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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

Conselho da Diáspora Portuguesa: Encontro anual reuniu 309 Conselheiros

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No dia 20 de dezembro de 2024, o Conselho da Diáspora Portuguesa (CDP), reuniu 309 Conselheiros portugueses vindos de 42 países nos cinco continentes. O Encontro Anual, encerrou a atividade da entidade em 2024, no Pestana Cidadela Hotel em Cascais. Quase com 10 anos de existência esta 9ª edição teve como tema principal em debate o “Soft Power e as Relações Económicas e Comerciais Globais”.

Contou com cerca de 220 convidados, líderes políticos e mais de uma centena de conselheiros de todo o mundo bem como figuras de relevo empresarial e institucional, onde se debateram temas pertinentes da atualidade e a colaboração para a criação e desenvolvimento de parcerias de valor entre os setores público e privado promovendo maior crescimento e prosperidade.

O Encontro Anual reuniu em painel João Rui Ferreira, Secretário de Estado da Economia, Helena Malcata, Diretora-Geral de Política Externa no Ministério dos Negócios Estrangeiros, e Carlos Leiria Pinto, Assessor do Vice-presidente para a Europa e América Latina da Corporação Financeira Internacional (IFC), para debater “Parcerias de Valor – Como os Setores Público e Privado Podem Caminhar Juntos?” A este painel, debateu um a um os convidados das figuras mais importantes do Estado, e ao nível autárquico também contou com a presença do Presidente do Câmara de Lisboa, Carlos Moedas e o seu homólogo de Cascais, Carlos Carreiras.

O Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, destacou que “As diásporas mudam as vidas dos seus próprios países pois, atualmente, estar dentro e estar fora é a mesma coisa, graças à capacidade de mobilidade e de conectividade que temos.”, defendendo que “O que se pede à Diáspora Portuguesa é o reconhecimento desta nova situação em que, no fundo, estamos todos numa posição de igualdade com uma oportunidade para captar investimento, promover trocas comerciais e alavancar o nosso desempenho económico”.

Marcelo Rebelo de Sousa, recordou que “A Diáspora Portuguesa é inseparável da nossa história e do nosso soft power. Nós somos portugueses, somos universais e por isso a Diáspora é um fator estratégico essencial para o país pelo impacto artístico, cultural, científico e tecnológico que promove”. O Presidente da República Portuguesa, de olhos postos no futuro, referiu ainda que “uma das capacidades mais vincadas dos portugueses é a capacidade de rejuvenescimento e é essa a expetativa também em relação ao Conselho da Diáspora Portuguesa que, em 2025, tenha uma agenda mais ambiciosa e com mais iniciativas para continuar o grande trabalho que tem vindo a desenvolver.”

“Portugal é um dos três países referência em matéria de equilíbrio de finanças públicas”, clarificou o Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, esclarecendo ainda que “Todos os setores têm de ser parceiros para garantir que há confiança, a base do investimento. Os setores público e privado não são uma dicotomia e a melhor parceria público-privada é o Estado assegurar estabilidade e previsibilidade para que o setor privado fazer o que lhe compete”, terminou.

António Calçada de Sá, Presidente da Direção do Conselho da Diáspora Portuguesa, afirmou: “Esta Reunião Anual foi pensada para estar em linha com a atividade do Conselho da Diáspora nos últimos anos, valorizando o debate em torno do soft power, os esforços coletivos pela melhoria da imagem e o prestígio de Portugal, assente em parcerias estratégicas em todo o Mundo.” “Éramos 22, agora somos 309. Impulsionados pelos núcleos regionais e agora também com o importante contributo dos novos 16 jovens Conselheiros, o Conselho da Diáspora Portuguesa cresceu em diversas as geografias sempre empenhado no seu grande desígnio de trabalhar por e para Portugal.”, concluiu.

José Manuel Durão Barroso, Presidente da Assembleia Geral do Conselho da Diáspora, defendeu que “No estrangeiro, Portugal é olhado com simpatia, mas com alguma condescendência. Por isso é que é importante ter portugueses em posições de destaque lá fora. Isto ajuda a diminuir o nosso complexo de inferioridade.”, reiterando que “O soft power é uma alavanca para os nossos interesses e que mobilizar esta nossa Diáspora é fundamental para o nosso rebranding e para a nossa dimensão global.”

Os oradores manifestaram unanimidade sobre a importância de simplificar a relação entre o setor público e privado através da desburocratização e da simplificação regulatória, concordando que o Estado deve ser um criador de contexto de confiança que permite às empresas fomentar a inovação e gerar riqueza.  O debate deixou ainda bem patente o potencial estratégico que Portugal, pela sua localização, cultura e economia, deve assumir como pivot entre as Américas, a Europa e África e fortalecendo as parcerias internacionais.

José Ivo, Membro da Direção do Conselho da Diáspora e Cônsul Honorário de Portugal em Houston, apresentou a US Friends of Portuguese Universities, entidade que preside e que tem como principal missão alavancar a filantropia internacional, facilitando donativos de cidadãos e organizações norte-americanas destinados a melhorar a qualidade dos programas de ensino, projetos e infraestruturas de várias universidades portuguesas.

O programa do Encontro Anual contemplou ainda a intervenção de Ronald DePinho, Membro do Conselho da Diáspora e Ex-Presidente do MD Anderson Cancer Center, sobre o Portugal-USA Cancer Initiative, o projeto luso-americano de colaboração científica contra o cancro que lidera e que inclui a parceria entre 22 universidades portuguesas e norte-americanas. O projeto em curso já permitiu a visita de professores para promover intercâmbio científico e colaborações inovadoras em ambos os países, uma formação intensiva de jovens investigadores junto de referências mundiais no setor e prevê, ainda, um programa sabático que permite aos estudantes portugueses participarem em investigações em laboratórios de topo nos EUA.

Marcelo Rebelo de Sousa, também Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa, discursou na cerimónia de encerramento com a entrega de cartões de membro aos novos Conselheiros e Jovens Conselheiros.

Em 2024, comprometido com a sua expansão contínua e sustentada para o futuro, o Conselho da Diáspora Portuguesa recebeu 86 novos Conselheiros e 16 Jovens Conselheiros.

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