António Calçada de Sá, Presidente da Direção do Conselho
O Jornal Comunidades Lusófonas esteve presente no 7º Eurafrican Forum 2024. A inteligência Artificial já faz parte do nosso léxico. Este e outros assuntos foram debatidos nos dias 15 e 16 de julho durante o
Eurafrican Forum 2024, na Nova School of Business and Economics em Cascais. Temas como: investimento e Internacionalização; Energia; Equity Gap; Educação; Desporto; Digitalização; Geopolitica, Saúde, e ao mesmo tempo decorriam em duas salas diferentes;
Urbanismo e Infraestrutura; Agronegócios; e para finalizar uma conversa entre o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo
de Sousa e o Presidente da República das Maurícias Prithvirajsing Roopun, foram apontados assuntos que têm a ver com estes dois países que têm o mesmo denominador comum, a emigração.
Estes dois dias (15 e 16 de julho), foram centrados especificamente na relação e correlação entre a Europa e África, como sendo um dos continentes mais jovens do mundo, rondando os dezanove anos de idade, enquanto na Europa ronda os quarenta e oito anos, como referiu o Presidente da Câmara de Cascais Carlos Carreiras “”África será o futuro”, mas com tantas assimetrias e conflitos no continente estará o continente Africano pronto para a democratização do acesso à educação, à alimentação, à ciência, à água potável, etc? Isso ainda não sabemos, teremos de esperar e ver o que o futuro reserva.
A abertura da conferência foi feita pelo Presidente do Conselho da Diáspora António Calçada de Sá, a apresentar os trabalhos a levar a cabo durante os dois dias. Durão Barroso, subiu ao palco, na qualidade de Presidente do Fórum, e falou sobre a importância da ligação da Europa com África, e realçou a necessidade do acesso às vacinas para o combate às doenças, como a malária, a febre amarela e ouras doenças que podem salvar milhões de vidas no Continente Africano e não só.
O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel também se fez representar e identificou e enalteceu a importância da sua geografia demográfica, sendo que 42% da população jovem vive em África, e segundo o PNUD a Índia e a China ficam em segundo e terceiro lugar respetivamente com 40%.
Pedro Reis, Ministro da Economia, realçou a importância do papel que Portugal e a Europa podem desempenhar em África nomeadamente nos setores das infraestruturas energéticas; combate à corrupção; os gasodutos; captação de talentos para África; e que “têm uma agenda diplomática bem alinhada”.
Do Egipto veio Danys Denya, Vice-presidente Executivo do Banco daquele país. “Ouro, diamantes e materiais preciosos, são abundantes em África, e a Europa sabe disso, o mundo sabe disso, há muita matéria-prima a explorar, como são os exemplos: o algodão, metais, cobalto, manganês”, só para citar alguns.
A Ministra do Ambiente e Energia , de Portugal, Maria Graça Carvalho, reforçou a ideia de que África explora uma ínfima parte dos seus recursos energéticos estando muito focada no uso de recursos fósseis, que vai ser um dos temas a abordar na COP 2025 em Baku, em Novembro deste ano. As energia mais limpas, um dos pontos realçados pela Ministra referindo que em Cabo-Verde , há projetos de 12 milhões de euros para a criação de fotovoltaicos e produção de energia eólica. E que está a chamar a atenção aos países da União Europeia e outros, mas precisam capacitar engenheiros.
Fez também referência que neste momento Cabo-verde faz mais dessalinização do que em Portugal. Dentre outras energias que têm de ser bem pensadas na senda da sustentabilidade, palavra que está na moda, mas depois as concretizações demoram o seu tempo a chegar.
A Europa recebe mais de 50% de crude, salienta António Ribeiro CEO da Proef África – Portugal. Referindo também que “África tem mais impacto para o mundo que o mundo não tem”.
No Fórum também foi discutido a Guerra na Ucrânia , que já se encontra ao nível global e não apenas regional. E de todos os impactos que esta guerra tem dado ao mundo.
A IA também tem tido o seu impacto, pois “já não somos os mais inteligentes (Homem) do planeta. Fez-se referência à saúde, a evolução da medicina, onde já é possível curar um cancro com estas novas tecnologias, mas que também podem ser usadas pelo “hard power”, tudo vai depender da forma do uso da IA. Focou-se também outro aspeto não menos importante “os vírus não precisam de vistos para viajar”.
Henriqye Burnay, destacou que “A Europa nunca se sentiu tão só e preocupada” e que tem um olhar para África completamente diferente.
A importância das vacinas “polarizou” todos os que debateram a Europa e África. Hans Martens, partilha da ideia de que a prevenção e o melhor acesso à igualdade, um dos pilares fundamentais, bem como s diagnósticos e a prevenção. A Malária, o Ébola, e outras doenças que são doenças letais, que necessitam de vacinação.
No encerramento do debate houve espaço para um show de dança africana. E que deliciou a plateia. Os debates discursou o Presidente da República Portuguesa e o Presidente das Maurícias partilharam temas em comum, como é o caso da emigração de Portugal e das Maurícias. E que ambos concordam que as guerras mais mediáticas da Ucrânia e no Médio Oriente há uma necessidade de envolver “strong Powers”, e fazer parcerias para o desenvolvimento. E que estamos “ligados e interligados”. O temas das energias, não foi esquecido, as renováveis, os oceanos, a problemática das alterações climáticas, e termina a sessão o Presidente das Maurícias dizendo: “Fighting in those Island is a common cause”.