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Domingo - 16 Fevereiro 2025

Especialista revela o que aprender de fenómenos extremos como o furacão Milton

Destaques

Noaa – Uma imagem de satélite mostra o furacão Milton atravessar o Golfo do México

Climatologista do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) defende maior integração entre instituições governamentais, setor privado e sociedade civil; Vanda Cabrinha
ressalta maior frequência, intensidade e menos tempo para resposta das populações ao tipo de eventos.

O Furacão Milton atingiu a costa do estado norte-americano da Flórida nesta quarta-feira às 20h30, hora local. Os ventos máximos sustentados chegaram a 193 km/h próximo da área de Siesta Key no Oeste.

Nesta quinta-feira, as autoridades americanas revelam que pelo menos quatro pessoas morreram devido às chuvas muito fortes, aos ventos fortes e às inundações repentinas que prosseguem em grande parte da Flórida Central.

Tempestades mais severas

Após participar na conferência internacional sobre seca, em Genebra, a climatologista portuguesa Vanda Cabrinha comentou à ONU News sobre o que pode ser aprendido com situações como os furacões na Flórida. O evento visava aumentar a resiliência à mudança climática.

“Nestes últimos tempos, o nosso país tem sido afetado por este tipo de fenómenos e a passagem dessas tempestades mais severas. É algo que nós não víamos já há algum tempo. Nestes últimos cinco a seis anos, de facto, há aqui uma maior potência deste tipo fenómenos. Aquilo que se tem tentado fazer é minimizar os impactos que estes eventos vão causar. No caso destes furacões se calhar ainda estamos a aprender. Ainda é novo para nós, mas ainda há muito a fazer nesta questão. Da parte da falta de água nos rios e escassez, aí já temos um trabalho bastante grande e conseguimos ter algumas medidas de preparação.”

A Organização Meteorológica Mundial, OMM, que organizou o evento de especialistas destacou a “ameaça extremamente séria” da tempestade na Flórida que recuperava após o furacão Helene abalar a região há menos de duas semanas.

De categoria 4, o furacão Milton é acompanhado por ventos máximos sustentados que se preveem alcançar a velocidade de 250 km/h. Para a especialista do Instituto  Português do Mar e da Atmosfera há uma série de lições por aprender.

“É muito sobre a integração entre instituições governamentais, o setor privado e a sociedade civil. É um trabalho muito importante que temos que fazer nesta questão dos fenómenos extremos, seja da seca ou dos furacões, para realmente conseguirmos mitigar todos estes fenómenos que vão ser cada vez mais frequentes e com uma rapidez enorme. As populações vão ter muito pouco tempo de resposta.”

As autoridades dos Estados Unidos registaram mais de 120 tornados com a passagem do furacão Milton, que agora está no Oceano Atlântico.

Jornal Comunidades Lusófonas
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