Quem não conhece Viseu desconhece uma cidade com um passado com mais de dois mil e quinhentos anos de história. Vissaium, era o grande centro proto-urbano, e rapidamente se transformou numa cidade da Lusitânia, capital da civitas. A vida de Viseu gira um pouco na sua própria existência, mas não se deixou ficar refém do passado. É hoje uma cidade virada para a tecnologia, com recursos humanos altamente qualificados e, nos últimos anos, ganhou destaque no mapa do investimento nacional e internacional, com grandes empresas a reconhecerem o imenso potencial que existe. É uma cidade a conhecer e lançar um olhar aos múltiplos monumentos que se encontram espalhados pela cidade. Para os enamorados da história e ambiente natural, é o lugar ideal para passar uns dias ou então para quem queira mudar de vida, uma oportunidade para viver na tranquilidade de um lugar onde residem pacificamente cerca de 100 mil habitantes e que fica a menos de duas horas do Porto e Lisboa.
A cidade de Viseu conta com mais de 2500 anos de história, moldada por diversos acontecimentos, achados arqueológicos, documentos, heróis e figuras ilustres. Não há como ficar indiferente à sua riqueza histórica, arqueológica e patrimonial, que orgulha viseenses e conquista a curiosidade de visitantes e turistas.

Os vestígios arqueológicos mais antigos de Viseu remontam à Idade do Ferro, entre os séculos V e IV a.C. Na altura, Viseu era a Vissaium, considerada um grande centro proto-urbano que, no século I, os romanos viriam a eleger como capital da região.
De Vissaium a Veseum, transformou-se rapidamente numa importante cidade da Lusitânia, capital de civitas e um ponto geográfico estratégico. Com a chegada dos romanos, a cidade adaptou-se ao castro da Idade do Ferro, construíram o Fórum no topo do morro da Sé e expandiram a cidade até Oeste, a zona mais plana.

Durante a ocupação cristã do século X, D. Ramiro II intitulou-se como Rei e elegeu Viseu como a capital de Portucale. Isto levou-o a construir a defesa para a nova cidade, edificando assim a Cava de Viriato, a maior fortificação em terra da Península Ibérica, em forma de octógono, e um dos monumentos mais conhecidos de Viseu.
Entre 1109 e 1128, D. Henrique e D. Teresa, condes portucalenses, estabeleceram em Viseu as suas cortes, ficando encarregues de projetar a cidade medieval, com a construção do castelo, do palácio e da catedral, tendo-se desenvolvido a urbe em torno destes. A fidelidade política e o bom serviço das gentes de Viseu a D. Teresa levaram à conceção da primeira Carta de Foral a Viseu, em 1123.

Após as invasões francesas, a partir do século XIX, a cidade conquistou uma nova expressividade. A atual Praça da República converteu-se no novo polo político e administrativo e os traços medievais deram lugar a outras tendências urbanas e artísticas, levando à expansão da cidade. Ainda assim, em torno da Catedral, continuariam a funcionar importantes instituições públicas, nomeadamente a Biblioteca, o Governo Civil e a Esquadra da Polícia.
O século XX voltou a introduzir um conjunto de transformações e inovações na cidade que a levaram a assumir os contornos que hoje conhecemos. Se antes o quotidiano girava em torno da colina da Sé, hoje vai muito para lá da muralha antes construída. Novos bairros, novas construções e equipamentos marcam hoje a nova urbe, mas permanecem os vestígios da história de uma cidade e um povo resiliente.

Viseu tem, à data, um pouco mais que 100 mil habitantes. Os resultados dos últimos Censos demonstram que o concelho cresceu 0,4% a nível populacional face a 2011. A par de Sernancelhe, um dos dois únicos concelhos do interior do país nos quais se regista um aumento do número de pessoas. Este é um resultado muito positivo para que, apesar de não ser extremamente significativo, é o reflexo de um trabalho concertado e próximo que se tem vindo a realizar no concelho, com foco no bem-estar e qualidade de vida de toda a comunidade das 25 Freguesias. É uma conquista importante para um território do interior, considerando as assimetrias do país.
É um concelho e uma região de enorme valor. Neste momento, as instituições de ensino e o tecido empresarial, nas suas mais diferentes áreas de atuação, são grandes forças motrizes do desenvolvimento económico do território. Possuem recursos humanos altamente qualificados e, nos últimos anos, Viseu ganhou destaque no mapa do investimento nacional e internacional, com grandes empresas a reconhecerem o imenso potencial que existe, as oportunidades e os benefícios.

