A Festa de S. Pedro, é um evento que remonta ao século XIII e se estende até aos dias de hoje.
É uma festa que tem vindo a crescer, e muito, ao longo dos séculos e dos anos, realiza-se entre os dias 7, 8 e 9 de julho. Conta com cantores a dar vida à festa, e exposições de equipamentos agro industrias, que são muito representativos, e com tendas de artesanato e tasquinhas.
“A Feira de São Pedro está intrinsecamente ligada à figura de S. Pedro, sendo que o seu período de realização abrange atualmente sempre o dia de S. Pedro (29 de junho). No entanto, nos seus mais longínquos primórdios, tal não acontecia.” Refere o Município de Torres Vedras.
“De facto, a feira que está na génese da atualmente designada Feira de S. Pedro surge em 1293”, durante o reinado de D. Dinis, O Lavrador, que concedeu, nesse ano, a Torres Vedras, a sua primeira Carta de Feira, sendo que este evento, de periodicidade anual, começou por se realizar de 1 de maio a 1 de junho. Ainda durante o reinado de D. Dinis, a 28 de abril de 1318, é dado ao concelho de Torres Vedras uma nova Carta de Feira anual. Este documento muda a data da realização da feira para o período de 1 de junho a 1 de julho. Estes dois documentos de D. Dinis não fazem qualquer referência ao nome da feira, apenas se referem à sua localização. De qualquer modo, nestas cartas parece estar implícita a criação da atual Feira de S. Pedro, já que a data de realização imposta pela segunda doação abrange o Dia de S. Pedro.
A atribuição do nome de S. Pedro à feira de Torres Vedras terá acontecido a 16 de agosto de 1521, numa carta assinada pelo rei D. Manuel. No século XVIII sabe-se que a Feira de S. Pedro se realizava num único dia. A 6 de abril de 1792, em carta enviada a D. Maria I, o Juiz de Fora e Oficiais da Câmara de Torres Vedras pede que a feira se prolongue por mais dois dias, entre 29 de junho e 1 de julho. Este pedido é aceite, por provisão de 24 de maio de 1792. Contudo, o alargamento não tem grande continuidade, pois todos os documentos referentes à Feira de S. Pedro durante o século XIX e até 1912 (ano em que muda definitivamente para os três dias de duração), apenas referem dois dias de feira.
Proveniência do evento
Desconhece-se a data exata em que a Feira de S. Pedro passa a realizar-se na alameda da Porta da Várzea, mas sabe-se que em 1885 já decorria neste local. Com a inauguração da ligação ferroviária entre Lisboa e Torres Vedras, em dezembro de 1886, e com a regularização do transporte de passageiros por comboio por meio da mesma, a partir de maio de 1887, aumenta significativamente a afluência de público à feira e a sua importância.
Em 1926 ensaia-se a organização de uma grande feira de feição moderna: a 1.ª Exposição Agrícola, Pecuária e Industrial de Torres Vedras, que se realiza de 22 a 29 de agosto e que é, de algum modo, a precursora da moderna Feira de S. Pedro. Contudo, ainda na década de 60 do século passado, o formato da Feira de S. Pedro não diferia muito daquele que a caracterizava no século passado.
“É preciso aguardar pelo 25 de abril de 1974 para que a Feira de S. Pedro dê o passo de gigante que lhe confere a sua atual dimensão. A 16 de junho de 1974, numa reunião da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, o vereador João Carlos apresenta uma proposta de formação de uma comissão que prepare um estudo de planificação a fim de tornar a tradicional Feira de S. Pedro numa grande feira agroindustrial, capaz de projetar a realidade económica da região. Aprovada a proposta, a recém-criada comissão inicia a preparação da Feira de S. Pedro de 1975”. Uma das primeiras medidas é o alargamento do número de dias da mesma para nove.
Em 1979, ano de elevação de Torres Vedras à categoria de cidade, aumenta o número de expositores da Feira de S. Pedro, bem como a sua área de espaço coberto e a sua duração, que passa então para onze dias.
A partir de 1985 a feira dá um novo salto qualitativo e quantitativo. Em 1989 atinge o auge do seu crescimento no espaço que então ocupava. Nesse ano conta com sessenta e três expositores em área coberta e setenta e oito em área descoberta, num total de quinze pavilhões e setenta e oito stands.
Mas o passo crucial para o desenvolvimento do certame foi dado em 1999 quando este passou a realizar-se no Parque Regional de Exposições, o que teve como consequência a melhoria significativa da sua qualidade. Em 2004 a Feira de S. Pedro apresentou como novidade um novo espaço – o Pavilhão Multiusos -, equipamento que permitiu uma melhoria qualitativa da oferta dos expositores, tornando o evento também mais atrativo para os visitantes. De realçar que desde que foi implementado em 2004 um sistema magnético de controlo de entradas no certame tem-se verificado sempre um número de visitas ou mesmo superior a 200 mil.
Na edição deste ano da Feira de S. Pedro foram contabilizadas cerca de 255 mil entradas. Relativamente à presença de emigrantes no evento, não há nenhuma forma de registo dos mesmos.
O que carateriza a Festa
Em 2023 a Feira de S. Pedro contou com 156 expositores de produtos e serviços. Uma área para 105 feirantes tradicionais, 22 locais de venda de artesanato, 25 espaços de divertimento, áreas de restauração (com cinco restaurantes e oito tasquinhas), e uma zona de animação (com cinco bares).
De referir que na zona dos expositores foi proporcionado o espaço “Vinhos nas Linhas” (no qual se pôde degustar vinhos da região de Lisboa), um espaço dedicado à produção hortícola e às soluções tecnológicas para o respetivo setor (a cargo da Associação Interprofissional de Horticultura do Oeste) e um auditório que acolheu ações relacionadas com a área económica e a da sustentabilidade (sendo de destacar dessas a 10.ª Semana Hortícola do Oeste, organizada por aquela associação, e o V Fórum Agricultura 4.0, organizado pelo SMART FARM COLAB – Laboratório Colaborativo para a Inovação Digital na Agricultura). Referência também para a animação que foi proporcionada na zona dos bares, cujo palco acolheu atuações, principalmente de bandas musicais, cantores e DJ’.
“Por fim, é de realçar que desde o ano passado são proporcionados grandes concertos noturnos no âmbito da Feira de S. Pedro, os quais se realizam no Parque da Cerca de Santa Maria. Este ano esses grandes concertos tiveram como protagonistas Richie Campbell, Anselmo Ralph e Bárbara Tinoco, que atuaram nos dias, respetivamente, 7, 8 e 9 de julho.”