Mário Lopes, é um jovem São Tomense, que olha para o seu país e vê que há muito por fazer. A “língua”, na altura era outra e os tempos também. A autodeterminação dos povos em África, e não só, teve a sua escalada nos anos sessenta do século passado, mas a transição não foi pacífica e Portugal via-se numa “embrulhada” com várias guerras nas ex-colónias. Vamos ler o que tem este jovem a dizer sobre estas questões que, apesar de serem difíceis, têm de ser enfrentadas com verdade e isenção.
Para Mário Lopes observa a independência de São Tomé e Príncipe como algo profundamente marcante e inspirador. Um evento significativo e com enorme simbologia para o povo do meu país. Enquanto jovem esse dia representa a liberdade e o começo de uma jornada de autossuficiência e identidade nacional que lutamos, agora livres, todos os dias para tornar real. Para mim, é um lembrete diário de que a nossa nação tem um potencial enorme e um futuro brilhante à frente, se cumprirmos as três palavras guias que escolhemos como lema nacional e que consta no nosso brazão: Unidade, Disciplina e Trabalho.
Também acredita que “é um dia profundamente simbólico para todos. Um dia que representa orgulho, esperança e renovação para todos os cidadãos São Tomenses.” Argumenta. É uma celebração com a vivacidade da nossa rica cultura, história e resiliência. Torna-se um momento ideal para refletirmos uma vez mais sobre o nosso passado, honrar os sacrifícios feitos pelos nossos antepassados e reafirmar nosso compromisso coletivo com o progresso e desenvolvimento contínuo do nosso país.
Relativamnete ao ser país ser uma ex-colónia este jovem São Tomense, “Imaginar-me viver sob o domínio de outro país é difícil e desconcertante, mas estou consciente que é uma realidade que nossos antepassados (muitas gerações) enfrentaram com coragem e resiliência.” Esse período foi marcado por inúmeros desafios, injustiças e privações, onde “o direito à liberdade e à autodeterminação nos foi negado.” A luta pela independência foi secular, desde o tempo do Rei Amador, árdua e cheia de sacrifícios, mas foi também um testemunho da força e determinação do nosso povo.
“A liberdade conquistada não é apenas um marco histórico na minha opinião; é a essência da nossa identidade nacional.” Hoje ela nos permite expressar a nossa cultura, os nossos valores e a nossa visão para o futuro sem as restrições impostas por forças externas visíveis. A independência deu-nos a oportunidade de nos autogovernar, mesmo com todas as consequências positivas ou menos positivas que advém desse privilégio.
Os nossos decisores têm sim a liberdade e oportunidade de tomar decisões assertivas que beneficiem diretamente a nossa sociedade e de traçar nosso próprio caminho rumo ao desenvolvimento.
No entanto, “sublinho que é crucial valorizar essa independência diariamente, reconhecendo que ela não foi dada, mas conquistada com muito suor, esforço e sangue.” Cada cidadão São Tomense tem um papel importante a desempenhar na construção de um país mais forte e próspero. “Devemos unir-nos em prol de um objetivo comum: garantir que São Tomé e Príncipe continue a crescer e prosperar, oferecendo melhores oportunidades para as gerações presentes e futuras.
A liberdade obtida permite-nos sonhar e, mais importante, passados 49 anos “devemos reforçar a urgência de agir para transformar esses sonhos em realidade”, finalmente. Para isso é perentório investir na educação, saúde, infraestrutura e tecnologia, sempre com o compromisso de promover a justiça social e o bem-estar de todos. “A nossa independência é uma chamada de atenção constante de que, apesar das adversidades, somos capazes de superar qualquer obstáculo quando estamos unidos e determinados.”
Como jovem São Tomense, a mensagem que quero deixar para a minha geração e para as futuras gerações é clara e profunda: “Devemos trabalhar juntos, independentemente das ideologias, cor partidárias, credos e afins.” Colocar o país e os interesses da nação em primeiro lugar, “é a nossa prioridade. Sonho com um país em que trabalhemos todos com solidariedade e cooperação, para construir um São Tomé e Príncipe onde todos tenham a oportunidade de prosperar. Entendo que a nossa independência é um legado valioso, conquistado com muito sacrifício, e é nossa responsabilidade honrá-la com ações concretas que promovam o desenvolvimento sustentável e inclusivo do nosso país.”
Juntos, “podemos alcançar grandes feitos e honrar o legado dos nossos antepassados.” Que cada ação reflita o amor pelo país e o desejo de vê-lo prosperar. Com determinação, cooperação e um espírito inabalável, construirão um São Tomé e Príncipe digno do sacrifício daqueles que lutaram pela independência.
Por isso, “a mensagem que deixo é: valorizemos inequivocamente a nossa liberdade, invistamos na nossa educação e trabalhemos juntos com um espírito de união e propósito. O futuro do nosso país está nas mãos de cada cidadão, a inércia é também uma decisão. logo cabe a nós fazer de São Tomé e Príncipe um lugar de oportunidades, justiça e progresso para todos. Que cada geração continue a fortalecer esse legado, agora é a nossa vez, agora é a hora de construirmos um país cada vez mais forte e unido.” Conclui Mário Lopes.
