Paulo Coelho – Administração da Adega de S. Mamede da Ventosa
EXCLUSIVO
A Adega de S. Mamede da Ventosa está no mercado desde 1956. É uma Adega que se foi estruturando e reforçando nos últimos anos. Aproveitam para venda o mercado interno e o mercado externo, maioritariamente os vinhos tintos, que são os que proporcionam maior volume de faturação.
Paulo Coelho pertence à administração da Adega de S. Mamede da Ventosa. Esta administração está há cerca de um ano e meio na gestão da Adega.
Foi uma vontade de alguns associados e criaram uma Cooperativa no ano de 1956, as primeiras instalações foram no IVV, Instituto da Vinha e do Vinho. Nos primeiros anos, e depois em 1972 criaram instalações próprias para receber as uvas dos associados e vinificá-las, e proceder-se à sua venda, com o objetivo de conseguir maior escala para novos mercados.
A Associação começou com poucos associados, seriam uns 40, não era muito expressivo face ao atual que conta com cerca de 400.
A Adega da Ventosa começou a produzir vinhos essencialmente brancos, com castas com pouco valor, era enviado essencialmente para os soldados na guerra, das ex-colónias em África.
Uns anos mais tarde a Adega começou a criar valor e ter de procurar novos mercados, começou a trabalhar com África com embalados, os Tetra Packs, com os mercados de Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, e no mercado nacional com distribuição em várias regiões do nosso território.
Nos últimos anos com o desenvolvimento dos vinhos na região de Lisboa, a Adega de S. Mamede investiu em novas tecnologias, com uma linha de engarrafamento moderna e começou a embalar e vender vinhos engarrafados para mercado interno e externo. Também fornece uma parte da sua produção vinho a granel para parceiros engarrafadores da Região de Lisboa, pois estamos a falar de uma adega que chega a ter uma produção de 25, 30 milhões de quilos, sendo que agora produzem-se mais vinhos tintos, 80% são vinhos tintos e 20% são brancos.
“Temos marcas próprias e mais recentemente e trabalhamos mais para os mercados nórdicos, Polónia, Bielorrússia, também trabalhámos com a Rússia em tempos, mas neste momento não é possível. Continuamos a trabalhar com os mercados de África (Angola, Moçambique e Guiné-Bissau), e um pouco com o Brasil.” Descreve Paulo Coelho, responsável da Adega de S. Mamede.
A marca de referência é “Alma Vitis”, também temos as reservas, os monocastas, e temos vinhos mais comerciais como o Alma De Lisboa, Dom Mamede, entre outros.
Nos últimos anos apostam mais nos vinhos de reserva e monocastas, que são vinhos de valor acrescentado.
Têm monocastas como: Syrah, Cabernet Sauvignon, e Arinto, Vinhos Tintos e Brancos de valor acrescentado para distribuidores para a restauração, o chamado canal Horeca.
As castas predominantes dos associados além destas são o Alicante Bouchet, Touriga Nacional, caladoc, castelão e tinta Roriz nas tintas e Fernão Pires, Moscatel graúdo e malvasia rei nas brancas.
Mercados onde se podem encontrar os vinhos
Têm uma loja online, e uma loja física nas instalações da Adega. “Como investimos mais no mercado a granel e África em outros tempos, estamos atualmente a ter uma nova abordagem e também trabalhamos com a grande distribuição e outros parceiros que procurem vinhos de qualidade a um preço competitivo.
Temos, por exemplo, uma marca que está cedida a um cliente da grande distribuição que é o SMV since 1956, no entanto ainda não foi investido muito no mercado das grande superfícies e sentimos que será uma situação a pensar num futuro próximo.”
Também “temos a possibilidade de estabelecer parcerias”, com produtos de marca própria do cliente, “ou seja imaginemos um futuro parceiro que já tem uma marca bem implementada num mercado e poderíamos fazer um serviço “chave na mão”, visto termos todas a condições de produzir produtos de elevada qualidade e volume”, porque “com disse anteriormente temos uma linha de engarrafamento moderna e com a capacidade de produzir 50 000 garrafas por dia.”
Volume de faturação
O volume de faturação ronda os onze, doze milhões de euros ano. Atualmente o mercado dos tintos é superior ao mercado dos brancos, mas com a tendência para um maior equilíbrio de consumo, a nossa Região tem excelentes condições para fazer vinhos tintos e brancos de excelência, devido à nossa proximidade da costa Atlântica, “estamos próximos do mar com solos argilo-calcários, que dão vinhos muito frescos e frutados de elevada mineralidade e muito gastronómicos são vinhos que têm frescura.” As vinhas estão localizadas no Litoral da Região Oeste essencialmente no Concelho de Torres Vedras. A área de produção é superior a 2000 hectares
Projetos de futuro
Pretendem aumentar as marcas próprias, reduzir a venda do volume em granel e aumentar os embalados, engarrafados. E tentar entrar em mercados de valor acrescentado como Canadá e Estados Unidos. “Estamos numa região competitiva”, porque “as nossas vinhas são férteis e produtivas, conseguindo produzir sem recurso à utilização de sistemas de rega, as nossa vinhas são amigas do ambiente”. Toda a água que as videiras necessitam provêm da chuva do inverno, e o solo fica com reservas para primavera e verão. Devido ao nosso clima ser temperado. As nossas produtividades são constantes o que nos permite ter vinhos muito consensuais e competitivos. “O nosso segmento de mercado é o de valor médio com preços acessíveis a todos os consumidores, que podem ir dos quatro aos sete euros nos vinhos de gama média, até aos dez a quinze nos reservas.”