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Domingo - 27 Abril 2025

EXCLUSIVO: Associação que apoia os Lusodescendentes

Destaques

A Associação Internacional dos Lusodescendentes, nasceu no final de 2019, com o propósito de preencher uma lacuna que existia. Uma associação que pudesse apoiar os lusodescendentes, de uma maneira geral, as comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo. O objetivo era sobretudo a missão de promover a língua e a cultura portuguesa lá fora. Promover o estreitamento de laços entre Portugal e as comunidades portuguesas de forma recíproca, e debater o desafio inicial que entretanto foi evoluindo. “Fomos tendo necessidade de criar delegações da Associação Internacional dos Lusodescendentes, fora de Portugal” e já “temos algumas delegações no nosso plano de atividades para este ano, com a abertura de mais delegações da AIL.”

A Associação teve o seu início durante o período da Covid. Atravessou por uma dificuldade mas “ajudou-nos a crescer ainda mais e tivemos que agilizar e criar uma plataforma digital”, criar um site, para “podermos estar em contato e comunicarmos”, porque os membros da associação acabam por ser membros quer em Portugal quer fora de Portugal, esta ferramenta digital era inevitável, e tem sido amplamente importante para alargar a rede e criar contactos com “as nossas comunidades portuguesas”, com os lusodescendentes e as associações.

“Temos feito um conjunto de atividades”, em Portugal, e lá fora, tendo sempre presente as comunidades portuguesas, os lusodescendentes, e sobretudo dar-lhes o apoio e valorização que merecem como é, por exemplo, uma das atividades que está na quarta edição, que é a iniciativa “Obrigada e Boa Viagem”. Todos os anos no final das férias, marcam presença na fronteira de Vilar Formoso. Dão alguns miminhos, e uma palavra de conforto para lhes agradecer a vinda deles a Portugal. A sua presença cá é muito importante quer do ponto de vista social, quer do ponto de vista económico. “E eles sentem muito este gesto da nossa parte.”

De reconhecer a importância da vinda deles a Portugal “é um momento muito emocionante quer para nós, quer para eles, mas sobretudo para eles que partem e deixam para trás as famílias, as suas raízes, a sua terra e com espírito de voltar de férias.” É um gesto de preocupação com as comunidades portuguesas, com os lusodescendentes, e desta relação de proximidade que estão a tentar construir todos os dias, como foi o caso, da morte do cidadão português em França, que faleceu num ato heroico ao defender os polícias franceses durante um acontecimento terrorista, e fizeram um comunicado de imprensa, nesse sentido, “solidarizarmos com este cidadão”, e família, amigos, mas sobretudo reclamar junto das autoridades francesas por um reconhecimento deste ato heroico.

“Enviamos uma carta ao município de Mulhouse, para reclamar este reconhecimento heroico e também para o Presidente da República Francesa para os sensibilizar para esta questão que seria uma condecoração honorífica justa. Apesar de não o trazer de volta à vida o cidadão Lino Sousa Loureiro será, naturalmente, uma forma de homenagear e honrar a sua Memória. Lembrar os valores de coragem, de solidariedade perante a família, os amigos e a comunidade portuguesa local que com ele vivia diariamente e está de luto.”

Em que se materializam os apoios?

Têm um contato permanente com um conjunto de associações e lusodescendentes em Portugal, e fora do país, mas dá um exemplo concreto: A propósito dos apoios financeiros de que a Direção-Geral das Comunidades Portuguesas dá às Associações que estão fora de Portugal. Todos os anos têm que fazer candidaturas para depois serem contempladas.

“Nós ainda este ano fizemos duas candidaturas, de dois projetos, um no Reino Unido e outro em França, no Reino Unido: “Portugueses in Translation Book Club”, da escritora e membro da AILD Gabriela Ruivo, “e fizemos essa candidatura que já o ano passado foi financiada. “Pretendemos que volte a ser financiada.”

Uma outra candidatura em França, que é o Literanto. É um projeto promoção da língua e da escrita portuguesa. Sobretudo do ponto de vista infantojuvenil, mas também para outros portugueses que irão aprofundar a língua portuguesa, “também nos candidatamos a este projeto”. O ano passado o projeto Literanto não foi contemplado, mas ainda assim conseguiram uma verba própria da Associação.

“Fizemos um esforço com o dinheiro das nossas quotizações, através de um apoio financeiro, por considerarmos ser um projeto extremamente importante e com um grande impacto”. Mas houve outros projetos e “já vamos também na quarta edição”, do concurso literário “As minhas férias”, em que o ano passado foi em Angola. Este ano será “As minhas férias em Moçambique”.

Ainda recentemente entregaram os prémios, dos participantes no concurso literário, em que já atingiram este ano a meta dos 200 participantes, “e com textos de grande qualidade”, que tem vindo a aumentar “e muito nos satisfaz.” Refere José Governo.

