Elie no seu Restaurante
Longe dos bombardeamentos e das guerras, este libanês encontrou em Portugal, mais concretamente no Porto, um lugar para viver com a mulher e os dois filhos. Mudou-se do Dubai para o Porto depois de um amigo lhe ter mostrado vídeos da cidade. Toda a cidade parece um “museu vivo em espaço aberto”, segundo palavras de Elie, com muita história e cultura. Moram aqui desde 2018 e continuam atraídos pela cidade. No seu país existem duas partes, o lado cristão e o lado muçulmano, ele viveu e cresceu no lado cristão. Ele considera-se feliz por estar aqui e a família também está bem instalada na cidade. Nem tudo é bom, há muita burocracia em relação aos negócios, mas o mais importante é a abertura do povo português, que está sempre preparado para ajudar.
Elie no seu Restaurante ELLE’S
Elie Koury é libanês, vive no Porto, mas deixou o seu país, o Líbano, aos 30 anos e mudou-se para o Dubai onde permaneceu vinte anos. Veio para o Porto em 2018, porque um amigo seu lhe falou da cidade, e decidiu vir para Portugal, mais concretamente para o Porto. Ele não conhecia muito sobre a cidade, mas seu amigo mostrou alguns vídeos e ele adorou o que viu nesses vídeos, primeiro vêm os dois (Elies e sua esposa) como turistas e sentiu que havia uma conexão entre a sua cidade no Líbano e o Porto. Ele adora a cidade perto do rio, “diz que é linda”. E junto ao Oceano, com boa cultura, história e vinhos, e a sua relação entre o vinho do Porto no mundo, e a cidade, há muita coisa no Porto “para nos apaixonamos e decidimos mudar de negócio para fazer parte dela”.
Resolveram abrir um negócio na área de restauração porque no país dele existe a indústria alimentar média e “gostamos das pessoas, gostamos de estar juntos”. No Líbano, todos têm ensino superior, frequentam a universidade, naquela época nem todos estavam preparados para começar na área da restauração, porque ainda não estavam maduros o suficiente como hoje em dia, mas o que “temos desde a nossa infância é olhar um bom atendimento, as pessoas saírem”, e quando saem é para se divertirem.
Pretende fazer parte desse negócio desde o início da carreira empresarial que tem 32 anos e fez várias “bases” no Líbano com restaurantes que se transformam em discotecas, mas a economia começou a desmoronar e em 2000 decidiu sair e foi para o Dubai. Era o momento certo do início em Dubai porque não havia muitas casas noturnas e restaurantes por lá, e “senti que havia uma lacuna no mercado”, o que é necessário, porque todo empresário e turista atraído para ter uma viagem completa, é ter também lugares onde possa ir comer e depois divertir-se “eu desenvolvi em 20 anos vários lugares desse género.”
Elie abriu um Budwar, é um restaurante francês que se transforma discoteca depois da meia-noite, conseguiram ter lotação esgotada sete dias por semana, foi então que “abri um maior chamado “Club for Hundred”, que esteve no topo como o melhor clube de Dubai durante quatro anos, depois eu e o Roberto Cavalli e a nossa empresa chamada “Cavalli Club”, desenvolvemos o projeto. Foi um parceiro que ficou muito famoso durante muito tempo, depois “Abri outro Restaurante Top, o “Play Dubai”, todos os conceito estavam lá, o que deveria ser a comida, que tipo música, as cores do lugar, etc.”
Os turistas querem este tipo de locais onde possam comer e divertir-se fora do expediente, é importante conhecer o local perfeito “podemos abrir ao público, principalmente aos turistas”. A importância do tipo de alimentação que cada cidade e país possui.
Ele escolhe o lugar em cada país que vai, a área perfeita, a área nobre. As pessoas querem ir e ter uma experiência, por exemplo, os turistas vão para o Dubai, têm essa experiência e saem do país e trazem essa experiência do Dubai, ou de outro país ou cidade. Para o turista é muito importante ter uma experiência diferente, isso faz parte da viagem, “Isso também é importante para mim, porque quando cheguei aqui pela primeira vez senti que estava a morar num Museu, tudo é antigo, mas é um museu vivo, então algumas pessoas tentam ter um Museu do Vinho, e é uma cidade grande, e a Rua de Santa Catarina, para um turista no início, vi este local não ao nível que consigo ver o Porto”, “foi uma sorte em convencê-los”. “Vou assumir e abrir um Restaurante aqui, o turista nesta parte da rua não tinha nada, agora tem mais lugares onde as pessoas podem ir.”
