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Sábado - 19 Julho 2025

EXCLUSIVO: De Braga até França – “Sou muito perfecionista”

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Mário Fonseca, é mais um daqueles casos de sucesso de emigrantes portugueses pelos quatro cantos do mundo. Da sua pequena terra, perto de Braga, lançou-se para o mundo. Era pintor em Portugal e foi para Lyon em 2003 para passar a passagem de ano com a irmã. Tentou a sua sorte e ao fim de um mês conseguiu trabalho, não como pintor, mas como ladrilhador. Considera-se um perfecionista, e não deixa por mãos alheias o seu trabalho. Esse é o segredo do seu sucesso, de empregado passou a empreendedor, subcontrata profissionais nessa área, mas confessa que é muito difícil arranjar mão de obra especializada.

Em Portugal trabalhava com o irmão, era pintor de casas. Houve uma altura que havia menos trabalho e como tinha a sua minha irmã em França, resolveu ir e aproveitou para experimentar se se habituava ou não.

Chegou lá a 26 de dezembro de 2003. Esteve um mês sem arranjar trabalho, queria continuar a trabalhar na sua área, mas não foi possível.

Conheceu um português que era ladrilhador e precisava de uma pessoa que assentasse azulejos. Trabalhou quase 18 anos para esse senhor.

A partir de 2013 acumulava dois trabalhos, um para esse empresário português, e à noite e aos fins de semana trabalhava por conta própria, detinha a sua microempresa, a fazer pequenos trabalhos.

Em 2021, tendo em conta que era muito solicitado nessa área, na sua microempresa, deu o salto, deixou o seu patrão e dedicou-se a tempo integral e constituiu a sua empresa.

“É muito difícil arranjar profissionais para esta área”, desabafa Mário. Não tem empregados ao seu encargo, subcontrata com empresas da especialidade. Paga em média 5 500 euros a essas empresas por mês por cada trabalhador, “é caro, mas compensa-me”, refere o mesmo.

Fonseca Carrelage

As microempresas, em França obedecem a alguns critérios, não podem auferir mais do que 35 mil euros por ano. Por esse motivo, e porque expandir mais o seu negócio, Mário Fonseca teve de fechar essa micro empresa e abriu a empresa, “Fonseca Carrelage”, ladrilhador.

Não tem empregados, subcontrata mão-de-obra a agências da especialidade. Que têm pessoas para trabalhar nas obras, na pintura, carpintaria, trolhas, montadores de azulejos, ladrilhadores etc. Não fica barato, bem pelo contrário. Mas é assim que trabalha.

De Vila Verde, Braga para o mundo

Grande parte da sua família está em Portugal. Quando Mário fez 40 anos, a mãe, irmã cunhado e sobrinhos, fizeram-lhe uma surpresa, foi a primeira vez que a mãe andou de avião aos 79 anos! Ficou muito contente com essa surpresa engendrada pela esposa e mãe.

Em relação à sua empresa confessa que “não foi fácil tomar a decisão” de um emprego fixo, para dirigir o seu próprio negócio, mas as coisas parece estarem a correr de feição e quase não tem tempo para mais nada.

Trabalha em média 14 horas por dia, e tem apenas um dia de descanso semanal, o domingo, que passa com a mulher e os filhos.

É um trabalho que lhe exige muito tempo, tem de fazer o seu trabalho e organizar a agenda para o dia seguinte, descarregar a carrinha e voltar a carregá-la no dia seguinte, sai de casa às 7 horas da manhã e regressa por volta das 21 horas da noite. Trabalha muito, “mas é compensador.”

“Nunca me senti discriminado, aqui em França, aliás, pelo contrário”, os clientes, “estão todos contentes com o meu trabalho, sou muito perfecionista” e isso dá-lhe muitas mais valias e muita vontade em continuar a trabalhar.

Qual é o seu objetivo com a sua empresa?

“O meu objetivo, é que eu gosto de fazer as coisas com calma. Os meses mais atarefados vão de março a outubro, há sempre muito trabalho nesses meses, e não tenho mãos a medir,” observa Mário.

Quando tem mais trabalho subcontrata trabalhadores, não tem que pagar impostos pelos mesmos o que lhe trás muitas vantagens em termos de fiscalidade.

Paga em média 5 500 euros por mês à Agência que subcontrata esses trabalhadores, “fica dispendioso, mas compensa”.

Também confessa que é muito difícil, mesmo com portugueses, conseguir arranjar pessoas responsáveis, “é mesmo complicado”, observa. Por ser muito perfecionista, tem alguma dificuldade em arranjar pessoas que façam o trabalho ao seu jeito, pois considera os detalhes, os pormenores muito importantes e que fazem a diferença de um trabalho bem feito, e que deixa os clientes muito satisfeitos. E é esse o segredo do seu sucesso!

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