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Domingo - 9 Fevereiro 2025

Águeda: Um autêntico festival de Arte a céu aberto

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Em passeio fomos ter à bela terra de Águeda. Era a nossa primeira vez naquela cidade, já tínhamos visto na internet, mas ao vivo é bem diferente. Ruas cheias de Guarda-Chuvas a decorá-las de uma ponta à outra. Até as floreiras são guarda-chuvas, há-os de todos os tamanhos cores e feitios, é uma questão de gosto. O importante é observar com atenção aos detalhes, pois podem surgir umas andorinhas nas paredes semi-degradadas para lhes dar um pouco de vida!

Juntos Somos Arte (JSA), uma Associação que começou em novembro em 2013, “sou mãe de uma artesã, Isabel Pereira”, representa a filha. É uma Associação sem fins não lucrativos. Todos os anos “temos um fim de semana, este ano vai de 1 a 23 de julho e cada fim-de-semana, uma atividade diferente. Na semana passada apresentamos as estátuas vivas, e no dia 9 de julho o concurso dos guarda-chuvas na rua, espalhados pela cidade”. A câmara também “nos ajudou, pedimos aos comerciantes, às pessoas, de uma maneira geral para decorarem os guarda-chuvas, para nós fazermos a exposição”. Juntaram mais ou menos 70/80, e “estiveram em exposição na praça do município ao pé da Câmara Municipal. Das 10 horas às 16 horas”.

Nesta Associação, todas começaram a fazer artesanato, é “um bichinho que mexe”, é um “vício”. Esta arte “já existia, outro fomos buscar a tempos antigos, a agora o moderno. Juntamos um grupo, algumas pessoas começaram a fazer umas coisinhas em casa, uns para oferecer e como já tínhamos um volume grande, tivemos a necessidade de vender, nem que fosse para comprar e fazer mais artesanato, juntámo-nos, pois soubemos que havia um conjunto de pessoas que queria ir à formação”.

Neste momento têm 40 pessoas ativas, mas a fazer artesanato devem ser meia dúzia, no máximo 15 e o resto são para dar apoio. A Câmara ajuda no concurso dos guarda-chuvas, “nós damos vaucher para quem ficar com o primeiro segundo e terceiro lugar”.

A “Graçarte”

“O meu nome é Graça Almeida e sou artesã”, salienta a artesã na sua loja, onde há dezenas, senão mesmo centenas de peças de arte, desde as mais pequenas às de grande dimensão, que são os potes pintados à mão. “Faço as peças no meu atelier, em casa, fazemos pintura artística em louça, em gesso, tecido arte sacra, tudo o que é pintura nós fazemos”, refere com orgulho e alguma vaidade a artesã Graça Almeida.

“Comecei muito cedo, mas só me dediquei a tempo inteiro desde que me reformei há 10 anos”. Tudo o que está exposto gosta de tudo, e há de tudo um pouco. As peças mais baratas são os hímenes, que custam 3 euros, e as mais caras são de 75 euros, ou 80 euros, os vasos e jarros pintados.

Do que está aqui está feito “não é inspiração minha, vamos buscar textos a Fernando Pessoa”, também é uma maneira de homenageá-lo, escrever os seus escritos e aplicá-los à “Graçarte”, que é uma junção de Graça mais Arte. “A inspiração tem de vir de algum lado.”

Para os emigrantes vendem-se mais os hímenes que tenham a inscrição Águeda, e que tenham uns Chapeuzinhos que “nos identifica”. Ou que tenham “a nossa ponte, ou a nossa nora que é um ex-libris de cá, tudo isso vende bem, mas depois também levam outras coisas, porque não há paninhos pintados onde estão no estrangeiro. Nós temos clientes que vivem noutros países que nos encomendam e quando chegam cá em agosto já têm tudo pronto para levarem.

“Isto não dá muito dinheiro, demoramos muito tempo com uma peça, e se puxarmos um pouco mais pelo preço, as pessoas retraem-se e não compram. Por isso eu só vim para isto por minha conta quando já tinha um salário, quando comecei a receber a minha pensão. É para entreter, e só somos duas pessoas neste local, eu e o meu irmão”.

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