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Domingo - 27 Abril 2025

EXCLUSIVO: “Procuro viajar com a frequência que me é possível para conhecer parte do país que não conheço”

Destaques

Nome: Nuno Santos

Idade: 55

Profissão: Empregado de Limpeza (Escritor)

Onde Vive: Vevey, Cantão Vaud

Há quantos anos vive fora de Portugal: 22 anos

Como é que faz para matar as saudades de Portugal: Procuro viajar com a frequência que me é possível para conhecer parte do país que não conheço, e portanto, vou viajando pelos vários pontos para conhecer a gastronomia, a cultura de cada região. Para mim também é importante, porque durante muitos anos neste país, Portugal foi visto como um país muito pequenino, e o pouco que se sabia, nem sempre correspondia à realidade. É há uns anos para cá. A minha opção foi viajar por Portugal para poder, no regresso, mostrar aquilo que nós temos de rico e de grande. Porque é importante, que a Suíça saiba que o povo português não é simplesmente o cidadão que vem para cá trabalhar para a construção e para a limpeza, mas também é um povo que na sua cultura é muito rico. E que tem muito a mostrar. Eu faço isso e com essas viagens, aproveito também para enriquecer a minha cultura.

Apesar de ser português, quero sempre saber o porquê das coisas. Sinto falta das praias do calor, porque a Suíça é um país um pouco gelado, apesar de também ter sol de vez em quando, mas é um país tradicionalmente de neve.

Em Portugal, o calor, as praias, a convivência, e a gastronomia são importantes. O poder estar a na praia a tomar uma refeição diferente. O português que vive no estrangeiro não é o mesmo português que vive no país de origem. E faz falta manter essa ligação com as raízes, mesmo que a ligação com as pessoas que se conhece, ou que se conhecia, se perca.

Quando saí de Portugal, há 22 anos, parte dessas pessoas, umas já não existem, outras são velhinhas.

E por vezes nós, os portugueses, no estrangeiro, somos vistos como portugueses de segunda. Não temos nacionalidade no estrangeiro, mas deixamos de ter nacionalidade também no nosso próprio país, e por isso é importante não perder, mesmo que não se conheça, este contato, com as raízes, com a terra, com o país, a cultura, e a gastronomia, porque são riquezas e heranças que andarão sempre connosco. Mesmo que não se esteja no país, e não se possa viajar o quanto nós desejássemos. Procuro sempre um ter o máximo de contato possível com todas estas coisas, as tradições, a gastronomia, as festas, o nosso fado, todos estes fatores são importantes.

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