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Sábado - 19 Julho 2025

EXCLUSIVO: “Reforçar a Cooperação” no setor da energia no âmbito da CPLP

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Gabriel Maquengo, Diretor de Energia de São Tomé e Príncipe, esteve presente no II Conferência da Energia da CPLP em Cascais. Em conversa ao Jornal Comunidades Lusófonas, o Diretor considera que este país e a CPLP como um todo, e durante o exercício da Presidência de São Tomé e Príncipe na CPLP, fizeram renascer aquilo que estava um pouco adormecido, no setor de energia desde 2015.

Subsequentes, entre 2016 até 2017, muitas coisas não foram materializadas tendo-se entrado num período muito lento, as coisas têm acontecido, mas muito lentamente e com a presença de São Tomé, “nós dinamizamos um pouco, e acreditamos nisso, conseguimos usar a palavra, com o nosso slogan nesta atividade, que é a cooperação: reforçar a cooperação.

Mostrou-se claramente que desde os encontros da reunião dos Ministros, onde estavam todos os ministérios da energia presentes nesta reunião, aprovaram um conjunto de documentações bastante pertinentes. São essas documentações que são ambições, sobretudo baseado na perspetiva de São Tomé e Principe, enquanto Presidência, mas num ponto comum para toda a Comunidade.

Segundo o Diretor, é essencial “olhar a vertente no contexto, de impulsionar a apreensão energética resiliente, justa e social para que ninguém fique para trás. É nesse push, digamos assim, significa que temos de estar coesos entre nós. Andarmos de mãos dadas, na implementação de todas as ações que nós desenhamos, sobretudo no plano estratégico na cooperação para o setor de energia e no plano de ação também. Aquilo que nós queremos para a Comunidade no setor da energia, no concreto, o que é que nós queremos fazer, e que aconteça, numa vertente é que atinja até aos confins da nossa população, a nível da Comunidade e, sobretudo, o objetivo focal ou central é fazer com que nós consigamos completar o acesso à energia elétrica a todos da Comunidade até 2030.” Refere o Diretor.

Qual é a percentagem atual de pessoas que têm acesso à energia elétrica?

Atualmente dentro da Comunidade estão numa faixa de 75% outros com 90%, em São Tomé e Príncipe específico, “nós estamos com 84%, este ano. Provavelmente vai ser mais acrescido, mas ainda não atingimos os 100%.

Segundo o Diretor “a nossa geração, infelizmente, está atualmente em torno dos 95% de energia fóssil e a restante renovável.” Mas na carteira internamente, a nível da estratégia nacional, “temos um plano de descarbonização, que estamos a materializá-lo cada vez mais de injetar mais potências elétricas de fontes renováveis.” Revela

Estamos a falar de um país com um consumo médio de 20 megawatt, se nós implementarmos uma central de 10 megawatt, chegamos aos 50%. “E nós vamos ser mais ambicioso até o 2030. E a colaboração dos parceiros, estamos a acreditar que iremos ultrapassar os 50%. Porque estamos numa situação que é bastante complexa porque, nessa situação atual, gastamos, em média, cerca de um pouco mais de 30 milhões de dólares anual com gasóleo só para geração.” Refere.

A que países compram?

Aos vizinhos, como é o caso do Togo, Angola, Guiné Equatorial, estes são os países que compram mais este tipo de produtos.

Os projetos levam o seu tempo, e nem sempre vai ao sabor das necessidades mais prementes de cada país, mas São Tomé e Príncipe, encontra-se num plano de ação de descarbonização com o horizonte até 2030, 2035, “é o prazo que temos de implementar”, uma vez que foi aprovado no ano passado, já “começamos”, tendo o acordo com uma empresa, que vai instalar cerca de 11 megawatt em São Tomé a partir deste ano.

Estão a pensar noutras iniciativas, como as mini redes, que o Governo já tem e vai inaugurar, ainda este mês.

Possivelmente a uma das comunidades e que se vai replicar. São pequenas escalas, “estamos a falar de 50 quilowats, porque não adianta levar uma infraestrutura da rede até aquela comunidade, de 20 ou 30 pessoas, pois o retorno não é significativo, com esse investimento”. Exemplifica.

