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Ricardo Pinto, é português, do Porto, e encontra-se a viver em França. Estudou em Criminologia, mas a vida é cheia de surpresas e como teve sempre nos seus planos aprender vários idiomas, lançou-se à aventura e foi trabalhar para Espanha, assim que terminou a licenciatura na Universidade do Porto. Tem 30 anos e muitos planos em cima da mesa. Está a dedicar-se a um ramo completamente diferente do da sua licenciatura, mas para ele faz “imenso sentido.”
“Sou natural de Matosinhos”, na zona do Porto, viveu durante 22 nesta cidade, fez os seus estudos, e é licenciado em Criminologia, pela Faculdade de Direito da Universidade do Porto, quando terminou a sua vida académica decidiu emigrar.
Na altura para um projeto europeu que lhe permitiu trabalhar num hospital psiquiátrico em Espanha, na região de Placencia, Estremadura. Esteve lá um ano a trabalhar nesse hospital, e depois decidiu viajar para França, na altura tinha a ideia, de aprender a língua francesa e enriquecer mais a fluência nos idiomas principais. Já dominava o Inglês, o Espanhol e o Português, e quis aprender o Francês, essa foi a principal razão da sua ida para França, em 2018.
Passou um ano a trabalhar num armazém, onde tinha a facilidade de comunicação com pessoas, estava a chefiar uma equipa, durante uma ano e meio, e depois a ideia era criar “um projeto meu, e que tivesse alguma conexão com o meu país, e como sou um apaixonado por comida e gastronomia, por produtos artesanais, por tudo o que envolve a gastronomia fina, porque não investir nessa área?”
E foi assim que nasceu em 2021 a idealizar o projeto e em fevereiro 2022 nasceu a “mercearia fina” online, e em alguns mercados da zona de Lille, em França.
“Não temos loja física, e vendemos muito aos restaurantes, aos hotéis”, a algumas garrafeiras, a algumas mercearias finas, aquilo que difere dos outros negócios. “Nós não vamos procurar o negócio da saudade, não vamos vender aquilo que já se encontra nas grandes superfícies, nos grandes supermercados, vamos à procura de pequenos produtores, de produtos que saiam da caixa, produtos que as pessoas não encontram com facilidade.”
Mesmo os portugueses, a maioria deles não conhece os produtos que vendem, porque são produtos que não se encontram com muita facilidade em Portugal. São produtos artesanais, produtos de pequenos produtores que são feitos em pequenas quantidades, onde o objetivo é trabalhar a qualidade e não a quantidade, aquilo que “nós queremos proporcionar aos nossos clientes, aqui em França é uma descoberta daquilo que é a verdadeira qualidade do produto português, e propor produtos com grande qualidade”.
Com cuidado na produção, com o respeito pelo ambiente, pelas pessoas que trabalham nessas empresas, nesses negócios, e dar-lhes a conhecer produtos de alta qualidade não necessariamente com preços elevados, isso é o que as pessoas pensam, que é uma mercearia fina, logo os preços são muito elevados. “Não é esse o nosso posicionamento, proporcionamos produtos com qualidade acima da média.”
Os produtos são 100% Made in Portugal
Os produtos são produzidos em Portugal, o que “nós fazemos, é importar diretamente esses produtos do produtor e vender em França.”
As regiões que “temos produtores são de toda parte de Portugal”, desde o Algarve até Trás-os-Montes, Alentejo, Dão, Bairrada, Beira Interior, o objetivo é esse, respeitar o nosso país da melhor forma possível. Ter o máximo de regiões representadas “no nosso projeto”, e em relação “a como é que chegámos a esses produtores”, há um trabalho por trás de procura do que se faz de melhor em cada região.
Há muitas viagens que foram feitas nos últimos dois anos e meio, desde que o projeto começou a ser idealizado, várias viagens realizadas para ir à procura desses mesmos produtores, conhecer novas pessoas, novos produtos, perceber qual é que faz melhor sentido “para nós e o que não faz”. E foi assim que conseguiram fazer a sua rede de parceiros, e produtores com quem trabalham.
Come se passa de criminologista a empreendedor
Passa-se com a vida a fluir, com as oportunidades a surgir, com a vontade de se fazer coisas diferentes, a criminologia era uma área “que não me estava a dar aquilo que pretendia, que me preenchia, portanto, fui à procura de novas ideias, de novas oportunidades, e senti que havia aqui um espaço em Lille, senti que havia um espaço para esse negócio, e tentei. A minha filosofia de vida, eu acredito que devemos arriscar naquilo que é importante para nós num determinado momento, e em 2021 quando criei e idealizei este projeto, tenho a certeza que ao longo da minha vida aparecerão outras, e provavelmente em áreas diferentes, acho que não tem que ter sempre uma conexão aquilo que estudamos, e aquilo que fazemos”. As coisas têm-lhe corrido bem.