No mês de novembro decorreu a Web Summit em Lisboa, o encontro de maior expressão ao nível das novas tecnologias do mundo e não só. Durante o evento foram apresentadas um leque variado de atividades, que era impossível fazer cobertura jornalística sobre todos. O Jornal Comunidades Lusófonas teve a oportunidade de falar com o CEO da Startup, Intuitivo, que arrecadou o primeiro lugar no “concurso” de melhor Startup.
João Guimarães é um empresário, estudou Gestão, fez licenciatura e mestrado, a primeira na Católica do Porto, e o Mestrado na Nova SBE. A intuitivo “não começou comigo, somos três cofundadores, ”esclarece o empresário.
A ideia surgiu com um dos três fundadores, Diogo que é filho de uma professora. Este projeto surgiu porque a mãe de Diogo, em Março de 2020, devido à quarentena do COVID, teve de ir para casa e ensinar remotamente. Precisava de fazer avaliações digitais, ou seja, precisava fazer uns testes aos alunos nessa vertente, e na altura não encontrou nenhuma plataforma que satisfizesse aquilo que ela estava à procura.
O seu filho, atento a esta realidade, decidiu criar uma pequena versão da plataforma para ela, uma vez que o Diogo estava a estudar engenharia informática, bem como o outro cofundador. A ideia surgiu a partir daí, depois os colegas dela também quiseram usar a plataforma.
A escola também se interessou e quis adotar a plataforma. E, a partir daí, “nós entendemos que estávamos a conseguir poupar tempo significativo aos professores”. Ajudar a serem mais produtivos e queriam funcionar não só para escola, num ambiente escolar virtual, mas também num ambiente escolar presencial. E daí surgiu a Intuitivo.
O que os diferencia doutras plataformas
O que “nos diferencia são duas razões principais, em primeiro lugar, por ser uma plataforma muito simples e intuitiva. Qualquer professor, mesmo que não seja muito dotado de capacidades para usar o software e ferramentas digitais, consiga utilizar a “nossa plataforma e tirar daí valor.”
A segunda razão “é que estamos neste momento, – obviamente que existem muitas ferramentas de avaliação digital – a dar mais opções aos professores, permitimos que façam tudo aquilo que faziam em papel, mas de forma digital e de forma simples, e o facto de ser mais completo também nos diferencia.”
A empresa começou há três anos, mas o projeto teve o seu início há quatro, mas só “chegamos aqui por causa do constante contacto com os utilizadores e os clientes, que são os os professores.” Sempre funcionaram de uma forma muito peculiar e particular, aquilo que vão construir a seguir, a nova funcionalidade do software, não é decidida por eles, é decidida, pelo feedback que “nos é dado pelos professores.”
Os professores, os utilizadores que pedem novas funcionalidades e que dizem quais são os problemas que enfrentam e aquilo que estão a demorar mais tempo a fazer. E “nós tentamos melhorar. É por esse motivo que permite que a plataforma seja o mais fiável possível para dar valor aos professores.
Não foi a primeira vez que foram ao Web Summit, já tinham ido algumas vezes e como Startup. Consideram que é um evento importante para o ecossistema de startups portuguesas. Toda a gente estava lá, os investidores, as outras startups, estavam lá. “É um bom evento para fazer conexões, e é importante estarmos presentes.” Este ano participaram no programa de Startup Portugal, designado de Road 2 Web Summit. Concorreram no concurso de Pitch. Foram selecionados para uma das 105 Startups, foram passando todas as fases e acabaram por ganhar. “Foi tudo muito natural, simplesmente nunca tínhamos participado nesta competição”. Refere satisfeito o empresário João Guimarães.
Duas empresas norte-americanas, também estavam entre os três primeiros, uma delas chama-se SCOUTZ, cujo fundador é Cabo Verdiano, e o Government GPT, também americana.
“Os nossos clientes não são empresas, são escolas, e este prémio veio dar-nos maior notoriedade.” Não tiveram muitos contactos de escolas estrangeiras, mas uma escola de Espanha, e uma Universidade dos Estados Unidos, entraram em contacto. O nicho de mercado da Intuitivo são as escolas, mas estas não estão muito atentas a este tipo de eventos.
No entanto, é muito útil em termos de notoriedade, por exemplo em termos de investidores, receberam alguns contactos. E em termos de contratação de pessoas, Recursos Humanos, continua a ser muito difícil nos dias de hoje.
Têm sede no Porto, e neste momento são oito trabalhadores. Trabalham sobretudo com software, e não estão ligados a nenhuma empresa de hardware, ou seja, são uma aplicação WebUp, a plataforma pode ser acedida através de qualquer dispositivo, basta ter Internet.
Projetos
“Obviamente” que pretendem expandir internacionalmente, isso vai ser talvez o maior desafio. E continuar a missão em ajudar os professores a serem mais produtivos e conseguir poupar-lhes mais tempo nas tarefas rotineiras e administrativas, que têm de fazer no dia a dia, para que se possam focar naquilo que realmente importa, que é ensinar. “É isso que nos que move.”