No menu items!
7 C
Vila Nova de Gaia
Segunda-feira - 24 Março 2025

EXCLUSIVO: Coliseu do Porto a sala de espetáculos mais acarinhada pelos portuenses

Destaques

Sara Coelho, Diretora de Comunicação do Coliseu do Porto, proporcionou ao Jornal Comunidades Lusófonas uma visita guiada aos lugares menos conhecidos do Coliseu. É uma das salas de espetáculos mais emblemática e única da cidade. Foi construído em 1941, mas não foi mandada construir por Salazar. Sofreu um incêndio em 1996, no palco do mesmo, “mas ficou circunscrito a essa parte, felizmente” revela a Diretora de Comunicação. Nunca sofreu obras de fundo desde a sua abertura até ao momento. Também foi cobiçado pela IURD, (Igreja Universal do Reino de Deus), para pregarem a “fé”, mas os portuenses não embarcaram nessa conversa e revoltaram-se, chegando a haver manifestações de protesto contra a venda do Coliseu, com grandes ondas populares pelas ruas da invicta.

O Coliseu conta com três andares e até tem um espaço subterrâneo onde se fazem jogos. No sítio onde houve o incêndio está agora protegido por uma cortina de ferro, e se houver alguma fatalidade a cortina fecha-se. Esse incêndio permitiu o melhoramento do palco, modernizá-lo com tecnologia muito moderna.
Nunca encerrou, no palco que ardeu, permitiu que se fizesse um palco avançado e realizar espetáculos, como foi o caso do circo, nesse ano o circo teve lugar, e desde a sua abertura até ao momento houve sempre circo no Coliseu do Porto.

A capacidade é de 4000 pessoas na plateia em pé e 3000 quando são espetáculos de plateia sentada, como é o caso da Ópera.


Os concertos de Pop e de Rap têm enchido, “o Rap é o novo Rock”, e sempre que há espetáculos de Rap a sala esgota sempre, em breve vão ter T-Rex, Van Zee, e o “Stand up Comedy” também enche sempre, como por exemplo “A porta dos fundos”, a “Bumba na Fofinha”, e Joana Marques com o “Extremamente desagradável”.

A Ópera de “O Barbeiro de Sevilha”, seguramente vai estar cheio, e em março “vamos ter a “Maria da Fonte”, Pois “podemos fazer grandes óperas porque temos dois fossos de orquestra.” Salienta a Diretora.

A cave do Coliseu do Porto, muito pouco conhecido pelo público.

Recuando no tempo, o Coliseu quando estreou no ano de 1941 não foi recebido da melhor forma, porque questionou-se a construção de uma obra destas, algo luxuosa com muito glamour, mas esta sala é muito democrática e de acesso a toda a gente.

Foi construído por uma seguradora, uma empresa privada que tinha esses meios e que poderia ser rentável, e foi. Na altura havia muito cinema, as salas enchiam, houve sempre muita ópera, e circo também, havia muito música clássica. Hoje em dia tudo acontece aqui, congressos, eventos privados, concertos, circo, ópera, bailado, e muito mais.

O Coliseu é uma Associação sem fins lucrativos, é privada, mas é de utilidade pública e é está sob a tutela de três parceiros públicos: Ministério da Cultura, da Câmara do Porto, e da Área Metropolitana do Porto.

“Nós fazemos a produção de serviço público, como a ópera, música clássica e circo, e os promotores têm a sala aberta para poderem fazer os seus espetáculos comerciais. E escolhem qual é a tipologia de sala que querem. Para a plateia em pé têm de recolher quase 900 cadeiras, os nossos técnicos têm de guardá-las no sub-palco.” Explica Sara Coelho.

Obras de Restauro

A CCDRN, vai lançar um aviso para o Coliseu, os municípios chegaram a acordo para financiar as obras em 2.7 milhões de euros, “estamos à espera que essa candidatura abra para nos podermos candidatar, não vamos conseguir fazer as obras todas, mas pelo menos o essencial”. A Cúpula, torre e fachadas. Neste momento “estamos a remodelar o telhado, era uma urgência, porque no inverno tivemos alguns problemas com a chuva, estamos a falar de uma casa com 83 anos”, e a Associação conseguiu alguns parceiros e a obra está a decorrer.

A diretora salientou que “a nossa ópera na nossa programação e na nossa história é fundamental, vamos estrear a ópera “O Barbeiro de Sevilha”, em setembro. Na música vai haver espetáculo de Ney Matogrosso, também temos o teatro, e o Steve Hogarth, vocalista dos Marillion que eram uma banda de culto independente. O Miguel Araújo vai fazer aqui o 50º concerto Coliseu, contou com todos os concertos coliseu que realizou e o 50º vai acontecer aqui.”

“O Coliseu tem várias salas, o salão jardim, está atualmente dedicado ao nosso Serviço Educativo, uma sala para trezentas pessoas, e há lá concertos. Lá em cima temos o Salão Ático, temos também outra sala, o Lounge Ageas.”

Também têm uma escola em residência artística, uma Adega, na qual houve pela primeira vez um evento, baseado no “Stranger Things”, com sala cheia. “Ninguém conhece isto”. Também têm algumas exposições permanentes nos corredores com alguns dos cartazes dos artistas que estiveram cá, alguns objetos alguns recortes da época: Bob Dylan, Ray Charles, BBKing e outros.

Ver Também

EXCLUSIVO: Uma gala para as pessoas com deficiências complexas

Para a comunidade lusófona de Toronto, o mês de Março começou logo com um evento: a gala anual da...