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Terça-feira - 13 Maio 2025

EXCLUSIVO: Uma visão panorâmica sobre a Paróquia de Língua Portuguesa em Haia e a entrevista a Tereza Brito Miguel, uma das responsáveis

Destaques

Esquerda, Teresa Miguel, centro, Srª Embaixadora Clara Nunes dos Santos e Emílio Figueira Tchikuala

No último domingo, a Paróquia de Língua Portuguesa em Haia foi palco de uma celebração única, enriquecida pela presença do Coro da Universidade de Évora, sob a direção do maestro Pedro Nascimento e com a presença do Presidente da Direção do coro, Joaquim Godinho. O evento destacou-se pela fusão entre fé e cultura portuguesa, proporcionando à comunidade local uma experiência inesquecível.

Coro da Universidade de Évora nos Países Baixos 

A iniciativa contou com o apoio da Embaixadora de Portugal nos Países Baixos, Dra. Clara Nunes dos Santos, e envolveu representantes do Conselho da Diáspora Portuguesa, bem como associações como a Associação Portuguesa de Amsterdão. Este apoio institucional reforçou o sentimento de união e colaboração entre os portugueses residentes na Holanda.

A organização do evento revelou a dedicação e o empenho de muitos membros da comunidade local. A participação ativa de paroquianos e membros do conselho, como Graça Roque, Rosa Silva, Nelson Ribeiro, Filomena e Helena, evidenciou, mais uma vez, a união e o compromisso de todos.

Coro da Universidade de Évora nos Países Baixos 

Entre as muitas experiências marcantes, a responsável pela paróquia, Teresa Miguel, recorda o momento em que acolheu uma senhora grávida, de língua espanhola, que entrou na igreja em lágrimas. Sem questionar, ofereceu-lhe apoio e prometeu orar por ela. Dias depois, recebeu a notícia do nascimento saudável da filha, que recebeu o seu nome em homenagem. Este episódio reforçou em Teresa a missão de ajudar quem mais precisa.

Além das celebrações religiosas, a paróquia promove iniciativas sociais, como rifas para angariar fundos e visitas a doentes, contando sempre com a generosidade e participação da comunidade. Teresa deixa uma mensagem a todos os membros da comunidade lusófona: “Deus entrega-nos gratuitamente o dom da vida; Ele sente a nossa falta na Sua casa. Com Deus, tudo; sem Deus, nada.”

Para o futuro, Teresa planeia apresentar novas ideias e projetos que reforcem a alegria da missão, enfatizando que estender a mão ao próximo é ajudá-lo a encontrar-se, mostrando que mesmo nos momentos mais cinzentos é possível ver a luz mais brilhante.

Tereza Brito, Joaquim Godinho e Nelson Ribeiro

A Paróquia de Língua Portuguesa em Haia continua, assim, a ser um pilar de fé, cultura e solidariedade para a comunidade portuguesa nos Países Baixos.

Entrevista: Fé e Cultura Portuguesa Unem-se em Celebração Memorável em Haia

Entrevista com Tereza Brito Miguel, responsável pela Paróquia de Língua Portuguesa em Haia, sobre a recente visita do coro de Évora. No último domingo, a Paróquia de Língua Portuguesa em Haia foi palco de uma celebração única, enriquecida pela presença do coro de Évora. O evento destacou-se pela fusão entre a fé e a cultura portuguesa, proporcionando à comunidade local uma experiência inesquecível.

Jornal Comunidades Lusófonas: Tereza, a celebração de hoje foi verdadeiramente especial, reunindo não só a comunidade religiosa, mas também promovendo a cultura portuguesa. O que sentiu ao ver a Paróquia acolher o coro de Évora e unir fé e cultura num só momento?

Tereza Brito Miguel: Senti uma grande alegria, espírito de acolhimento e entrega. Estou grata.

JCL: Sabemos que o coro trouxe uma dimensão única à celebração. Como surgiu esta iniciativa de convidar o grupo de Évora e qual foi o papel do maestro, também tenor, nesta ligação entre música sacra e a alma portuguesa?

