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Sábado - 19 Julho 2025

EXCLUSIVO: Agência Nacional para a Energia (Adene) assume compromisso da transição energética até 2030, as renováveis são o futuro

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O Presidente da Adene, Agência Nacional para a Energia de Portugal, Nelson Lage, deixou o seu cunho sobre a ambição de Portugal no âmbito das energias renováveis até 2030. Considera-se uma pessoa positiva e acredita que até esta data, o país estará em condições de atingir as metas propostas, apostando também noutras fontes limpas. Os dados estão lançados, faltam cinco anos, e Portugal tem de se afirmar ao nível europeu e mundial nas suas capacidades e “apostar também em África, onde se encontra uma grande percentagem de jovens que são o futuro, e na literacia energética”, observa Nelson Lage.

A Adene tem grande responsabilidade de implementar tudo o que é política pública no setor da energia e o que a difere das outras organizações ou instituições, umas mais públicas, outras mais privadas, é a sua posição, encontra-se no limbo, é uma associação privada, mas de utilidade pública, reportando ao Ministério da Energia, que a distingue, e tem no centro da sua missão o cidadão.

Para o Presidente, Nelson Lage, refere que “não há transição energética se não tivermos em conta o cidadão, o jovem, e é nisso que nós trabalhamos, em conjunto com as várias entidades do setor energético. Com o meio académico, com as associações, para levar a cabo todo um conjunto de ações de política pública, sejam elas na área de eficiência energética dos edifícios, a eficiência hídrica, a economia circular, o mercado de carbono, ou seja, um leque muito grande de iniciativas em curso.” Sustenta.

A componente da formação, da sensibilização da literacia, ocupam também um espaço muito particular na Agência, sendo que, desde a sua criação, tem uma academia de formação, um olhar para a cooperação Internacional, acreditando que é no âmbito da CPLP, que podem dar um grande contributo para a formação e capacitação de jovens técnicos, dos municípios, das associações, das universidades. “Nós queremos lançar até ao final do ano uma iniciativa, – já temos em curso em Portugal, mas queremos adaptá-la, trabalhá-la com cada um dos países da CPLP para poder lançá-la.” Esclarece o Presidente da Adene.

Porquê África?

Para o Presidente, tem uma grande vantagem face a outros continentes. Tem muitos jovens e são os jovens que irão ditar o futuro. Se “queremos ter um futuro sustentável, e ter uma transição energética justa e aplicada a todos, temos que ter jovens bem formados, capacitados. Em termos energéticos, em termos de políticas de sustentabilidade. E por isso nós olhamos para esta iniciativa como o nosso contributo para essa capacitação, para essa formação, daqueles que vão ser os líderes da transição energética, que está em curso, e irá continuar durante muitos mais anos.” Daí a importância em dar “o nosso contributo, ajudando a capacitar esta geração jovem, que representa um dos fatores de distinção que o continente africano tem, face a outros continentes,” explica Nelson Lage.

Estamos em 2025, 2030 é um dos objetivos para atingir as renováveis. Qual é a percentagem das renováveis e de fósseis em Portugal? E porque é que em Portugal tem uma energia tão cara?

Segundo Nelson Lage, por um lado, a energia renovável em Portugal vai variando mês a mês. Vão apresentar esses dados da energia, em números, que compila toda a informação estatística do setor de energia.

Portugal teve mais de 80% da energia, proveniente de fontes renováveis, o país está muito bem posicionado nesta corrida. “Estamos muito impulsionados na transição energética e acreditamos que o futuro é mesmo por aí. É, portanto, cada vez mais importante apostar nas renováveis, relativamente aos preços, na verdade, segundo as entidades oficiais, não temos os preços mais caros da Europa. A questão é que temos que olhar para o preço ou olhamos para o preço na sua globalidade, aquilo que realmente aparece na fatura de cada pessoa. Temos de olhar para o preço bruto, e Portugal está muito bem posicionado. Basta ver os dados do Eurostat, e de outras instituições que trabalham os dados a nível europeu. Na realidade, nós fomos o país que respondeu muito bem à crise energética que resultou da crise com a Ucrânia.” Salienta.

Portugal soube dar uma resposta favorável, o país que melhor respondeu em termos de poupança de energia a pedido da Comissão Europeia, Portugal tem muitos casos positivos para mostrar aos colegas europeus, mas também aos colegas do continente africano.

O país pretende atuar pela vertente positiva, construtiva, de ação muito focada na literacia, porque, uma sociedade que não percebe, que não sabe, que não participa, é uma sociedade que nunca vai conseguir concluir este processo de transição energético que se pretende que seja justo e inclusivo.

Quais são os pontos e os objetivos finais passados do papel para o terreno até 2030 em relação às energias renováveis e à transição energética, o que é que Portugal pretende em 2030?

Portugal tem o seu plano nacional de energia e clima, é um programa que todos os países europeus têm que ter, e basicamente é o plano que define aquilo que é a abordagem para todo o setor em termos de energia renováveis. “Nós queremos ser neutros até 2050, recebemos a meta até 2045. Temos objetivos que vão sendo revistos até 2030, queremos aumentar a nossa quota de energia renovável. Temos de reduzir a nossa dependência de energia fóssil de forma gradual.” Refere Nelson Lage.

Estes planos vão sendo revistos, por isso aquilo que é a ambição, é sermos autónomos, podemos produzir energia renovável. O objetivo principal, é sermos o mais renovável possível, menos dependente de combustíveis fósseis. Esse objetivo mantém-se até 2030, daqui a 5 anos. A meta é muito ambiciosa e há que reforçar ainda mais na aposta da energia solar.

Sem uma aposta no solar, Portugal terá grandes dificuldades em atingir as metas globais, por isso apostou-se no solar há uns anos atrás, é decisiva para cumprir com as metas e apostar em novas formas de energia, como é o caso do hidrogénio, do biometano, ou seja, diversificar e apostar em termos de vetores energéticos e só fazendo isso, diversificando, apostando no solar e continuando a apostar nas outras fontes, quer seja hídrico ou eólica, Portugal conseguirá atingir as metas, até porque está muito bem posicionado em termos de cumprimento das metas parcelares. Em conjunto com o setor privado, com o setor institucional e Público a dar o exemplo, e com forte participação do cidadão, porque a produção descentralizada, ou seja, o solar descentralizado, só é possível com uma forte participação do cidadão.

“Eu acredito que nós vamos cumprir as metas, sou um otimista, e tudo farei, pelo menos enquanto for Presidente da Adene, dar esse grande contributo para uma sociedade mais informada e participativa, para o cumprimento das metas, que são obviamente ambiciosas.” Finaliza o Presidente da Adene.

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