No menu items!
7 C
Vila Nova de Gaia
Segunda-feira - 9 Dezembro 2024

DESTAQUE: Avanços no Brasil e Moçambique registados em novo estudo sobre florestas

Destaques

Ciat/Neil Palmer – Brasil é citado pela redução de desmatamento em 50% na Amazónia Legal


Publicação da FAO revela que incêndios florestais liberaram cerca de 6.687 megatoneladas de dióxido de carbono no ano passado; intensidade e frequência das queimadas está em alta em todo o mundo; Brasil regista redução de 23% da perda de manguezais”; Moçambique projeta plantar 1,7 milhão de novas árvores em 20 anos.

As mudanças climáticas aumentam a vulnerabilidade das florestas do mundo a fatores de stresse como incêndios e pragas, segundo uma nova publicação da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.

O relatório “O Estado das Florestas do Mundo 2024: Inovação do setor florestal em direção a um futuro mais sustentável” enfatiza o papel da inovação para o alcance de um futuro sustentável para o setor florestal.

Brasil e Moçambique

O estudo revela haver uma alta na intensidade e frequência dos incêndios florestais, inclusive em áreas que antes não eram afetadas. Em 2023 estas ocorrências liberaram até 6.687 megatoneladas de dióxido de carbono em nível global.

© Dan Lundberg – Projeções indicam que a demanda global por madeira em tora pode aumentar em até 49% entre 2020 e 2050

Quanto aos países de língua portuguesa, o Brasil é citado pela redução de desmatamento em 50% na Amazónia Legal no ano passado. A taxa de perda bruta global de manguezais baixou em 23% nos intervalos 2000–2010 e 2010– 2020.

Moçambique é mencionado por iniciar a implementação da iniciativa-piloto Promove Agribiz de expansão agroflorestal.

Cerca de 22 mil pequenos agricultores foram capacitados em práticas que plantaram 120 mil árvores como parte da iniciativa. A meta é que nas próximas duas décadas sejam plantadas 1,7 milhão novas árvores ocupando 5 mil hectares.

Fogo boreal alcança novo recorde

A FAO aponta que o fogo boreal, antes responsável por cerca de 10% das emissões globais de dióxido de carbono, atingiu um novo recorde em 2021, principalmente impulsionado pela seca prolongada.

© Pnud Timor-Leste – FAO aponta ainda as mudanças climáticas como motivo que torna as florestas mais vulneráveis a espécies invasoras

A situação causou um aumento na gravidade do incêndio e no consumo de combustível, e resultou em quase um quarto do total global de emissões de incêndios florestais.

A FAO aponta ainda as mudanças climáticas como motivo que torna as florestas mais vulneráveis a espécies invasoras, com insetos, pragas e patogénicos de doenças, no que ameaça o crescimento e a sobrevivência das árvores.

Um dos exemplos é o nematoide da madeira de pinheiro que causa danos significativos às florestas nativas de pinheiros em países da Ásia e áreas da América do Norte. Até 2027, os estragos devem ser arrasadores devido a insetos e doenças.

Produção global de madeira volta a níveis recordes

O documento revela que a produção global de madeira permanece em níveis recordes. Após uma breve queda durante a pandemia da Covid-19, o total retornou aos cerca de 4 bilhões de metros cúbicos por ano.

O documento ressalta haver quase 6 mil milhões de pessoas que usam produtos florestais não madeireiros. Estima-se que 70% dos mais pobres do mundo dependem de espécies selvagens para alimentação, medicina, energia, renda e outros propósitos.

As projeções indicam que a demanda global por madeira em tora pode aumentar em até 49% entre 2020 e 2050.

O documento foi divulgado na 27ª sessão do Comité de Florestas que acontece na sede da FAO até sexta-feira. Este ano, a reunião é realizada sob o lema “Acelerando soluções florestais por meio da inovação”.

O mandato do principal órgão regulador florestal da agência é identificar questões políticas e técnicas emergentes, buscar soluções e aconselhar sobre ações mais apropriadas para solucionar o problema.

Ver Também

Convicção

A força motriz da vida só pode ser a convicção. Num mundo incerto, mais do que hesitar pelo que...