TBM: O coro, em agradecimento à embaixadora Dra. Clara, propôs estar na celebração. Em comunicação com a Igreja, organizámos a sua vinda e participação na Eucaristia.

JCL: A presença da Sra. Embaixadora, Dra. Clara Nunes D. Salves, bem como de representantes do Conselho da Diáspora Portuguesa e outras associações, como a Associação Portuguesa de Amsterdão, mostrou a força desta comunidade. O que representa para si e para a paróquia este apoio institucional nestes momentos?

TBM: Representa realmente que a união faz a força, e sendo nós imigrantes na Holanda, significa que juntos podemos trabalhar em prol do próximo.

JCL: Para além da vertente religiosa, estas celebrações mostram-se como pontos de encontro cultural e social. Como vê o papel da Paróquia de Língua Portuguesa em Haia na preservação e promoção da cultura portuguesa entre os emigrantes?

TBM: Vejo como um ponto de referência e de divulgação.

JCL: O trabalho de bastidores em eventos como este é muitas vezes invisível. Pode partilhar um pouco sobre os desafios e alegrias na organização de iniciativas que unem tantos elementos distintos – desde religiosos a culturais e diplomáticos?

TBM: Na verdade, a participação de todos foi maravilhosa. Desde a oferta do Sr. Ricardo Marques, proprietário de uma loja de produtos alimentares portugueses, que prontamente se disponibilizou a ajudar, à rifa efetuada por mim em contacto com muitos paroquianos, todos se disponibilizaram a ajudar. Os membros do conselho uniram forças com alguns voluntários, como Dona Graça Roque, Rosa Silva, Nelson Ribeiro, que juntos estiveram comigo, a Filomena e a Helena. Foi maravilhoso sentir mais uma vez a união e o empenho de todos.

JCL: A sua dedicação à comunidade é notória. Como tem sido a experiência de liderar este trabalho incansável de apoio social e cultural à diáspora portuguesa nos Países Baixos? Há alguma história ou momento marcante que gostasse de partilhar?

TBM: Seriam bastantes os momentos, mas partilho um: o acolhimento a uma senhora grávida que entrou na igreja e se ajoelhou a chorar. No momento em que me aproximei, disse-lhe que estava ali se precisasse, sem saber nem perguntar qual era o seu problema. Foi maravilhoso sentir o seu abraço, mas também a sua angústia. Era de língua espanhola; trocámos contactos e prometi rezar por ela, fosse qual fosse o problema. Após dias, ela contactou-me para manifestar a sua alegria, dizendo que a sua filha tinha nascido bem e que lhe havia colocado o meu nome. O meu coração encheu-se de alegria; senti que a minha missão seria ajudar quem mais precisa.

JCL: Sabemos que a paróquia também tem um papel importante no apoio social aos mais vulneráveis. Pode contar-nos um pouco mais sobre estas iniciativas e como a comunidade pode ajudar ou participar?

TBM: Penso que os capazes, as rifas ajudam numa parte, a visita aos doentes, entre outras.

JCL: Que mensagem gostaria de deixar aos membros da comunidade lusófona que, por vezes, podem sentir-se mais afastados ou desconectados da sua cultura e fé?

TBM: Que Deus tudo nos entrega gratuitamente; o dom da vida é a prova disso, e que Ele sente nossa falta na Sua casa. Com Deus, tudo; sem Deus, nada.

JCL: Por fim, como imagina o futuro da Paróquia de Língua Portuguesa em Haia? Existem novos projetos ou sonhos que gostaria de ver realizados em prol desta comunidade?

TBM: Com certeza, e brevemente irei apresentar algumas ideias a pôr em prática. Dizer que a alegria da missão passa por dar a mão ao irmão e ajudá-lo a se encontrar; que mesmo no cinzento pode ver a luz mais brilhante.

Marisa Borsboom / Correspondente no BENELUX
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