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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

EXCLUSIVO: Estudou no MIT e trabalhou na Amazon

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Ricardo Baptista começou a estudar Engenharia na Universidade de Toronto, o equivalente à licenciatura em Engenharia Aeroespacial, pois nutria muito interesse nessa área. Tinha uma paixão relacionada com aviação e queria ajudar no desenho de aviões.

Ricardo ao pé de uma turbina de avião, onde se sente como um peixe na água

Mas ao longo do curso e após alguma experiência que teve na indústria Aeroespacial, interessou-se mais na parte computacional, que é usada no desenho de aviões, em particular, em tentar perceber melhor matematicamente tudo o que é usado neste processo de Engenharia. Fez o doutoramento na área de Matemática Aplicada e Computacional, no MIT (Massachusetts Institute of Technology), onde também fez o mestrado.

“Estive lá de 2015 até 2022 a estudar em várias áreas,” começa desta forma Ricardo Baptista. Fez a sua tese relacionada com a “Quantificação de incertezas no desenho de sistemas em Engenharia”.

“Em ciência temos sempre várias fontes de incerteza. E como é que podemos quantificar as incertezas, que depois podem ser usadas para desenhar um avião ou outro sistema.” Explica.

Com estas incertezas e criando sistemas que podem ter alta probabilidade de sucesso, como por exemplo, em que condições é que o avião vai viajar? Como é que está o tempo? Toda essa temática foi o foco da sua tese. Depois do Doutoramento, mudou-se para a Universidade Caltech (California Institute of Technology) para fazer o Pós-doutoramento. O nome oficial da posição era: Von Karman Instructor.

À esquerda Ricardo Baptista com um colega na Caltech

Esteve lá até há pouco tempo como um instrutor no departamento de matemática computacional, e teve a oportunidade de continuar o seu trabalho científico, e tentar desenvolver métodos para quantificar incertezas para também poder usar vários modelos.

“Temos, por exemplo, modelos físicos com dados que nós relacionamos, e tentamos usar toda esta informação para quantificar estas incertezas e tentar perceber melhor certas quantidades que não podemos observar diretamente.” Como por exemplo, “como é que podemos fazer previsões do tempo, usando só modelos que não são muito precisos e informação muito limitada. Mas como é que podemos podemos juntar estes dados para fazer previsões que sejam precisas?” É um tema bastante complexo e difícil de explicar.

Na universidade, fez trabalho de investigação e deu aulas aos estudantes ao nível da licenciatura e doutoramento, com várias turmas relacionadas com Matemática Computacional. Esteve temporariamente na Amazon a fazer pesquisas e desenvolver projetos com a gigante Norte-Americana.

Continuo envolvido na Caltech, mas neste momento encontra-se em transição, porque vai começar como professor na Universidade de Toronto, a partir de setembro de 2025, “que por acaso é a universidade em que fiz a licenciatura”. Onde lecionará Ciências Estatísticas.

Nasceu em Toronto, no Canadá, mas os pais são portugueses e emigraram há muitos anos. “A minha mãe era professora de Português, e uma das coisas que foi muito importante para mim e que tenho muito que agradecer aos meus pais, é que em casa falávamos sempre português, pois era muito importante manter a ligação com Portugal”.

A mãe sempre o motivou, e encorajou a ter aulas de português, frequentou até ao 12º ano. Durante a semana, depois da escola “normal” na qual tinha aulas em inglês, e à noite frequentava as aulas de português.

“Era importante para mim, sentia-me ligado a Portugal e com a ajuda dos meus pais, tornei-me português, tenho o cartão de cidadão.” Neste momento tem dupla nacionalidade.

O seu pai é natural dos Açores e a mãe cresceu perto de Aveiro. Ela nasceu na América do Sul, mas fez maioria da vida adolescente perto da cidade dos ovos moles.

Alguma vez se sentiu discriminado?

“Mas eu nunca senti que houvesse discriminação por parte dos meus colegas, ou de outros académicos com quem me envolvi e relacionei, aliás digo sempre que sou português, nunca tentei esconder esse fato, porque é importante para mim ter nacionalidade portuguesa e queria também a que as pessoas soubessem. Houve alturas em que quando eu falava que era português, muitas pessoas que tinham visitado o país, mostravam sempre muito interesse, pois achavam Portugal muito bonito”. Uma realidade experienciada por muitos emigrantes.

Quando era mais pequeno, e porque ainda tem ainda muita família em Portugal, a avó ainda vive perto de Aveiro, ia todos os anos passar as férias de verão, nomeadamente nos meses de julho e agosto. Também “passava nos Açores, onde o meu pai é originário, e também para manter a ligação com Portugal e continuar a manter a língua portuguesa, e sentir-me ligado à cultura, à gastronomia e à vida de Portugal na sua generalidade.” Concluiu.

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