Elie não pode fazer uma mudança no país: “Posso mudar uma experiência onde estou a servir duzentas pessoas por dia, são seis mil pessoas por mês. Se eu posso proporcionar uma boa experiência, estou a fazer o possível para proporcionar uma boa experiência para as pessoas, trabalho aqui cerca de quinze horas por dia, sem parar, porque tem muita coisa para fazer, como por exemplo servimos produtos bons, de boa qualidade e os sabores…”
Eles são escrutinados pelos clientes, vão ao Google e veem se o local é bom, os clientes anotam a sua experiência nos locais que frequentam, é uma questão que têm que ter em conta. “Estamos a comunicar com o governo que quer saber o que estou a fazer no restaurante, “eu faço muito” e há mais coisas para fazer porque é um restaurante pequeno, anteriormente na minha experiência em Dubai onde tinham capacidade para mil pessoas nos meus espaços, pensei que com um lugar pequeno seria mais fácil, mas enganei-me, é mais complicado, porque tenho que fazer tudo sozinho.”
Como investidor que escolheu investir aqui, ele sente que a cidade tem uma boa energia, as pessoas são simpáticas, são prestativas, querem ajudar, o sistema é um pouco complicado. Demasiados papéis, muitas regras, “mas os portugueses ajudaram-me”.
Mesmo os advogados não sabem o que fazer a seguir. Essa é a luta do negócio a única maneira é aprender, “Estou a aprender cada vez mais, vem com mais experiência, e no meu ponto de vista sou muito bem-vindo e estando na Europa toda a gente sabe onde estou e de onde venho, o negócio na Europa é muito complexo, não só em Portugal. Até os advogados não sabem tudo, e nasceram aqui, imagine, para investidores, é complicado.”
Graus Académicos
Licenciou-se em Publicidade e Marketing, “primeiro tem que conhecer o produto depois anuncia, e quando se faz as duas coisas faz com que o produto possa ser vendido, tem que se fazer um produto muito bom e se conhece o marketing leva as pessoas para o negócio. Não vim aqui para me tornar imigrante, vim à força, no começo queria começar a fazer negócios, estava a morar no Dubai, era residente em Dubai, não pensava em sair do Dubai, mas sim continuar o negócio que eu estava pensar iniciar na Europa.”
Quando o Corana Vírus começou “eu tinha duas casas uma aqui e outra no Dubai” durante o Corona Vírus não havia ligação a nada. “Decidimos mudar para cá até que o Corona Vírus acabasse. E apaixonamo-nos pela cidade. A cidade estava vazia, a parte antiga cidade, o rio próximo, a paisagem não era entediante, foi aí que me tornei imigrante.”
A culinária portuguesa pode ser alterada?
Na opinião do Elie a cozinha está cada vez melhor, o país é muito atrativo para investir e há muitos estrangeiros a investir em Portugal. Cada investidor faz o seu melhor. Cada um tem uma visão: “Vejo que muitos edifícios antigos estão a ser inovados, portanto a mudança acontece de qualquer maneira. Há novos investidores por todo o lado, novos investidores, novos restaurantes, hotéis, acredito que o Porto tem muitas oportunidades e estou feliz por estar no Porto.”
Cidade do Porto e Portugal, há lugar para se sentir discriminado
“Discriminação está muito longe da realidade, o povo português é muito acolhedor, entende a mudança que Portugal está atravessar, aberto para os negócios internacionais, as indústrias transformadoras que exportam bons produtos. Nos últimos vinte anos enfrentaram uma grande mudança, foi um grande revezamento, claro que alguns portugueses pensam porque é que “convidamos toda a gente a vir para aqui, preferimos ficar sozinhos”.
Depois destes vinte anos de experiência vai a qualquer país e fala de Portugal, e eles conhecem. Portugal tornou-se internacional, quando o país está fechado sem investidores é difícil contribuir com a experiência para o mundo, pois viajar é muito importante para a economia. “Sinto-me em casa, por isso saí de Dubai para vir para cá.”