A carreira académica de João Barbosa foi toda realizada em Portugal. Licenciou-se em Gestão de Empresas e depois fez uma série de cursos de especialização de forma contínua.

Teve o prazer de ter começado a trabalhar no Grupo Jerónimo Martins, porque na altura houve a possibilidade de privar com Soares dos Santos, que considera ter sido o maior empresário português. Esteve na Kodak entre 1994 até 2000, em Espanha, na unidade de Business Unit Manager, onde coordenava o negócio de consumo, na qual acumulava duas funções.
Uma delas era fazer parte do grupo de Coordenação Europeia de Retalho, e a outra estava também relacionada com a parte da coordenação, a tentar colocar no retalho produtos digitais, que à época começaram a aparecer, nomeadamente as câmaras e produtos de fotografia digital.
Foi aí é que começou a perceber para onde é que o mundo ia. Porque ainda se lembra de algumas reuniões com marcas de telefones, nomeadamente a Nokia, onde se discutia a possibilidade de tirar fotografias com o telemóvel!
O mundo estava em rápida mudança, e a inovação estava ao virar da esquina. “Começámos a viver e experienciar a revolução tecnológica, há mais de 23 anos.”

Como tinha muita experiência em retalho decidiu abrir a sua empresa de consultoria, e que presta esses serviços bem como design para o retalho, a AIR&D. Tiveram o privilégio de fazer projetos em mais de 40 países e para muitos retalhistas por esse mundo fora.
Teve uma vida profissional muito intensa entre 2007 até 2019, passou muito tempo entre a China e Inglaterra. A partir de 2014 ainda mantinha essa rotina, mas nesse mesmo ano, mudou-se para o Reino Unido, por questões profissionais. A sua atividade profissional e pessoal era vivida a mil à hora, Reino Unido e China, os dois países que passava mais tempo, e muitas viagens pelo caminho.

“Não é propriamente uma vida muito interessante”, refere o Gestor. “Mas é uma vida onde aquilo que eu retiro é realmente o meu trabalho. O retalho é uma ciência comportamental. Nós temos uma grande necessidade de conhecer os consumidores, as pessoas. Fazer esta avaliação pelo mundo fora, é muito interessante porque não só fazemos amigos por todos os lugares que passamos. Bem como assimilamos a cultura desses países e adquirimos uma maior capacidade de compreensão.” Exemplifica.
Encontra-se no Reino Unido há onze anos, e todas as experiências em todos os países que passou deu-lhe uma bagagem culturar muito forte, “pois a diversidade é muita e enriquecedora.”
Tem uma boutique, uma consultora relativamente pequena. Desenvolvem alguns algoritmos internos também para fazer avaliações de comportamentos e de performance económicas, “desenvolvemos uma tecnologia própria”. E têm tido a sorte em fazer um percurso Internacional bastante interessante.
O Conselho da Diáspora Portuguesa
O Conselho da diáspora Portuguesa, é um grupo de pessoas com uma elevada experiência Internacional e de liderança, com uma capacidade de fazer acontecer em várias áreas, gestão, economia, mas também noutras áreas, são pessoas que normalmente têm uma experiência de vida bastante rica internacionalmente, profissionalmente e pessoalmente.
Já são mais de 300 conselheiros em cinco continentes e presentes em mais de 45 países, mas os números já podem estar desatualizados, porque todos os dias entram novos Conselheiros.
E tem uma missão “muito nobre”, promover Portugal e os portugueses através de várias iniciativas e atividades que desenvolvem durante o ano, envolvendo os conselheiros que estão em todos estes países. Foi para a diáspora há cerca de ano e meio. “Contactaram-me, e com muito gosto aceitei. É uma honra enquanto português, e não devemos esquecer as nossas raízes”.
É evidente que “podemos ter muitas críticas a apontar e também muitos elogios a fazer”, mas enquanto portugueses “cabe-nos também proteger e ajudar a promover o país a que pertencemos”, e é isso que tenta fazer, bem como participar nas várias iniciativas do Conselho da Diáspora, que tem um objetivo muito nobre, e cuja atividade não é remunerada.
Todos são voluntários nesta missão. “Como muito gosto”. Considera um privilégio “podermos ser escolhidos para pertencer a este grupo, que é um grupo que tem crescido muito”. Destaca a iniciativa que o Conselho da Diáspora teve o ano passado, que foi começar com a Diáspora Jovem, convém não esquecer que “nós temos uma diáspora jovem muito forte.”
Hoje, “os nossos jovens que estão emigrados têm qualificações muito altas”, e um potencial muito, elevado. E seria um desperdício de talento, não trazer também para dentro do Conselho os jovens que estão por esse mundo fora, a desempenhar funções nas mais variadas áreas e que permite ter uma mistura geracional fabulosa, “com toda a energia própria da Juventude, e a experiência dos mais velhos.” Para João tem sido um enorme prazer fazer parte das várias iniciativas e “espero assim continuar em participar.”
Iniciativas do Conselho da Diáspora Portuguesa
Destaca duas que são extremamente importantes, diz João Barbosa. Aliás, “devo dizer que o Conselho da Diáspora é tudo, menos elitista, é a primeira coisa que tenho a destacar, e tem uma diversidade de conselheiros muito grande, desde a área do desporto, às artes, à economia, finanças, advocacia, medicina, etc”. Têm conselheiros com uma enorme variedade, e “de uma experiência humana e profissional absolutamente fantástica.”
Tem uma capacidade de networking “muito interessante”, porque os portugueses não têm por natureza ser muito promotores de trabalho “em rede”, e o Conselho faz isso “com grande eficácia e parece-me muito interessante”.
Para além de muitas iniciativas que o Conselho tem, há duas que “eu gostaria de destacar de forma muito entusiástica; a organização do EuroÁfrica. Que se realizou o ano de 2024 pela oitava vez no verão e que promoveu encontros com temas muito variados, entre a Europa e África. Bem como a realização do que aconteceu pela primeira vez em dezembro de 2024, com o EuroAméricas.”
Esses dois eventos “para mim” são de “uma importância extrema”, porque tem a particularidade de tentar promover nas mais váriadas áreas de atividade a relação entre estes continentes, todos os núcleos regionais têm uma enorme energia em promover os contactos com o Aicep em contacto com as Embaixadas e entre os vários conselheiros, no sentido de pôr em prática iniciativas várias que promovam Portugal.
Há cerca de doze centros de competência, cobrindo desde a agricultura, pescas, florestas até às áreas da energia, e da sustentabilidade. Aproveitando a experiência que os Conselheiros têm para que em cada uma dessas áreas promovam pensamento, Benchmarketing, Webinars e todo o tipo de iniciativas que permitem de alguma forma elevar Portugal e os portugueses, e dinamizar através das “nossas iniciativas”, de ser o gatilho para a “promoção de momentos culturais e económicos entre empresas portuguesas, e entre os portugueses e empresas estrangeiras.”
É um Conselho que progressivamente, “tem crescido.” Espero que à medida que mais conselheiros se juntam e cada vez com mais energia. “Que essas atividades comecem a ter cada vez mais mais influência e ser cada vez mais eficazes na promoção de Portugal e dos portugueses.”
