De Ourém, perto de Fátima até aos Estados Unidos mais concretamente Austin, Texas, o português José Costa Rodrigues sempre teve a ambição, desde criança, em ir para a América do Norte. Do Shark Tank que via quando era ainda um adolescente, passava-lhe pela cabeça emigrar, o futebol também era um sonho a alcançar, começou muito cedo no mundo do trabalho para poder ser um empresário de sucesso. O caminho teve os seus solavancos, mas até teve bastante “sorte” e soube muito bem driblar o mundo dos negócios a partir dos 18 anos.
Frequentou Gestão no ISCTE em Lisboa, mas ficou-se pelo primeiro ano. Sonhava com o futebol, mas os negócio estavam sempre a pairar como toques de bola na cabeça. Tinha 18/19 anos e jogava no União de Leiria, neste momento já começa a meter alguns golos nos Estados Unidos…Agora só mais uns penaltis para rematar, e que na gíria futebolística se diz: sem espinhas!
Como qualquer criança da sua idade e a jogar com 12 anos futebol, sonhava também ser um Cristiano Ronaldo, que era a sua referência máxima. Era conhecido de Zé Rodrigue, no futebol, mas quando adotou uma carreira empresarial mudou de nome.
Não conseguiu ter um contrato milionário e decidiu enveredar pela carreira do empreendedorismo e assumiu o nome José Costa Rodrigues, com um ar mais profissional, mais completo. De Ourém, perto de Fátima viveu lá até aos 18/19 anos. Sempre jogou futebol nas primeiras divisões dos campeonatos nacionais jovens, jogou contra o Benfica, Sporting, Porto, e sempre nas primeiras divisões, com treinos de 5, 6 vezes por semana.
E isso definiu “a minha personalidade, porque criou-me um espírito de luta, de garra, de persistência, e compromisso”.
Quando tinha 13 anos por aí, em casa com os pais passava na televisão, um programa chamado “Shark Tank”. Um novo show americano em que havia uma série de investidores e empreendedores que faziam um pitch do seu negócio e se corresse bem, angariava um capital para desenvolver as suas empresas.
Foi em 2009, ainda era um miúdo teria uns 13, ou 14 anos. “Mas o programa impactou-me e já tinha aquele bichinho dos negócios”. “O meu pai é empresário, e o avô teve a vida toda uma loja em Ourém, portanto já tinha esse bichinho do mundo dos negócios”, mas o programa impactou-me bastante, e prosseguir o sonho americano, já estava mais perto.
A partir dos 16 anos, enquanto jogava futebol, começou o seu primeiro negócio. Vendia capas para telemóveis, carregadores, e todo o tipo de acessórios. E por essa altura, começavam a aparecer os primeiros iPhones em Portugal. Eram muito caros na altura. “Penso que um iPhone novo custava 600 /700 euros, que era uma loucura para o preço médio que se comprava um telemóvel à época.
“Pedi à minha mãe e ao meu pai se me davam um iPhone” ao que me responderam: “Ó Zé, claro que não vamos dar um telemóvel desse valor, isso não faz sentido nenhum!”.
Mas era um adolescente, e naquela altura, as pessoas que tinham “aquela maçã” no ouvido quando se atendia uma chamada “eram as pessoas mais charmosas, digamos assim, da minha escola”. Relembra José.
Mas os pais não lhe deram o telemóvel, e de “imediato” tentou reverter a situação a seu favor. “Não me dão o telemóvel, então tenho que juntar o meu próprio dinheiro. Tenho de ser independente.” E começou a juntar uma série de coisas que tinha em casa, brinquedos antigos jogos da PlayStation etc, e começou a vender no OLX, a plataforma de classificados de vendas online, e a verdade é que, passados uns meses, “tinha 16 anos, 300 euros, tudo em notas, era uma fortuna e achava que era milionário!”
Mas havia um problema é que 300 euros não eram 600, portanto continuava sem poder comprar um iPhone, então “apercebi-me que algumas pessoas vendiam os seus iPhones usados e comprei um em segunda mão, em vez de pagar 600, paguei 300”. O reflexo não se fez esperar, o tal iPhone intrigou os meus amigos perguntando-me onde tinha comprado o iPhone?”
Disse que o tinha comprado em segunda mão em ótima estado. “Fiz a minha diligence” e vendi o meu iPhone por 350.” Derepente fez um lucro de 50 euros, disse para ele: “Se puder ganhar 50 euros por cada telemóvel que venda, vou ficar milionário. Nunca mais vou precisar de trabalhar quando tiver aí uns 18 anos.” Disse todo entusiasmado.
