Teve lugar ontem, dia 24 de fevereiro, no Instituto Multimédia do Porto, a apresentação dos estudantes São Tomenses à Associação Santuga, de seu Presidente, Pedro Vilar, e demais responsáveis da Associação. O Diretor do Instituto Multimédia, falou ao Jornal Comunidades Lusófonas sobre este tipo de iniciativas, que visa aproximar ainda mais estes países a Portugal e dotá-los de ferramentas, para que possam terminar os estudos, na área da Multimédia, e não só. Ajudar a dotar quadros mais especializados, e superiores com a continuidade da sua formação numa Universidade em Portugal, e regressarem ao seu país com o Know How pretendido.

Nelzy Correia, de 17 anos, frequenta o primeiro ano, e encontra-se em Portugal há quatro meses, “estou adorar a experiência, e claro que as saudades do meu país pesam, mas gosto muito de estar aqui. Talvez vá para medicina no fim deste curso, vamos ver”, revela com cautela a estudante.
O seu colega de turma, Gerson Sacramento, fez 21 anos e está também em Portugal também há quatro meses. Pretende seguir os estudos na área da multimédia. Considera o curso interessante, e pensa seguir esta área no ensino superior, e regressar ao seu país, é um dos seus planos.

No seguimento das declarações, o Presidente da Santuga, Pedro Vilar, ainda não conseguiu aferir ao certo quantos São Tomenses chegaram a Potugal, mas neste Instituto em particular encontram-se 50 alunos, entre os 15 e 20/21 anos.

O Curso tem três anos de duração, e dá equivalência ao 12º ano de escolaridade, findo o mesmo dá acesso a uma diversidade de cursos superiores, que dependendo da nota de acesso, lhes permite frequentar Engenharias, Medicina, Economia, etc, áreas com uma exigência acrescida devido às médias elevadas para estes cursos.
Muitos destes alunos quando terminarem o curso de três anos, já estão aptos para regressam ao seu país como técnicos de multimédia, o que lhes permite ter acesso a um emprego diferenciado e até transmitir conhecimento aos seus colegas de trabalho, com uma mão de obra um pouco mais qualificada.
Segundo nos revelou Pedro Vilar da Associação Santuga, há muitos alunos de várias idades que vieram fazer formação escolar e académica em Portugal, para que possam melhorar os quadros médios e altos do seu país de origem. E que podem contar com ele e com a Santuga se acontecer alguma eventualidade.
Para o Diretor do Instituto Multimédia, revelou-nos que há alunos muito bons, e com forte potencial. O Instituto ajuda a formar quadros e não só, a formar cidadãos mais preparados para as novas realidades.
No país encontram-se muitos estudantes São Tomenses, entre os 15 e os 20 anos, bem como outros alunos provenientes dos PALOP. Angola também conta com um número significativo de alunos.
O Director do Instituto, Luiz Humberto, revela que “todo o processo de aprendizagem no sentido de valorizar os seus talentos, pretende reconhecer as suas potencialidades diferenciadas e fazer com que elas, no final dos 3 anos, constituam no fundo, capacidades tanto em potencialidades, capacidades para o exercício de determinadas profissões. Para prosseguimento de estudos a nível universitário.” Não só 12º ano como o nível 4 a nível europeu que dá para eles fazerem e desenvolverem a sua atividade profissional.
“É extraordinário da parte dos alunos de São Tomé e é muito saudável e ao mesmo tempo estimulante porque ativa também relação com os outros alunos. Portanto, nós estamos numa fase em que, por um lado, precisamos de incluir cada vez mais, pensar que as sociedades devem ser multirraciais, multicoloridas, e que as pessoas são diferentes, mas são pessoas muito válidas, com grande valor e que cabe a cada escola e cada professor, aprender a melhor forma de ajudar o percurso de crescimento de cada cidadão”, finaliza o Diretor, Luiz Humberto.
