Medida que isenta de IVA um cabaz de 46 alimentos considerados essenciais, entrou ontem em vigor dia 18 de abril, dispondo o retalho alimentar de 15 dias para refletir esta isenção nos preços de venda ao público.
O Jornal Comunidades esteve a falar com o responsável do Pingo Doce da Avenida República de Vila Nova de Gaia, e o que nos deixou transparecer era de que as pessoas compram as mesmas coisas. Houve um aumento dos preços dos cereais e dos seus derivados, afirmou o responsável “mas não foi assim tanto como as pessoas dizem” até se admira muito ver as pessoas a queixar-se dos preços “e comprarem telemóveis de 500 euros, é um contrassenso”, refere aquele responsável.
Do que fomos apurando ao longo do supermercado, é que em alguns produtos estavam mais caros.
Também foi questionado se no ano de 2022, no mês homólogo, tinham notado um aumento ou um decréscimo no consumo, dizendo-nos apenas que não notava nenhuma diferença, do ano passado para este ano. Passando-nos apenas informação muito genérica e vaga, sobre o consumo dos clientes daquela superfície.
Fomos auscultar o que tinham a dizer os clientes da mesma superfície e as respostas são quase todas consensuais.
José Pinheiro, 71 anos, revelou-nos que no seu parecer as coisas estão mais ou menos, e que nos produtos básicos só deve resultar quando se fazem compras em quando quantidade. Daniel Canbanga, 27 anos, diz que não nota grande diferença, apenas o pão e o arroz que estão um pouco mais caros, antes o arroz custava 80 cêntimos e agora está nos 84 cêntimos.
Elvira Santos de 63 anos, diz-nos que o preço do arroz está inflacionado. Bem como os queijos que o ano passado por esta altura comprava o queijo fatiado a 1.79, 1.89, e este ano está acima de dois euros. Na sua opinião os preços deveriam de ser tabelados.
Conceição Magalhães, de 71 anos, é reformada e vive em França, é emigrante, mas agora vem mais vezes a Portugal e disse-nos que as coisas aqui estão muito mal. Há preços muito inflacionados, em Portugal, uma só posta de salmão custa mais de três euros, em França um quilo e tal custa 17 euros! “os preços de uma forma muito geral estão inflacionados em Portugal, não sabemos onde é que isto vai parar, o nível de vida em Portugal subiu muito”, refere esta emigrante a viver em Paris.
“Há preços muito inflacionados, em Portugal, uma só posta de salmão custa mais de três euros, em França um quilo e tal custa 17 euros! “os preços de uma forma muito geral estão inflacionados em Portugal, não sabemos onde é que isto vai parar, o nível de vida em Portugal subiu muito…”
Os produtos que compensam comprar em Portugal são as latas de salsichas e de atum. Lá não se pode comprar, uma lata de salsichas custa mais de três euros, assim como a lata de atum. E o bacalhau também está muito mais caro lá fora. Estes produtos nós compramos em grandes quantidades e levamos para França, o resto, não compensa, está tudo muito caro, termina esta emigrante portuguesa.
Temos a lista dos produtos e seus derivados isentos de IVA e são os seguintes:
Cereais e derivados, tubérculos: Pão; Batata; Massas; Arroz
Laticínios: Leite de Vaca; Iogurtes ou leites fermentados; Queijos
Frutas: Maçã; Banana; Laranja; Pêra; Melão
Leguminosas: Feijão vermelho; Feijão Frade; Grão-de-bico
Legumes e Hortícolas: Cebola; Tomate; Couve-flor; Alface; Brócolos; Cenoura; Courgette; Alho Francês; Abóbora; Grelos; Couve Portuguesa; Espinafres; Nabo; Ervilhas
Carne e Pescado: Porco; Frango; Peru; Vaca; Bacalhau; Sardinha; Pescada; Carapau; Dourada; Cavala
Gorduras e óleos: Azeite; Óleos vegetais; Manteiga
Outros produtos: Atum em conserva; Ovos de galinha; Bebidas e Iogurtes de base vegetal; Produtos sem glúten para doentes celíacos
“Os produtos foram escolhidos tendo em conta o cabaz de alimentação saudável do Ministério da Saúde e os dados das empresas de distribuição sobre os produtos mais consumidos pelos portugueses.”, adianta notícia na página do Governo.
“Esta medida, surgida na sequência de um pacto tripartido assinado entre o Governo e os setores da produção e da distribuição alimentar”, tem como objetivo combater os efeitos da inflação no rendimento das famílias, e estará em vigor até ao final de outubro, “com o Governo a estimar que terá um contributo de 0,2% na redução da taxa de inflação em 2023”, finaliza a mesma.