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Segunda-feira - 9 Dezembro 2024

EXCLUSIVO: Do infinito oceânico às imponentes montanhas Andorranas

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“Entalada” no sopé das sumptuosas montanhas, Andorra tem o seu cantinho reservado. José Luís foi mais um português que decidiu mudar de ares depois de acidente de viação em Portugal. Deixou o Mar e fixou-se no enclave montanheiro do Principado de Andorra. Quis o destino levá-lo, e lá conseguiu ter uma vida diferente. Foi Conselheiro Suplente, durante muitos anos e Conselheiro durante cinco. Dedicou 12 anos da sua vida ao CCP (Conselheiro das Comunidades Portuguesas).

“Foi um trabalho muito bom desde 2004, em que unimos o movimento associativo em torno de uma só voz onde fizemos e lançámos alguns projetos, como foi o “fundo de apoio”, e a proposta da geminação entre Viana do Castelo e a cidade de Andorra,” depois a inauguração de uma ponte dedicada à Comunidade Portuguesa, a ponte de Lisboa, “foi um trabalho em conjunto, na afirmação da Comunidade portuguesa em Andorra.”

Em Portugal, trabalhava, numa empresa de exportação da Madeira no Norte, em Vila Praia de Âncora e no dia 30 de junho de 1990, sofreu um acidente de viação grave, e a partir daí “necessitava de apanhar um bocado de ar” e como tinha minha irmã em Andorra, decidiu ir. Chegou no dia 4 de setembro de 1990 e depois, durante esse tempo, o seu percurso foi; primeiro a integrar-se em Andorra através de idioma, das instituições Andorranas e posteriormente dedicou-se à comunidade portuguesa a partir do ano 1996, “quando criamos o grupo de Folclore Casa de Portugal.”

Com o grupo de folclore, foram crescendo a nível cultural até aos dias de hoje, que é uma referência da Comunidade da Portugalidade em Andorra.

Neste momento trabalho numa companhia de seguros. É comercial de seguros para as empresas e tem um contacto muito próximo com os empresários portugueses e com a Comunidade portuguesa em geral.

Conseguiu arranjar de imediato emprego, foi chegar e começar a fazer o processo de Autorização de Imigração, que em 1990, ainda era um processo um bocadinho complicado, mas conseguiu autorização de residência e trabalho. E no dia 5 de Outubro “comecei a trabalhar num hotel como chefe de receção e depois passei a empregado bancário para um banco português. Depois fiquei num banco Andorrano e há 14 anos, sou comercial numa empresa de seguros aqui do país. Eu tenho o 12º ano de escolaridade e vários cursos.”

Está em Andorra há 34 anos

“Eu não vejo o emigrante como o coitadinho, “da mala de cartão” que saiu de Portugal. Eu vejo emigrante com uma oportunidade de crescer na vida.” Porque Andorra tem as condições de qualidade de vida, de trabalho e de progresso. “Vejo o emigrante como uma pessoa que se deve instalar, integrar e não ser assimilado. A partir daí tem todas as oportunidades, e a Comunidade portuguesa é exemplo disso”, tiveram muitas oportunidades e têm oportunidade de crescer, de abrir as suas empresas, de se estabelecer, criar os seus filhos no Principado. É um país próspero, para viver, não para emigrar, porque “não concebo ver o emigrante” “da mala de cartão” repito”. Buscar uma vida melhor, “isso não”. Em vez de viver em Portugal, vive em Andorra com todas as valências que o país tem para qualquer cidadão.

A imponência das montanhas

“As montanhas cercam-nos, estamos cercados de montanhas de alta montanha. O que tem o seu encanto nas quatro estações do ano. Mas a visão é um pouco limitada.”

De vez em quando também necessita de alargar horizontes, porque também é um homem de praia, “sou de Vila Praia de Âncora”, também necessita de abertura, de ver a infinidade do mar. De vez em quando vão de carro até à zona de Barcelona, Tarragona e ali têm a oportunidade de desligar das montanhas e de expandir a vista e ver o mar.

Casou no ano 1992 com uma moça também da sua terra, de Vila Praia de Âncora “que já nos conhecíamos”. Têm dois filhos, uma com 28 anos e outro com 24, “já temos uma neta com um ano meio”.

Ultrapassadas as barreiras linguísticas, das Instituições e das Associações Andorranas. Cinco anos depois “virei-me para a Comunidade Portuguesa, onde fiz parte da Associação de Residentes Portugueses em Andorra. Onde criámos o grupo de folclore Casa de Portugal a 1 de Maio de 1996.” Isso levou-o a ser Conselheiro das Comunidades Portuguesas (CCP), também sempre virado para a comunidade portuguesa e a reivindicar também algumas valências, como foi o ensino do português em Andorra.

