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Quarta-feira - 15 Janeiro 2025

EXCLUSIVO: México, uma experiência diferente de viver a emigração

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Vinte, são os anos que Paulo Garcia está fora de Portugal, esteve a viver em vários países e continentes até chegar ao México. Foi a decisão mais complicada de tomar, pois tratava-se de ir viver com a família toda. Mas as “complicações” cedo esmoreceram, pois os filhos deixaram-se render, e já se sentem “cidadãos do mundo”. Falou-nos um pouco sobre a “fuga de cérebros”, e dá uma mensagem para quem pensa em emigrar.

Fez a formação académica em economia na Universidade Católica portuguesa. No último ano da graduação participou no programa Erasmus tendo estudado seis meses em Tilburg na Holanda. “Este pequeno Stint na Holanda deixou o “bichinho” de querer conhecer outras culturas e trabalhar no estrangeiro.” Diz Paulo Garcia.

Começou a trabalhar na Unilever em Portugal em maio de 1997. Em outubro de 2002 foi trabalhar para América Latina, “a minha primeira experiência de trabalho fora de Portugal, e não mais regressei ao Mercado de trabalho em Portugal.”

Depois de três anos na América Latina, deslocou-se com a família para Roterdão na Holanda. Seis anos mais tarde foram para Barcelona e três anos depois para Varsóvia. Regressando à Holanda em 2017, vivendo perto de Haia.
Todos estes contributos no estrangeiro aconteceram através da Unilever. A sua última função com esta empresa seria o de CFO (Diretor) para região da Europa.

Em maio 2019 foi para o retalho para ser o CFO da Europa e Indonésia da empresa minorista Aholdelhaize. Mas continuava a trabalhar na Holanda. A Sede é em Zandaam perto de Amsterdão. Até que em 2021 decidiu ir trabalhar para o México.

Está no México há quase 3 anos. Começou em agosto de 2021 e é o CFO (Diretor) do Walmart do México na América Central.
Quando surgiu a oportunidade de ir trabalhar para o México confessa que teve que pensar bastante, uma vez que representava a mudança mais drástica a de que a sua família estava acostumada.

Na primeira expatriação foi trabalhar para América Latina, mas nessa altura vivia “só com a minha esposa” que ficou em Portugal. A sua filha só nasceu em fevereiro de 2005. Viajava constantemente entre América Latina e Portugal. Ou seja, era um contexto diferente ao que “agora me estava a ser proposto.”

“Depois de muito pensar, tomei, em conjunto com família, a decisão de virmos para o México por várias razões: em primeiro lugar, porque a “Walmart é a maior empresa do mundo em vendas, com uma cultura única com valores com os quais me identifico.”
Segundo, a Walmart do México e América Central, é uma empresa muito bem sucedida nos últimos dez anos, e com várias possibilidades de continuar em crescendo.
E terceiro, a oportunidade de ser o Diretor (CFO) de uma empresa pública, uma das mais grandes da métrica latina, com 240 mil associados e oportunidade única de impactar positivamente a vida dos mexicanos e centro americanos.

Como chegou a Conselheiro da Diáspora Portuguesa?

“Cheguei a conselheiro através de um Convite pessoal do Pedro Pereira da Silva que é o coordenador dos núcleos regionais do Brasil, América Latina, Brasil, América do Norte e África.

O Conselho da Diáspora veio “dar visibilidade e voz” e unir uma Diáspora Portuguesa que estava bastante fragmentada e espalhada pelo mundo.
O Conselho permite amplificar o conhecimento e rede de contactos dos conselheiros da diáspora para compartir iniciativas e boas praticas de maneira a ajudar a inserção de empresas portuguesas no estrangeiro ou sempre que possível incrementar as oportunidades de investimento em Portugal.

Por exemplo no núcleo da América Latina, exemplo Brasil “de que sou membro, nós estamos focados em dar coaching a entrepeneurs/pequenos empresarios e/ou empresas portuguesas que se estejam a estabelecer ou em vias de estabelecer na América Latina, com foco no México.”
“Estamos também a pensar organizar um webinar sobre “O papel de Portugal e Mexico na relação América do Norte – Europa”. Temos uma parceria com o AICEP do México com vista a amplificar o impacto das nossas iniciativas.”

O regresso a Portugal

“Sim, claro que sim. Creio que todos nos portugueses que estamos fora pensamos num eventual regresso. Como disse já estou no estrangeiro há mais de 20 anos. No início desta aventura explorei umas quantas oportunidades de regresso mas não aconteceram. Mais tarde quando surgiu a oportunidade de regressar, eu achei que não era o momento correto. Penso regressar Portugal mas não no curto prazo.”

Mensagem aos portugueses que pretendem ir para o estrangeiro

Tem uma ideia bastante positiva da emigração – doutra formas não seria possível estar no estrangeiro há mais de 20 anos a trabalhar.  Acredita que “é uma oportunidade única para conhecer novas culturas e ir desenvolvendo novas aptidões e comportamentos de liderança em lugares diversificados.”

 
A família, sobretudo os filhos, tendem também a beneficiar bastante desta situação, habituaram-se rapidamente a diferentes contextos escolares e não só. “Isso foi o que se passou com a minha filha e o meu filho. Ambos sentem-se 100% portugueses mas são verdadeiros cidadãos do mundo.”


Uma pequena recomendação a quem queira emigrar: tomem a decisão sempre em família. “É importante ter a família, sobretudo o cônjuge alinhado (a) nos vários cenários.”
Sobre a nova vaga de “fuga de cérebros” portugueses para o estrangeiro “não queria fazer muitos juízos de valor. O que posso dizer é que é positivo se saem numa perspetiva de enriquecer os seus conhecimentos e um dia possam regressar a Portugal.”
Gosta de ver as coisas do lado positivo. “Penso que a “fuga de cérebros” portugueses para estrangeiro é um sinal que cada vez “temos mais portugueses a destacar-se em várias áreas do conhecimento, sobretudo na investigação e áreas tecnológicas.”

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