Nome: Cátia Pacheco
Idade: 29 anos
Vive: Saint-Barthélemy, Caraíbas
Profissão: Baby-sitter
Emigrante: 3 anos
Sempre que terminam as férias e temos de regressar vem aquele pensamento inevitável de quem só volta passado um ano: “Será a última vez…” Perdi o meu avô há 10 meses e custa não ter estado presente nos últimos anos de vida dele. Fui Mãe no passado mês de novembro e o meu filho só irá conhecer os avós em agosto…
Todos os dias me questiono se tudo isto valerá a pena, mas depois vejo o que conquistamos e quão a nossa vida melhorou nestes últimos três anos, e a cabeça diz-me que fiz a escolha certa e para aguentar mais um bocadinho, ainda que o coração esteja sempre apertadinho e constantemente a pedir para regressar.
Embora em Portugal falte oportunidades para os jovens licenciados, não deixa de ser casa e não vejo a hora de voltar, parece contraditório, eu sei, mas é inexplicável o sentimento que ficamos pelo nosso país e pela nossa terra. E digo “ficamos” porque me atrevo a falar pela grande maioria dos emigrantes, sei que sentem o mesmo. É indescritível o que sentimos sempre que chegamos e deixamos Portugal.