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Quarta-feira - 22 Janeiro 2025

EXCLUSIVO: “Em casa é basicamente portuguesa, (…) e depois é acompanhar a televisão porque temos por hábito ver sempre o telejornal”

Destaques

Nome:
Pedro Lobo

Idade: 54 anos

Profissão: Professor do Ensino Secundário

Há quanto tempo vive fora de Portugal: Vai fazer 30 anos em 2025, mas vivi 6 anos em Angola mas nasci por “acidente” em Fafe. Porque os meus pais, quando casaram, tiveram a Lua de Mel bastante mais tarde, e então, quando a minha mãe foi para para Fafe para celebrar as bodas, no Verão, estavam de regresso para Angola, (a minha mãe é natural de Angola), tinha entrado no último trimestre da gravidez e os médicos em Portugal disseram-lhe que não podia fazer uma viagem tão longa.

E então os meus pais decidiram ficar em Fafe naquele ano. Eu nasci em Fafe, e com sensivelmente 6 meses fomos para Angola, ou seja, cresci em Angola até aos anos 70/75, na altura da Independência de Angola e depois vivi 20 anos em Fafe, e vim para Macau onde vivo há 30 anos.

O que faz para matar as saudades: A culinária aqui em casa é basicamente portuguesa, sem dúvida nenhuma e depois é acompanhar a televisão porque temos por hábito ver sempre o telejornal na RTP Internacional, embora seja um bocadinho crítico do modo como a RTP Internacional funciona. Mas temos a “sorte”, a virtude de termos em Macau 4 jornais em língua portuguesa, 3 diários e um semanário. Também há uma rádio em português e temos uma televisão em português. Isto tudo para 8 000 mil habitantes, (2500/2100 portugueses) somos quase 800 mil e toda esta panóplia de meios de comunicação social permite-nos manter e acompanhar o país, através das notícias. E de algum modo matando as saudades até ao Verão.

Macau, logo a seguir ao Rio de Janeiro, é considerado como a maior área de calçada à portuguesa.

Está bem preservada e protegida a calçada portuguesa. Tivemos calceteiros de Lisboa que vieram para Macau fazer formação a locais, ou seja, houve o cuidado de manter a cultura para lá de 1999.

Os traços arquitetónicos da velha Macau são basicamente portugueses, as casas antigas. O traço é tipicamente português europeu. Os nomes das ruas têm nome da rua chinês e por baixo tem o nome da rua em português. Os anúncios são todos nos autocarros, na televisão, nos cafés, nos hotéis, todos eles em português e em chinês, por isso há uma permanência da língua, às vezes com alguns atropelos, mas é normal. Mas há essa permanência da língua e da cultura portuguesa em Macau. Isso ajuda-nos a matar as saudades.

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