Em entrevista ao Jornal Comunidades Lusófonas, o Arquiteto Siza Vieira revelou-nos alguns sonhos que tinha quando era criança, mas daquelas mãos e pensamento saíram o que se tornaria num dos melhores Arquitetos em Portugal. A sua obra fala por si. Rompe velhos estigmas e faz brotar obras impressionantes, reconhecidas em Portugal e no estrangeiro. Inspira-se em muitos arquitetos, vivos ou não.
Quando era criança sonhava ser bombeiro, aviador e cantor de ópera (“o meu pai tinha estudado violino e canto e tinha uma bela voz de barítono”, refere o Arquiteto.)
A sua primeira escolha na hora de seguir estudos superiores, foi Escultura, mas não agradou à família. Sendo a escultura e a arquitetura (profissão ligeiramente mais respeitada) ensinadas na mesma escola, decidiu inscrever-se em arquitetura e mudar mais tarde pacificamente.
“Acabei por gostar”, motivado pela renovação em processo, conduzida um novo diretor e um novo e jovem corpo docente.
“A arquitetura é um serviço prestado com obrigação de ser eficaz e finalmente belo”. As obras que o cativam “podem ser minhas ou de outros”, com quem aprendeu e continua a aprender, quer sejam vivos ou mortos, portugueses ou não.
O arquiteto que muito mais admira, são muitos. “Há bons arquitetos por vezes capazes de ultrapassar as dificuldades que hoje se encontram.” Julga que o que projeta não se inclui num movimento. Está relacionado com circunstâncias e contextos vários – raízes de cada projeto.
O futuro da Arquitetura passa por…?
Falando da Europa, passa hoje por uma profunda crise, “por uma degradação das condições de trabalho e do reconhecimento do papel fundamental do arquiteto no trabalho de equipa em que participa.” Há decisões assumidas pela Comunidade Europeia e “estranhamente aceites que não são de molde a promover a qualidade da arquitetura, antes o contrário”. Uma das “novidades” é a perda dos direitos de autor: qualquer projeto pode ser alterado com base numa simples informação sem possibilidade de ser contestada. “Uma nova geração terá de lutar por esse reconhecimento.”