Abertura do consulado que depois virou Embaixada, sempre a defender a Portugalidade e promover a cultura portuguesa através do grupo de folclore e do futebol, com o Futbol Club Lusitanos que fez parte, sempre ligado ao movimento associativo. Sem descuidar também a integração e fazer eventos em que a comunidade portuguesa participe também com a sociedade Andorrana.

“Isso levou-nos a criar no ano de 2021 a exposição “Retratos de hoje e de antes”, “onde fomos com os trajes portugueses aos museus de Andorra. Vamos inaugurar dia 24 de Julho, a exposição “Integrados”, que já passou pelas sete câmaras do Principado de Andorra iniciando o percurso no Ministério da Cultura do Principado. “Vamos inaugurar no dia 24 de Julho a exposição “Integrados” onde nós fomos com o traje tradicional português, ao património arquitetónico, às igrejas, às pontes. No fundo, recriar cenas do quotidiano português e que está a ter um êxito em Andorra. Depois, no dia 16 de Agosto, vai estar exposto, também em Viana do Castelo, na Praça da República, coincidindo com a romaria d’Agonia.

No dia 26 teve lugar a assinatura do acordo de Geminação de Viana do Castelo com a capital com Andorra-a-Velha, e no dia no dia 16, 17 e 18 de agosto, vai estar lá uma comitiva de Andorra-a-Velha para assinar em Viana o acordo de geminação, e assistir também à inauguração da exposição “Integrados.”

Como é que vêm, os Andorranos os portugueses?

“Somos cerca de 9 000 portugueses em Andorra, aproximadamente 11% da população.” Os Andorranos vêm uma comunidade próxima. Porque foram os portugueses que ajudaram a fazer a Andorra moderna dos dias de hoje e a partir daí “são gente próxima, gente, integradora”, que não se mete em problemas e que são trabalhadores sempre amáveis, sempre participativos e, com estas qualidades todas os portugueses são bem considerados. E portanto, estão integrados. Há trabalho, talvez agora como em todo o lado, a dificuldade para aceder ao alojamento, tirando esse aspeto negativo a Comunidade portuguesa está bem vista aqui no Principado de Andorra.

Como são tratados pelo Consulado Honorário

O consulado foi encerrado em 2011. “Nós temos o consulado honorário aqui em Andorra, mas dependemos do Consulado de Barcelona e da Embaixada de Portugal em Madrid” e o trato é fluido.

No passado domingo dia 7 de julho realizamos a nona edição do mercado tradicional do Feirão numa praça pública de Andorra-a-Vella.

“Recriámos um mercado à moda antiga do início do século XX, daí das aldeias e das vilas de Portugal, com cinco zonas temáticas. Onde temos o artesanato, os enchidos, os azeites, os doces e também o pão, natas e todo tipo de doces portugueses. Recriamos também uma tasca onde podemos saborear o vinho verde português, comer bolinhos de bacalhau, pataniscas rissóis, todo o tipo de iguarias portuguesas que a nossa gente prepara.

Recriamos ali também com o grupo de Folclore, um ambiente de dança de convívio com as pessoas que vêm assistir ao Feirão e onde vamos contar também com a presença do Presidente da Câmara de Andorra-a-Vella e vereadores, e eles adoram vir. Desde Ministros: o Primeiro-Ministro, deputados, presidentes da Câmara, adoram e sobretudo o que é à base de bacalhau, pois eles adoram todas essas iguarias.”

No dia 24 de julho inauguramos a nossa exposição “Integrados” na paróquia das Escaldes-Engordany, onde vai estar também a Presidente da Câmara de Escaldes-Engordany, uma das sete paróquias, e vai estar em exposição no espaço Museológico das Escaldes-Engordany Borda Cal Paleta até a meados de Agosto. Depois a 16 de agosto, coincidindo com a Romaria d’Agonia, inauguramos em Viana do Castelo, a exposição “Integrados”. Alguns elementos do grupo vão também participar no desfile da Mordomia, e temos a inauguração da exposição e a assinatura da geminação de Viana do Castelo com Andorra-a-Velha.

A mensagem que deixamos aos governantes portugueses é “que se aproximem das comunidades portuguesas, porque são grandes embaixadores de Portugalidade e são os grandes promotores de que os nacionais dos países onde residem conheçam Portugal e frequentem também e visitem Portugal. São grandes promotores do turismo em Portugal.”

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