Nome: Paula Abreu
Idade: 57
A profissão: Diretora de Estatística na Pfizer
Há quanto tempo está fora de Portugal: 35 anos
O que é que faz para matar as saudades de Portugal: Tenho a minha família, irmãos, sobrinhos e mãe, todos vivem em Portugal, mais concretamente em Lisboa.
Os meus irmãos têm os seus negócios no Algarve, e vivem um pouco entre o Algarve e a capital. Crescemos entre estas duas cidades, e vamos todos os anos no verão para Portugal. Passamos lá as férias, cerca de duas a três semanas. Os meus filhos passam mais tempo, ficam com os primos, com os tios, etc.
No Natal, também vamos, ano sim, ano não. Há uma forte ligação, falo muito com a minha mãe e com os meus irmãos.
Aqui faço parte de organizações sociais/profissionais de portugueses. Como vivo em Manhattan facilmente me desloco de carro a Newark, New Jersey, onde vivem muitos portugueses, e faço compras no supermercado português.
Vou aos Seabras, e sempre que vou, organizo a minha agenda de forma a estar lá por volta da hora do almoço ou do jantar, para ir à marisqueira, e outros restaurantes portugueses.
Em casa cozinho sempre comida portuguesa. O meu prato preferido é Arroz de Pato, e também adoro bacalhau. Os meus filhos preferem Bacalhau à Brás, mas para mim o Bacalhau à Lagareiro é imbatível, ou Polvo.
Ouvimos música portuguesa, o pai é brasileiro e falamos sempre português, inclusive, escrevem em português no telemóvel, são obrigados a isso.
Tiveram aulas em Português, infelizmente, na época não havia uma escola portuguesa, ainda não há aqui em Manhattan. Mas sei que já há algumas em West Chester, e em New Jersey, mas em Manhattan não.
Os meus filhos tiveram aulas de português na “Brazil Ahead”, uma escola de português Brasileira. Tiveram aulas até aos 13, 14 anos. E agora já estão na faculdade, e continuam a falar português.
Têm muita cultura portuguesa e brasileira. Presentemente não vão tanto ao Brasil. O Bernardo, o pai, ia muito ao Brasil, mas com a violência no Rio de Janeiro, passam mais tempo em Portugal nas férias.
Em termos de cultura, há vários grupos de portugueses aqui. Há o “PAPS”, que é um grupo da Sílvia Curado. Muito bom para conversarmos em português, conhecermo-nos todos um pouco mais, é direcionado à vida académica, mas também muitos destes académicos, tal como eu, mudam-se para outras áreas corporativas ou empresariais. Encontramo-nos de dois em dois meses, e falamos muitas vezes de artes, há menos artistas aqui do que pessoas que trabalham na vida académica. Os portugueses estão mais direcionados às grandes empresas e à investigação.
Mas sempre que há algum evento tentamos participar e ir, inclusive, a nossa Cônsul, Luísa Pais Lowe, divulga muito estes eventos. Nem sempre foi assim, mas sem dúvida que agora há muito mais divulgação de tudo, cinema português, ou outro tipo de arte, há vários eventos que tenho ido.