Por outro lado, o setor turístico tem ganho novas dinâmicas e o seu crescimento em muito tem contribuído para o posicionamento e notoriedade de Viseu, dentro e fora de portas. A agenda cultural – inovadora, regular e eclética -, a par do património material e imaterial, são, igualmente, fatores fulcrais nesta dinâmica. Viseu é hoje um destino cultural e turístico de excelência, que tem procurado adaptar-se às exigências do seu público, quer residente como visitante.
Viseu é a “Melhor Cidade para Viver”. O estudo da DECO, lançado no final de março de 2021, que analisou 12 capitais de distrito do país com mais população, voltou a posicionar Viseu no topo do ranking, renovando uma “distinção” que tinha já sido avançada no último estudo, em 2012, na qual a cidade era apontada como aquela com maior qualidade de vida.

Foram 10 as vertentes analisadas neste estudo, sendo o custo de vida, a segurança e criminalidade, e a limpeza e gestão de resíduos aquelas que representaram um maior impacto na qualidade de vida das cidades e das suas comunidades, com Viseu a destacar-se acima da média.
Em áreas como a mobilidade e o meio ambiente e poluição, a Cidade-Jardim está também no topo do ranking. Quando se fala na Cultura, no Desporto e no lazer, Viseu obteve um grau de satisfação que a coloca num patamar elevado, a par de outras cidades como o Porto, Braga e Lisboa.
A qualidade de vida é, portanto, “a nossa principal bandeira”

