De mãos dadas à estabilidade política, a economias em crescimento e vasta dimensão populacional, o investimento nos países asiáticos apresenta-se como uma promissora oportunidade para as empresas portuguesas. O Núcleo Regional da Ásia e Oceânia do Conselho da Diáspora Portuguesa promoveu, no dia 21 de março, um debate sobre as oportunidades de negócios para as empresas portuguesas na região.

O evento contou com a participação de, aproximadamente, 56 pessoas, de entre as quais se destacam os convidados: o Embaixador António Martins da Cruz, Presidente do Oeiras Investment Valley, Asilah Azil, Parceira e Líder de Sustentabilidade para o Sudeste Asiático da McKinsey, Bernardo Mendia, Secretário- Geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa, o Embaixador João Ribeiro de Almeida, Embaixador de Portugal na Índia, João Graça Gomes, Coordenador do Núcleo Regional da Ásia e Oceânia, Jeongmin Seong, Parceiro no McKinsey Global Institute, Mariana Figueiredo, Gerente Jurídica Portugal & Consultora Jurídica Sul da Europa, Eurowind Energy e Co-fundadora do Mulheres na Energia, Pedro Rodeia, Parceiro Sénior da McKinsey, e Renato Roldão, Diretor Executivo da ICF China, Vice-Presidente da Transição Verde e Vice-Diretor do Centro Climático da ICF.
Na intervenção de abertura, João Graça Gomes apresentou os objetivos e o propósito do debate, o trabalho elaborado pelo núcleo regional, destacando a visão única de Portugal na Ásia, graças aos cinco séculos de presença na região, permitindo a liderança no desenvolvimento de uma política pragmática e holística para o investimento na região.
Em seguida, Pedro Rodeia e Jeongmin Seong apresentaram o estudo desenvolvido pelo McKinsey Global Institute, intitulado “Asia on the Cusp of a New Era”, no qual foram salientadas três áreas de grande relevância para as empresas portuguesas: energias renováveis, tecnologia climática e biotecnologia, demonstrando o otimismo existente na região.
Esta etapa do webinar marcou o início de um período de debate moderado por Mariana Figueiredo, durante o qual foram abordadas várias questões pertinentes para o desenvolvimento das empresas portuguesas na região.
Posteriormente, Renato Roldão e Asilah Azil coordenaram um painel sobre o papel das energias renováveis e tecnologia climática (como baterias e carros elétricos) no desenvolvimento da região e na mitigação das emissões. Neste painel, Asilah Azil ressalvou que os mercados secundários fora do radar das empresas portuguesas e europeias, como Malásia e Vietname, podem destacar-se por oportunidades únicas no desenvolvimento de energia eólica offshore e hidrogénio.
No último painel, intitulado “Oportunidades de Negócios para Empresas Portuguesas na China”, António Martins da Cruz e Bernardo Mendia apresentaram várias propostas para facilitar o investimento português na região. Bernardo Mendia recomendou que as empresas portuguesas iniciem a sua expansão na China através de cidades de terceiro nível (com população entre 150 mil e 3 milhões de pessoas) e que não sejam capitais de províncias, pois cidades de maior porte podem apresentar maior competição.
Bernardo também mencionou que uma colaboração efetiva com a China e um mercado mais livre podem levar a uma redução da inflação na Europa, devido aos produtos chineses serem consideravelmente mais baratos.
Na visão do Embaixador Martins da Cruz, certas parcerias específicas devem ser estabelecidas entre Portugal e a China. O embaixador vê Macau como uma etapa importante na expansão das empresas portuguesas para o continente chinês e destaca como o hub de serviços na região de Oeiras pode estar bem preparado para essa expansão. Enfatizou também a importância de nutrir a relação entre os países.
O encerramento da sessão ficou a cargo do Embaixador João Ribeiro de Almeida, vê a Índia como o novo foco do investimento mundial, sendo o país mais populoso do mundo, com estabilidade política e uma diáspora que se destaca pela sua capacidade de adaptação. O embaixador mencionou ainda que a Índia está a reduzir as suas medidas protecionistas e que seu hub tecnológico está a tornar-se cada vez mais importante para atrair investimentos.
O Conselho da Diáspora Portuguesa
O Conselho da Diáspora Portuguesa é uma associação sem fins lucrativos fundada em 2012, sob o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa. O Presidente da República é o Presidente Honorário do Conselho da Diáspora Portuguesa e o Ministro dos Negócios Estrangeiros é o Vice-Presidente Honorário. O objetivo do Conselho é estreitar as relações entre Portugal e a sua diáspora, (nomeadamente portugueses e luso-descendentes residentes no estrangeiro) para que estes, através do seu mérito e influência contribuam para a afirmação universal dos valores e cultura Portuguesa. O principal instrumento de intervenção do Conselho da Diáspora Portuguesa é a ‘World Portuguese Network’ que envolve um conjunto alargado de Portugueses de influência nas áreas da Economia, Ciências, Cultura e Cidadania. Esta rede é atualmente composta por 241 conselheiros, espalhados por 36 países dos 5 continentes.
