O Jornal Comunidades Lusófonas entrou em contacto com a neta de Aristides de Sousa Mendes, o Cônsul de Bordeús. A sua memória ficará agora perpetuada na sua antiga casa do Passal, em Cabanas do Viriato, que foi recuperada para albergar todo o espólio da família e não apenas, o museu onde todos poderão ver ao vivo a sua história e a obra deste humanista. A neta Sheila Abranches confidenciou-nos a importância deste espaço. “Todas” as memórias podem ser acedidas agora neste Museu, dedicado aquele que é um dos portugueses mais reconhecidos em todo o mundo, no que diz respeito ao trabalho nobre como humanista e ser humano.
Sheila Abranches começou por dizer que nos primeiros tempos da restauração gostava de ver o progresso de longe e de uma perspetiva emocionalmente desapegada. No entanto, estar presente pessoalmente com sua família imediata e tantos primos, filhos de beneficiários de visto e apoiantes de longa data foi muito emocionante! Finalmente ser testemunha e participante de uma celebração tão alegre foi incrível! A casa está espetacular. Também foi um sabor agridoce pensar naqueles que não estão mais entre nós.
Também disse que este museu é uma homenagem ao seu avô, Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches e à sua coragem durante a Segunda Guerra Mundial. “O meu pai era o filho mais novo, o décimo terceiro, e era um menino durante a guerra.” Sheila chegou sem expectativas e ficou muito feliz com a forma como tudo aconteceu. Toda a equipa que tornou o sonho desta família em realidade e fez um trabalho incrível e “fico maravilhada quando penso em tudo o que teve que acontecer para tornar esse sonho realidade”. Todos os membros da família que se dedicaram à restauração do seu avô, bem como todos os outros que participaram nesta jornada.
O ponto de vista da família sobre o Museu
A família ficou muito satisfeita com o museu. Porque “somos uma família tão grande e fomos criados em países diferentes, não ouvimos todas as mesmas histórias e passear pelo museu deu-nos oportunidades de aprender novas informações que foram partilhadas por diferentes ramos da família”. Pessoalmente, está muito satisfeita e agradada por saber que a história do seu avô tem agora um lugar permanente na casa que comprou e transformou em lar “com a minha avó, os seus filhos e familiares alargados”. Disse Sheila.
Quando ela entrou na casa, o sentimento que ela teve foi muito profundo: “Achei a cerimónia antes de entrarmos no museu por momentos muito emocionantes. Na hora de passear pelo museu, “fiquei muito animada por percorrer todos os espaços que meu pai falava quando éramos pequenos e tivemos que passar por eles algumas vezes. Também achei as cerimónias noturnas muito emocionantes.”
O Museum é agora uma realidade, por isso Sheila recomendaria uma visita definitivamente a este museu, os jardins circundantes e o parque acima a quem visita Portugal. (A estátua de Cristo foi encomendada depois da família voltar do Brasil e há duas árvores perto da igreja, uma do Brasil e outra da Califórnia.)
