Grupo das Associações: Santuga, HUELLATINA e AGB
Em entrevista com três Associações que têm o seu propósito ajudar os mais vulneráveis e necessitados, – os migrantes que chegam a Portugal – e que a maioria das vezes ilegais, “sem rei nem roque”, à sua sorte, com uma mala cheia de sonhos, que não foi possível no seu país de origem. A Santuga – Associação STP ( São-Tomé e Príncipe) – Portugal, a HUELLATINA, e a AGB (Ajude a Guiné-Bissau), associaram-se para juntos uniram esforços para apoiar pessoas vindas quer de S. Tomé e Príncipe, dos países da América Latina e da Guiné-Bissau, “dando as mãos” trabalham em conjunto para um bem maior. O Apoio ao migrante em Portugal. Estas três entidades contam já com mais Associações para se fortalecerem no combate às fragilidades que os migrantes enfrentam.
Estivemos à fala com estas três Entidades da qual o Jornal Comunidades Lusófonas também apoia na hora de informar os cidadãos. Falámos com Angelica Bolívar, que é Presidente Cooperativa Luso Latina, HUELLATINA e o seu Vice-Presidente do Conselho da Administração da Cooperativa, António do Aido. Disseram que “o objetivo” da Cooperativa é fazer que a Comunidade migrante latino-americana possa ter melhor interação com os portugueses”. Referem também que “muitos dos migrantes encontram um espaço vazio e pretendem quebrar barreiras, e consequentemente isso faz com que a comunidade comece a criar núcleos da comunidade latino-americana, dentro de um país no qual migram.” Explica a Presidente.
Pretendem quebrar esses obstáculos para que os portugueses “nos ajudem a conhecer a sua cultura e o que é Portugal, e a melhor forma de se integrarem dentro da sociedade portuguesa.”
Os países que a HUELLATINA abrange vão desde o México até à Argentina, incluindo as Caraíbas e depois também o mundo lusófono.
Segundo dados do SEF no Porto são mais de 20 mil, contando com Brasileiros, Argentinos, Colombianos, Venezuelanos na zona metropolitana do Porto. A nível nacional são 400 mil migrantes. Estes 400 mil são desvirtuados porque há muita gente que não se registam, estes são os dados e registos do SEF.
Procura na eliminação do stress em que consiste primeiro lugar regularizar a situação, bem como a dificuldade em comunicar no idioma que ainda não conhecem. É nesse sentido que a HUELLATINA entra em ação, ajudar a preencher documentação.
A HUELLATINA faz a ponte entre os migrantes vindos da América Latina e os portugueses, para que haja uma maior integração por parte destes imigrantes, e se sintam um pouco mais em “casa”.
Este fenómeno de migrantes vindos da América Latina, tem já algum tempo, logo depois do Covid 19. Portugal, junto dos postos de turismo deu a imagem de um país como um bom destino seguro e bom de viver. Há aqui uma responsabilidade por parte do Estado, que agora estando já em Portugal estas comunidades migrantes se sintam um pouco desorientadas, muitas delas sem documentação e falta de trabalho, para fazer face às dificuldades do dia a dia na compra de alimentação e da habitação, onde possam sentir-se seguros e integrados.
A Cooperativa, pretende fazer mais, mas ainda não tem um espaço físico onde possam acolher esses migrantes, e fazem a sua divulgação através das redes sociais onde marcam encontros em cafés, espaços públicos, e trocam impressões.
Até ao momento em que abriu o AIMA, os migrantes eram melhor recebidos cá em Portugal do que em Espanha, em que eram mesmo rejeitados pelo sistema. Em Espanha ou estão legais ou ilegais, em Portugal ou estão legais, ou estão num estatuto intermédio.
A Ajude Guiné-Bissau (AGB)
Nasceu em 2019, cujo Presidente é o Dr. Jorge Magalhães e Paula Pinto Leite, cujo objetivo principal foi construir maternidades na Guiné-Bissau, pois é um dos países com maior taxa de natalidade mas também é um dos países com maior taxa de mortalidade infantil. “Há necessidade de criar bases para que isso não aconteça”. Afirma o seu Presidente e médico Jorge Magalhães, o Covid também “impossibilitou-nos de algum trabalho”.
Pretendem ajudar jovens estudantes Guineenses a formarem-se em Portugal e regressarem à Guiné para ajudar as populações mais debilitadas em termos de saúde. Mas estes jovens vêm para cá e depois ficam cá e, “tudo aquilo que aprenderam não vão ajudar o país em questão de onde são originários.”
O Presidente diz que são patrocinadores de 3 bolsas na Universidade Católica para professores primários, para a Guiné-Bissau, cujo objetivo principal é ajudar guineense a formarem-se lá e depois, eventualmente fazerem pós-graduações cá. Entretanto, perante este processo, “temos lá uma pessoa da nossa confiança que trabalha connosco.”
Surgiu a necessidade de colmatar a falta de material escolar. “Não sendo o nosso objetivo principal, conseguimos material, secretárias, cadeiras livres, armários, tudo para fornecer às escolas da Guiné-Bissau. Foi assim que começou e é assim que nós vamos proceder, entretanto foi-nos facultado material, para montar um gabinete de ginecologia e obstetrícia, material eletrónico, sofisticado que nos foi doado. “Verifiquei que esse material chegaria lá.”
Mas uma vez que é material que requer uma manutenção e como há falta dessa mão de obra especializada na Guiné-Bissau para a manutenção desse equipamento, surgiu a ideia de colocar esse material numa clínica em Leça da Palmeira, no Porto, e têm intenção de arranjar uma ginecologista e obstetra. Essa ajuda é direcionada unicamente a pessoas carenciadas dos PALOP.
A Clínica privada em Leça da Palmeira também dá apoio em termos de clínica geral e cardiologia a todos os combatentes que estiveram em guerra.
“Nós não podemos continuar a acreditar nos políticos. Vamos trabalhar com pessoas e com a Igreja Católica porque tenho experiência no local tratar as pessoas e resolver os problemas. Das pessoas que estão na Guiné, quer seja em São Tomé, quer seja em em Cabo-Verde, independentemente.” Finaliza o Médico Jorge Magalhães.
SANTUGA – Associação STP – PORTUGAL
É uma Associação, que foi formada a 14 de março de 2024, e que é constituída por 14 membros associados, em que comungam os objetivos de solidariedade, inclusão e diversidade definidos nos estatutos. Tem sede no Porto, e é uma Associação sem fins lucrativos. Tem como finalidade defender e promover os direitos e interesses dos imigrantes e seus descendentes. Estabelecer intercâmbios com Associações congéneres nacionais e/ou estrangeiras.
O seu Presidente, Pedro Vilar, está nos “comandos” da Associação e nasceu vocacionada para o efetivo propósito de defesa “intransigente dos princípios da solidariedade e integração dos povos e congregação de um conjunto de vozes e sensibilidades efetivamente capazes de levar a bom porto esse projeto, sem dependências políticas e/ou religiosas de qualquer natureza, na assunção de absoluto respeito pelos Direitos Humanos.”
Os valores do projeto associativos inclusivo a integração dos povos, a sua reinserção socioprofissional, o respeito e a cultura da diversidade intercultural, o apoio aos imigrantes e suas famílias, a cooperação, a entreajuda, a solidariedade e prevenção de todas as formas da discriminação racial, na defesa intransigente da língua, da cultura e dos valores da Lusofonia, tida sempre como a expressão da língua oficial portuguesa