Estes são alguns, entre muitos dos nossos projetos, quer na defesa e dos direitos de lusodescendente, quer na divulgação da língua e da cultura portuguesa, no apoio à Juventude, na internacionalização e fortalecimento dos laços com as nossas comunidades. São um conjunto alargado de projetos, em que “estamos a desenvolver um mapeamento dos escritores lusófonos a residir fora de Portugal.”

“E vamos iniciar este projeto em França, e alargar depois a outras geografias do mundo, sobretudo para valorizar os nossos escritores lusófonos.” Promovê-los e ajudá-los a vender as suas obras. Mas para além disso, depois do mapeamento, poder usá-los, para fazer um sem número de atividades, no sentido de os valorizar e promover. Como será o caso de uma Feira do Livro e do autor “que vamos realizar em Portugal no próximo verão onde este mapeamento será importante.”

Países mais presentes

Pela dimensão da Comunidade Portuguesa que existe em França, é um dos países com quem “mantemos maior contato, ao qual também temos uma delegação da AILD já constituída.” Para além disso, o Reino Unido, também há uma delegação em Hong Kong, “temos gente dessa área da Ásia com quem temos mantido contato. Outra que seria impensável, temos já em contato para criar também uma delegação no Vietname. E no Brasil, que é um dos países com quem mantemos uma grande ligação e proximidade.”

Mas de uma maneira geral, vão surgindo vários contactos e “vamos cada vez mais alargando a rede, quer na Europa quer fora da Europa.” Salienta.

Projeto para futuro que queira partilhar?

Nós, temos este ano o nosso maior plano de atividades desde a nossa existência, um conjunto enorme de atividades. Estamos neste momento em negociações para a criação de uma plataforma de apoio ao movimento associativo, das associações das nossas comunidades portuguesas, através de um protocolo, pretendemos estabelecer com o sindicato dos jogadores profissionais de futebol, no sentido de haver uma colaboração, como um gesto de agradecimento pelo apoio que os portugueses têm dado lá fora sempre a apoiar a seleção, e os jogadores.

Também há um concurso literário “que vamos ter também este ano, a quarta edição, temos um projeto extremamente importante, que é a Revista Descendências Magazine, onde através dela conseguimos promover as nossas comunidades e Portugal.”

Um dos “nossos lemas é fazer parcerias”, trabalhar em colaboração e cooperação. “A nossa força em termos de associação é o voluntariado” e numa primeira fase, onde nem sequer tínhamos qualquer apoio e financiamento, que era dos próprios membros da associação, que foi crescendo e ganhando dimensão, “é a nossa maior riqueza, o voluntariado, quer em Portugal, quer fora do país.”

Onde as pessoas que entram para ILD (Associação Internacional dos Lusodescendentes), ficam apaixonadas e acabam por se dedicar enormemente. E é por isso que nasce este conjunto de projetos, a Descendências Magazine, a sua capa tem obras de capa, ou seja, é um artista das nossas comunidades que todos os meses pinta a capa da revista e no final do ano juntam essas 12 obras “que fazemos exposição no Instituto Camões” e depois, essa exposição percorre outros países para divulgar a obra.

Há outros projetos que querem e pretendem desenvolver, e tem a ver com o encontro o “Projeto lusodescendentes”, que é uma exposição que tem, sobretudo a ver com pessoas que têm a visão diminuída. Onde se explora a questão do sentido e das emoções, e também outros projetos, como os luso eleitos do mundo. Este projeto que têm vindo a desenvolver sem qualquer apoio do Estado, mas sabemos que o Estado, tem apoiado este projeto a outras associações, e que é uma campanha para estudar em Portugal, no sentido de motivar e sensibilizar os nossos estudantes que estão lá fora, a virem fazer o ensino superior em Portugal, onde “identificamos 10 motivos para poderem vir a Portugal: onde se insere a questão do turismo, do clima, a da qualidade das nossas universidades, da segurança, e a nossa gastronomia.”

Que pode dinamizar dois pontos, a questão económica, e a questão da natalidade, que vem ajudar a atenuar esse efeito. São atividades e projetos que estão de acordo, sempre com aquilo que também são os desígnios e a importância e o melhor para o país e muitos dos nossos projetos são também aqueles que são articulados com as Universidades das Comunidades Portuguesas “e trabalhamos em sintonia naquilo que são os objetivos. É uma associação que tem vindo a crescer em dimensão.”

Associação AILD começou com uma ideia de seis pessoas. Depois aumentou para o número suficiente e constituir os órgãos sociais, e tem vindo ano após ano, a crescer em dimensão, em trabalho, em visibilidade. Mas, sobretudo o que importa é naquilo que são os seus objetivos e missão; que é promover Portugal, a sua cultura, a sua língua. E estreitar relações entre o país e demais do mundo “onde temos comunidades portuguesas, estreitar esses laços para que cada vez mais se mantenham ligados a Portugal.

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