Criou uma empresa chamada “Forall” essa empresa cresceu a vender telemóveis recondicionados, a criar acesso a tecnologia premium a preços acessíveis, e nos anos seguintes começou a crescer chegando aos 100 colaboradores, e abriram 15 lojas físicas em Portugal e Espanha, quando tinha 19 anos em 2015, e em 2020 a empresa faturou mais de 20 milhões de euros em telemóveis recondicionados. “Aquela primeira nega dos meus pais acabou por tornar-se muito impactante na minha vida.” Garante José Costa Rodrigues
Os estudos no meio dos negócios
“Não era fácil”, reflete o empresário, porque queria muito ser jogador de futebol, e tantos jovens têm o sonho em ser figuras tão brilhantes como o Cristiano Ronaldo. Mas também queria muito ser empresário. Portanto, na adolescência, devo ter saído à noite, meia dúzia de vezes, porque era o futebol, eram os negócios e não havia mais nada. “A prioridade claramente era o futebol e os negócios, mas gostava da escola.”
“Acabei por entrar na Universidade, em Gestão no ISCTE, em Lisboa. Fiz o primeiro ano e depois fiz o chamado drop out, saí da universidade em 2016/17.”
Já tinha um negócio, uma empresa criada, quando estava na Universidade, na verdade utilizei mais a Universidade para conhecer colegas, estudantes, professores, reunir conhecimento em áreas que eu não dominava para conseguir dinamizar a empresa e para o próximo nível.”
O sonho Americano
Segundo José Costa Rodrigues, foi muito duro porque, os chamados First Founders, na verdade “é que nós sabemos muito pouco sobre tudo. Estamos a aprender tudo pela primeira vez. Batemos muitas vezes com a cabeça”. “Dou um exemplo. A nossa empresa já faturava milhões de euros por ano. Se já vendia muitos telemóveis por mês, e não percebia coisa nenhuma de contabilidade financeira. Tinha que me rodear de pessoas que tinham estudado contabilidade ou economia para me ajudar a profissionalizar a empresa. Portanto, esses anos, entre ter lançado a empresa aos 19 anos e ter vendido a empresa com 24 anos, entre 2015 e 2021, foram anos de muito trabalho, de muita luta, de muitas vitórias, algumas derrotas, mas fazem parte. A verdade é que o negócio correu bem, porque foi no timing certo, porque toda a gente queria comprar um iPhone em Portugal. Mas quem é que tinha 1000 euros para comprar um telemóvel?!
O que “fizemos foi criar uma marca que vendia esses produtos, que garantia qualidade, assistência, reparações e credibilizámos esta face dos telemóveis em segunda mão, os recondicionados.” Hoje em dia, em Portugal todas as grandes marcas vendem telemóveis recondicionados. As próprias operadoras, fazem-no, “estamos em condições de afirmar que nós é que desbravamos esse caminho.” Todos estes anos depois, “quando vendi a empresa. Eu já tinha alguma credibilidade, digamos assim, enquanto empreendedor, e já tinha alguns contactos, conhecia investidores, mentores. E nessa altura, depois de vender a minha primeira empresa, acreditei que podia sonhar, ou melhor, podia ousar jogar, digamos assim, para a Liga dos Campeões dos Negócios.”
A venda da empresa, o valor nunca foi revelado. Têm um acordo confidencialidade sobre a venda da mesma. “O que posso dizer que me deixa muito orgulhoso é que quatro anos depois de termos vendido a empresa, continua ativa a crescer e a vender os seus produtos com a mesma marca que criei há tantos anos atrás. Isso deixa-me contente, e que continue viva e ativa.”
Quanto aos Estados Unidos, foi para a terra do Tio Sam em Janeiro de 2022, com um visto B1, de seis meses. Foi uma pressão enorme para saber se conseguia montar um negócio, encontrar uma casa e conseguir um visto de longo prazo.
Mas, “graças a Deus isso aconteceu e hoje, menos de três anos depois, já temos o Green Card da nossa empresa. A Relive vai faturar este ano 4 milhões de dólares. “A empresa foi criada em 2022, é uma empresa de mediação imobiliária, trabalhamos com mais de 100 consultores imobiliários e apoiamos os consultores a profissionalizar os seus negócios, para poderem melhorar e servir os seus clientes para que estes encontrem a casa ideal, e montamos uma plataforma tecnológica, uma APP, que permite que estes empreendedores, consultores imobiliários, possam crescer nos seus negócios de forma mais autentica e mais digital através da nossa app.”
Para finalizar revelou-nos que a sua mulher é portuguesa, e que se conheceram três meses de embarcar para os Estados Unidos, e que “foi preciso muita coragem para a Jéssica mudar-se comigo e investirmos na nossa relação que ainda era uma relação muito recente, mas felizmente correu tudo bem. Já somos casados e estamos muito felizes nos Estados Unidos.” A viver o tal sonho Americano.