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Terça-feira - 11 Novembro 2025

EXCLUSIVO: Como está a comunidade chinesa em Portugal?

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Lídia Wen é Chinesa e veio para Portugal como uma espécie de “destino da vida”, nas palavras da mesma. Frequentou a Universidade Nova de Lisboa em 2011, 2012 a frequentar a cadeira de Português. Foi a primeira vez que tinha saído da China numa viagem tão longa de Pequim até Lisboa, fazendo transbordo noutras paragens. Assim que chegou ficou apaixonada pelo país. O clima perfeito, a gastronomia portuguesa é fantástica. As praias e os portugueses cativaram o coração de Lídia Wen, que revelou ao Jornal Comunidades Lusófonas, num tom aprazível.

Lídia Wen

Depois dos estudos em Portugal teve de regressar à China, trabalhou em Pequim e Macau, e naquele momento começou a lei de vistos Gold em Portugal.

Foi o momento perfeito, começou a trabalhar nessa área e ter mais indicações entre a China, Macau e Portugal. Iniciou-se na área da imobiliária e imigração, ajudando os investidores chineses a investir em Portugal e a comprar imóveis e obtenção de residência.

Começou a sua vida outra vez por terras lusas e a viajar entre China e Portugal. Em 2016, pensou que era mais mais fácil viver cá e fazer mais negócios por aqui.

Além dos vistos Gold, também faz negócios de importação e exportação, nomeadamente vinhos portugueses. É um dos produto mais conhecidos na China, onde se insere também o azeite, pois é de boa qualidade. Não há muitos chineses que conheçam bem Portugal e também não conhecem bem os produtos, e Lídia Wen faz essa ponte entre Portugal e China. A sua facilidade de comunicação em várias línguas dá-lhe essa vantagem de poder comunicar nestes dois países. Fala Mandarim, Português e Inglês.

Quando era estudante em língua portuguesa, tinha como objetivo ser interpréte e tradutora, mas o futuro é quem dita as regras.

Ao mesmo tempo que aprendeu português, também aprendeu um pouco sobre a história de Portugal, e da Europa, Geografia e música. Gosta imenso do fado, “é o Sol, é a alma de Portugal”, refere Lídia, e pretende conhecer ainda mais a cultura portuguesa.

O significado de “Ventos Altivos”

Os “Ventos Altivos” foi o nome escolhido criteriosamente, pois “são palavras básicas e mais fáceis” refere a mesma. Significa que o vento é mesmo forte, pode voar em todo o mundo. “É o negócio que faço neste momento entre a China e Portugal e também no futuro o possa expandir para a América e outros países. O vento pode atingir qualquer Monte.” Por esse motivo escolheu esse nome, revelou Lídia Wen.

Está a trabalhar em Portugal há quase 10 anos, veio para cá em 2016, pela segunda vez, sendo que em 2011 esteve cá a estudar, ao todo está cá há 15 anos, entre estudos e trabalho.

O que é que fazem concretamente os Ventos Altivos?

“Fazemos vários negócios. Em primeiro lugar na área do investimento, que pode ser imobiliário, fundos, nomeadamente a clientes asiáticos que queriam obter a resistência em Portugal, ainda existem os vistos Gold, portanto, damos ajuda para obtenção de residência, bem como ajudamos empresas chinesas, em busca de novas oportunidades de negócios, uma vez que hoje em dia, a maioria dos produtos que nós usamos, a roupa e outras coisas, são feitas na China,” esclarece Lídia Wen.

Muitas empresas chinesas também querem vir para cá realizar os seus negócios, como por exemplo o carro BYD elétrico. Bem como empresas ligada à energia, nomeadamente a EDP, que uma parte foi comprada por empresas chinesas. De salientar a Three Gorges, que já está cá há mais de 10 anos.

A Galp também pertence a uma empresa chinesa da energia, mas detém 15%. As empresas nacionais, empresas gigantes, grupos da China estão a investir muito em Portugal, inclusive na Hotelaria, e também têm em vista o mercado da língua portuguesa, o Brasil, e todos os países onde se fala português, estão na mira dos investidores chineses. E Moçambique, não é exceção.

Qual é a visão têm os Chineses dos portugueses?

Os chineses, que já têm amigos portugueses, gostam imenso dos portugueses, porque são muito parecidos com os chineses, “temos uma personalidade parecida, não somos muitos agressivos. E somos amigos e temos laços há pelo menos 500 anos.

Temos uma relação diplomática e negocial muito boa. Esta relação vê-se no bom sucesso na área de investimento. Portugal está aberto a toda a gente, não apenas aos países Ocidentais, como também no mundo oriental, e a China está a ocupar um lugar muito importante em todo o mundo, por isso os chineses gostam imenso dos portugueses. Têm muito boa impressão, são simpáticos. Os chineses também são pessoas semelhantes, também gostam muito de ajudar,” afirma.

A Comunidade chinesa em Portugal não é muito grande, tem menos de 30 mil em todo o país, em Lisboa, estão a viver cerca de cinco mil, não devem chegar aos 10 mil. É uma comunidade bem integrada no país, e até participam em eventos culturais onde os portugueses atuam, como seja as festas de Santo António em Lisboa.

Também fazem eventos do ano chinês na Praça do Martins Moniz, em Lisboa e às vezes no Casino Estoril.

Uma Mensagem aos governantes portugueses e chineses

Lídia Wen refere que é preciso apoiar mais as empresas locais portugueses e envolver mais eventos na China, e mais intercâmbio e intervenção em eventos nos dois lados. Por exemplo, os governantes, portugueses, “têm que ter uma visão e missão empresarial mais abrangente, proporcionar mais integração, ir à China para absorver in loco, mais tecnologia, porque a inteligência artificial é uma realidade presente, e a China e a Coreia estão muito avançados nessa área. Há que trazer mais tecnologia para Portugal, para que possa competir com os melhores no mundo. Esta é a minha mensagem, e também um desejo, para que os governantes portugueses possam ouvir, termina Lídia Wen.

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