Então, é mais fácil levar a tecnologia isolada. Uma mini rede para aquela comunidade. Onde eles têm acesso à energia, 24 sobre 24, e terá o mesmo direito. Qualquer outro cliente que esteja ligado à rede, então é nessa ideia que estão convictos, que até 2030 “iremos levar o acesso à eletricidade a todos, ou seja, atingir a meta de 100% em São Tomé e Príncipe, e ao mesmo tempo, atingir a meta renovável ou mesmo ultrapassar os 50%. Significa que são ambições que nós estamos a materializar já está a sair do papel e entrar no concreto, no terreno”. Explica o Diretor Gabriel Maquengo.

A diferença da Presidência de São Tomé em relação às outras Presidências congéneres?

Houve alguns feedback por parte de outros Estados Membro, sobretudo no âmbito técnico, mesmo até mesmo no âmbito ministerial. Notou-se visivelmente que São Tomé dinamizou o setor em termos dessa União, dessa cooperação que foi reforçada sobretudo com um conjunto de iniciativas não só no desenho de estratégias, que não são apenas os irmãos que não se encontravam há muito tempo, mas acabou por encontrar-se ao nível dos Ministros em 2017.

Já lá vai algum tempo, “poderiamos dizer que São Tomé neste mandato também não vai reunir, não vai criar as condições para reunir, mas com toda a dificuldade que nós temos, criamos todas as possibilidades para que essas ações, as nossas atividades dentro do nosso plano da CPLP, realizasse não só no setor de energia como todos os outros ministérios.” Realça o Diretor

E o setor energia especificamente, é uma ambição, “nós fizemos tudo para que realização da Conferência. De forma que haja essa troca de informações, essa experiência e se conecte entre eles, para que nós possamos mostrar ao setor público e ao setor privado que há potencial, que possam ser atraídos para investir, e isso seria positivo à Comunidade como um todo. E aproveitar este projeto que tem um conjunto de iniciativas que traria neste caso concreto, vantagens bastante favorável a cada país, sobretudo à população, que é o foco principal.” Destaca.

Uma Mensagem aos restantes membros

“A Mensagem que eu deixo aqui é que, num processo de engajamento ou reengajamento do Estado-Membro, e que não paremos por aqui, continuemos e que temos que continuar sempre a reforçar ou a alimentar a nossa, cooperação, sobretudo no setor da energia, para que nos possamos ajudar mutuamente.” Defende.

Cada país tem a sua especificidade, isso significa que na dificuldade de um, talvez o outro tenha condições de colaborar. Nós não estamos a falar especificamente em questões financeiras, pode ser, no âmbito tecnológico, no plano da capacidade, no âmbito de várias formas que possam ser um reforço de um Estado Membro a outro Estado Membro, é isso que eu desejo. E, sobretudo na qualidade de Presidente, para que isso não termine. A presidência termina agora, mas as atividades, planificações, continuarão, então é isso que nós acreditamos.” Revela.

A CPLP como Observadora nas Nações Unidas. Considera viável?

Um tema sensível foi trazido a lume, questionamos o Diretor Gabriel Maquengo, se considerava viável a apresentação da proposta da CPLP como membro Observador das Nações Unidas. Prontamente respondeu: Com certeza, é sobretudo uma das ambições que nós colocamos sobre todos, houve várias mesas redondas, com os ministros, onde a viva-voz internamente entre os Estado-membro discutimos que é necessário para que nós possamos com que a voz da CPLP seja visível em todas as Cops possíveis.” Explica.

Outro aspeto importante é a questão de visibilidade, em termos de conferências internacionais ou regionais. Mas para que nós também como uma Comunidade qualquer, só que é da CPLP é em português. Existe o Francofono, existem outros, e porque é que não estamos equiparados a esse nível? “ Interroga Gabriel Maquengo.

“A intenção é para que nós também consigamos atingir esse patamar, e tenhamos toda a possibilidade, sobretudo no setor de energia, de equiparar a esses níveis e que são mesmo ultrapassáveis.

Mas a questão é que não estamos num concurso, nós queremos, sim, posicionarmos no nosso lugar devido. Para que possamos ser ouvidos e fazer os outros ouvirem no bom sentido. A lógica, é essa, eu acredito que os Ministros, dirigentes da energia está a definir na nossa estratégia, tanto como no plano de ação. Nós acreditamos que tudo isso possa ser materializado e São Tomé e Príncipe estará lá onde seja necessário a dar sua contribuição.” Finaliza o Diretor Gabriel Maquengo.

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