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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

EXCLUSIVO: O futuro será o Oriente, nas palavras de um português emigrado na Ásia

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Hugo Bandeira licenciou-se na Universidade de Lisboa, na Faculdade de Direito da capital em 2009. Pouco tempo depois foi para Macau e, desde então, e com exceção de alguma formação na área da arbitragem e mediação, não teve oportunidade de continuar a carreira académica.Assim que possível, espero poder dar continuidade aos meus estudos provavelmente em algo que correlacione o direito e a gestão, que é uma área pela qual tenho grande interesse.” E o regresso a Portugal não se afigura, pelo menos por enquanto.

Formou-se em Direito pela Universidade de Lisboa, e está atualmente em Macau, foi a primeira e única cidade para onde emigrou, em 2010. “Gostei tanto, que por aqui fiquei.” Palavras de Hugo Bandeira.
Está fora de Portugal há mais de 14 anos e exerce advocacia em Macau. Em 2021 abriu o seu próprio escritório, CFB Advogados, com mais dois sócios.

Os portugueses em terras do Oriente são em geral vistos como um povo trabalhador e com grande capacidade de adaptação às circunstâncias e à adversidade. Estas características fazem com que habitualmente “sejamos apreciados e valorizados nos países para onde emigramos, quer se trate de emigração qualificada ou não”.

Infelizmente, e como já diziam os Romanos, “somos um povo que não se governa nem se deixa governar e, portanto, desbaratamos o nosso capital humano e as nossas condições geográficas de excelência, forçando uma boa parte dos jovens a emigrar para procurar um futuro melhor.”

De qualquer forma, pensa que neste momento há melhores condições para ficar em Portugal do que quando havia quando “eu emigrei, em 2010.”

A escolha pela emigração inicialmente, a minha intenção era ter uma experiência profissional no estrangeiro enquanto fosse novo e não tivesse grandes compromissos financeiros. Nesse sentido, “não gosto de me incluir no grupo de pessoas que se consideram forçadas a emigrar por ter experiência profissional no estrangeiro, sempre foi um sonho meu (mesmo que decidisse voltar).

Dessa forma, para além de alguma aventura, podia também decidir se, efetivamente, queria fazer carreira em Portugal ou não. “Penso que se não tentasse pelo menos uma vez me iria arrepender a vida toda de não o ter feito e, assim sendo, mais valia fazê-lo logo à saída da faculdade, como acabei por fazer em 2010.”

Com o passar do tempo, foi concluindo que as perspetivas de carreira e os salários eram melhores em Macau do que em Portugal. Para além disso, Macau é um sítio onde é possível ter um bom nível de vida e criar uma família com conforto, “pelo que por aqui fiquei…”


Nunca trabalhou em Portugal, uma vez que foi a seguir à licenciatura de Direito foi para Macau “e por aqui fiquei.”

De todo o modo, pelo “que posso comparar com as experiências dos meus amigos em Portugal, julgo que Macau permite uma progressão de carreira mais rápida e mais baseada no mérito. Por outro lado, e uma vez que Macau é uma região extremamente protetora dos trabalhadores locais, acaba por ser mais fácil criar carreiras estáveis. O reverso da medalha, e que sinto mais agudamente agora que abri um escritório, são as dificuldades em contratar mão-de-obra qualificada, tarefa que julgo ser mais fácil em Portugal.

O regresso a Portugal


Para já pensa que não fará sentido regressar a Portugal. Construiu uma carreira em Macau de vários anos e, neste momento, “parece-me que seria difícil “começar do zero” em Portugal.

Por outro lado, esta zona do globo é extremamente dinâmica, quer em termos económicos quer em termos tecnológicos, parecendo-me que, em larga medida, o futuro passará pela Ásia.

Ainda assim, no futuro, gostava de poder passar mais tempo em Portugal e quiçá expandir o seu negócio para Portugal. Macau tem tentado posicionar-se como uma plataforma de cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa e é expectável que surjam oportunidades de negócio em Portugal nos próximos anos, pelo que nunca será de excluir uma presença mais regular em Portugal.

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