Viseu goza de uma localização estratégica, bem no coração de Portugal. Estamos a cerca de 1H30 de automóvel do Porto e a 3 horas de Lisboa. Salamanca fica a uma curta distância, de 2H40, e Madrid a cerca de cinco. Seja do ponto de vista de trabalho ou em lazer, rapidamente conseguiram alcançar pontos estratégicos na Europa, beneficiando de uma boa rede viária e meios de transporte.
Ao longo dos anos, têm ganho notoriedade no mapa do investimento económico. São já várias as empresas que se radicaram, com vista a expandir os seus negócios e projetos, nomeadamente em áreas como a saúde e as tecnologias de informação e comunicação, muito em prol da qualidade de vida que “gozamos enquanto território do interior do país, mas também pelos nossos recursos humanos altamente qualificados, formados pelas instituições de ensino superior que o concelho possui, com renome no panorama da educação.” Explica o Autarca Fernando Ruas.
Olhando para os últimos resultados das empresas PME Excelência, do universo de 134 empresas distinguidas do distrito de Viseu, 60 são do concelho. Estes dados reforçam o que sente há já alguns anos: o emprego mora em Viseu.
Esta conjuntura é hoje fator decisivo na escolha de Viseu como um concelho do interior ideal para residir, constituir família e apostar no lado profissional, já que se tem vindo a por em prática um conjunto de políticas amigas das famílias e das empresas, procurando assim criar condições atrativas para quem trabalha e reside, mas também para quem visita.
Também um exemplo concreto tem sido a aposta no setor cultural e turístico, essenciais na atração de visitantes e turistas e, consequentemente, na dinamização da economia local, nomeadamente ao nível da hotelaria, da restauração e do comércio tradicional.
A aposta na mobilidade e num concelho cada vez mais “verde” e amigo do ambiente; na qualificação de infraestruturas na área da educação e do desporto; na reabilitação urbana, quer do ponto de vista de proporcionar incentivos e benefícios aos privados, como no próprio investimento da autarquia, através de fundos nacionais e europeus, em adquirir e reconstruir imóveis para garantir mais e melhores condições de vida em todas as Freguesias; “são também exemplos do trabalho que temos vindo a realizar.”
No fundo, “auscultamos as necessidades do nosso concelho e procuramos uma resposta concertada, muitas vezes num trabalho em rede com a nossa comunidade, para alavancar a nossa economia e afirmar o nosso potencial enquanto território do interior.”
É claro que existem aspetos a melhorar e projetos que gostariam de ver garantidos, “mas que não dependem de nós. Há anos que lutamos por uma ligação rodoviária digna entre Viseu e Coimbra; queremos ver avançar a construção da Barragem de Fagilde e assim garantir o abastecimento de água ao nosso concelho de forma plena; não esquecemos a ligação ferroviária e reconhecemos como imprescindível a defesa do troço ibérico do Corredor Atlântico.”
Viseu é um destino turístico bastante atrativo, nas várias épocas do ano, e o qual tem vindo a crescer de forma notável, em resultado das novas dinâmicas e qualidade de vida do território. Para se ter uma ideia, o número de dormidas nos alojamentos turísticos no concelho passou de 164 mil, em 2001, para quase 223 mil, em 2022. É um número significativo, reflexo de uma forte cooperação entre a autarquia, os agentes turísticos e culturais, o tecido empresarial e associativo, e toda a comunidade, em prol da construção de um posicionamento e notoriedade fortes, dentro e fora de Portugal.
Do ponto de vista da emigração, Viseu não foge da tendência e o verão continua a ser a estação predileta desta grande comunidade que reside no estrangeiro e que, por essa altura, retorna a casa, às suas origens. Aliás, a Feira de São Mateus, grande certame tradicional, é o ponto de encontro de muitos emigrantes e famílias, no mês de agosto.
Contudo, ao longo do tempo, e também fruto de uma agenda cultural intensa, descentralizada do ponto de vista geográfico e temporal, o concelho é hoje um destino de visita em diferentes épocas do ano. O fluxo turístico já não é somente do país vizinho, mas ainda de outros países da Europa e dos quatro cantos do mundo. “Somos um concelho hospitaleiro, que recebe os seus visitantes e turista de braços abertos.”
Um dia em Viseu será apenas para despertar a curiosidade, já que o concelho dispõe de uma vasta oferta de locais e atividades para conhecer e experienciar. “Sou suspeito, é verdade, pois sou um viseense de gema, mas recomendo sempre uma estada mais prolongada, para que possam ver além do núcleo urbano, já que as nossas Freguesias têm também tanto para explorar.” refere o autarca.
Há pontos que não podem faltar no roteiro, como a enigmática Cava de Viriato, a imponente Sé de Viseu ou o detalhado Painel de Azulejos do Rossio. “Sendo nós Cidade-Jardim, os espaços verdes são outro cartão-de-visita, inclusive a Mata do Fontelo e o Parque Aquilino Ribeiro.” A estar pela cidade, o Museu Nacional Grão Vasco requer uma visita obrigatória, assim como os Museus Municipais, dedicados ao artesanato, à arte e à história da cidade. Pelo meio, é imprescindível uma viagem pelos sabores típicos como o Arroz de Carqueja, o Rancho à Moda de Viseu ou a Vitela à Lafões, o famoso bolo Viriato e os inigualáveis vinhos do Dão.
Se tiverem oportunidade, “como disse, não deixem de visitar as nossas Freguesias, com gente acolhedora e grandes contadores de histórias. Os nossos percursos pedestres e Ecopistas do Dão e do Vouga, a arte sacra, os monumentos megalíticos, as artes do Linho de Várzea de Calde, das Rendas de Bilros de Farminhão, das Flores de Papel de Fragosela e dos Estanhos Artísticos de Bodiosa: há tanto para ver e descobrir. É mesmo partir à aventura!”
Por último, as iniciativas de caráter cultural são um bónus, em qualquer altura do ano. Agosto é sinónimo de Feira de São Mateus, a Guardiã das Feiras Populares do país. De realçar outros eventos como o Dizer Poesia, o Viseu Doce, as comemorações da Páscoa e do 25 de Abril, o Festival Internacional de Música da Primavera, o Festival de Teatro, o Verão no Parque, as Festas Populares, o Festival de Jazz, o Festival Outono Quente ou o Viseu Natal, entre muitos outros.
“Este ano de 2024, somos Cidade Europeia do Desporto e, por isso, celebramos de forma especial os nossos atletas, clubes e associações, e modalidades, com uma agenda de cerca de 500 iniciativas. É também um ano especial para visitar Viseu, pois o concelho beneficiará de uma dinâmica extra e muito própria, potenciadora do convívio e da prática de atividade física.”
Felizmente, há muitos e bons motivos para visitar Viseu, 365 dias por ano. Uma comunidade hospitaleira e recebem quem os visita de braços abertos e sorriso na cara.
O Jornal Expresso avançava com uma notícia, no início deste ano, onde referia que Portugal é hoje o país da Europa com mais emigração, citando dados do Observatório da Emigração, o qual dava nota de que 1,5 milhões de cidadãos tinham deixado para trás o seu país nos últimos 20 anos. Viseu, de facto, não é exceção e, ao longo de décadas, tem também registado o movimento natural dos seus cidadãos para o estrangeiro.
Por outro lado, e em resultado da instabilidade e insegurança a nível mundial que se tem vindo a agravar, Viseu é também hoje um território de imigração, sobretudo de países como a Ucrânia e o Brasil.
A maioria dos emigrantes que regressam hoje a Portugal são pessoas que cedo partiram em busca de mais e melhores condições de vida e trabalho. São pessoas que construíram toda a sua vida noutro país e hoje regressam, muitas delas já depois da reforma, para poderem ainda usufruir da sua terra natal e estarem mais próximas da sua família e amigos.
Por outro lado, há ainda os emigrantes que, em idade ativa, regressam ao seu país de origem, com novos projetos e ambições, com o objetivo de fomentarem os seus negócios e contribuírem com os seus conhecimentos e competências para o desenvolvimento socioeconómico de Portugal.
Em Viseu, todos são bem-vindos. Continuamos a ser um território de oportunidades, que acolhe, calorosamente, a sua diáspora. “Como referi anteriormente, estamos diariamente empenhados em construir um concelho de e para todos, atrativo para quem reside, investe ou visita. Estamos atentos às necessidades das várias gerações e olhamos com cautela para todo o território. Não nos centramos apenas na cidade, mas no meio rural estamos igualmente a fazer uma forte aposta na reabilitação, procurando criar condições atrativas para a fixação da população. Somos um território criativo, coeso e dinâmico, que acolhe de braços abertos.”
