ainda alguns outros , como eu , diretamente envolvidos nesta causa, que nos juntamos para de uma maneira “mais íntima” celebrarmos e nos regozijarmos com o evento.” Refere João Crisóstomo.

“O dia da Consciência em Português e Inglês.

No dia 19 , “embora não saiba o número certo”, cresse que superou de longe o número de seiscentos participantes previstos. Alegria, entusiasmo, emoção, “não sei como descrever o que senti e vi em tantos rostos, de todas as idades … mais parecia uma babel”. Acrescenta João. Embora o português e inglês fossem as línguas predominantes, “ouviam-se tantas outras que houve momentos em que me parecia estar em Times Square ou num bairro de Queens.” Confidencia o mesmo.

O tema “Dia da Consciência” ficou em lugar de honra no museu: Como se pode ver o texto está em Inglês e português com o vídeo do Papa Francisco.

No dia anterior ( dia 18) foram dadas muitas medalhas. Uma delas foi para João Crisóstomo, pelo contributo desde 1998 , mas especialmente pelo “Dia da Consciência” fui um dos recipientes.

“No fim da tarde 18 recebi esta mensagem do Vaticano que eu já não esperava e que junto a seguir. Li-a no dia 19, durante a cerimónia da inauguração , depois da mensagem de António Guterres.” Lembra João.

Segundo avança a Lusa, o Papa Francisco disse que o legado de Aristides de Sousa Mendes é “para beber”, escreveu o sumo Pontífice numa carta lida no dia 18 na inauguração do Museu dedicado ao cônsul que salvou milhares de vidas.

“É com alegria (…) que me uno de coração, não apenas para homenagear, mas para beber o legado de um homem perito em humanidade, justo entre as nações”, escreveu na carta lida pelo porta-voz João Crisóstomo.

Na missiva, o Papa Francisco diz que há quatro anos, numa audiência geral, recordou Aristides de Sousa Mendes e “o quanto ele fez em prol da vida de milhares de judeus e outras pessoas perseguidas”.

O Papa Francisco terminou a carta “agradecendo ao Senhor e juiz da história os luminosos sinais de cada homem e mulher e boa vontade” e a “implorar do céu abundantes graças divinas sobre todos os participantes” na inauguração do Museu.

A cerimónia foi presidida pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e contou com a presença da ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, e do secretário de Estado das Comunidades, José Cesário.

Também esteve presente O secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, entre as centenas de convidados de todo o mundo, incluindo descendentes do diplomata e dos refugiados salvos por ele.

Também marcaram presença embaixadores de França, Luxemburgo, Estados Unidos da América (EUA), Bélgica, Áustria, Alemanha e Israel, assim como representantes de câmaras onde Aristides de Sousa Mendes foi cônsul.

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