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Domingo - 16 Fevereiro 2025

O Grupo de Folclore Casa de Portugal foi fundado a 1 de maio de 1996, por um grupo de residentes portugueses, no Principado de Andorra.

Destaques

O Jornal Comunidades entrevistou o Diretor Artístico, José Luís Carvalho, do Grupo de Folclore Casa de Portugal, e fez um retrato das atividades enquanto Grupo. Têm andado um pouco por toda a Europa e em Portugal. É um Grupo muito coeso, e o Principado de Andorra gosta muito de os ter no país, pois consideram-nos andorranos. “Há uma coabitação muito boa e de salutar. Divulgar cultura, e assimilar cultura é o propósito”.

Em Andorra segundo os censos há cerca de 9000 mil portugueses e os filhos de residentes portugueses que são considerados andorranos, pois em Andorra a nacionalidade é adquirida no nascimento. Em teoria dispõe de dupla nacionalidade, mas é aos 18 anos que têm de escolher se querem ser andorranos ou portugueses, não lhes é permitido ter dupla nacionalidade, o que não acontece noutros países.

O Grupo de Folclore tem atualmente 60 elementos com idades compreendidas entre os seis meses até aos sessenta e poucos anos. Há muitas franjas etárias, há uma camada jovem muito interessante o que nos permite garantir um futuro, e desde início tentamos promover a cultura tradicional portuguesa aqui no Principado de Andorra e fomentar também a Portugalidade através da gastronomia, do Folclore, de exposições, temos sido um reflexo da cultura portuguesa em Andorra como aconteceu no dia 9 de julho.

“Já visitámos seis países e um dos objetivos durante o ano é trabalhar também para permitir aos elementos fazerem viagens e interagir com outros grupos da emigração e não só, já temos participado em festivais internacionais, mas é sobretudo na emigração que encontra parceiros que acabamos por trazê-los até à Andorra.

“Estivemos em Portugal várias vezes, em Viana do Castelo, S. Martinho do Bispo, Lavradas, zona de Viana do Castelo, e vamos todos os anos a Fátima, porque somos membros aderentes da Federação de Folclore Português, e cada ano participamos tanto no desfile nacional do traje popular, que este ano vai ser em Ílhavo, a 16 de setembro, assim como à peregrinação dos grupos de folclore, ao santuário de Fátima, temos este vínculo com a federação e participamos nas atividades que eles realizam.”

Percorremos Portugal, Espanha, e quase toda a França, algumas vezes à Suíça, Luxemburgo e Mónaco, estivemos com um grupo de Mónaco. Temos andado um pouco por toda a Europa.
O sentimento de emigrante já não é o mesmo de há trinta ou quarenta anos, o da mala de cartão. “Somos cidadãos do mundo”, o que “nós procuramos aqui é dizer que somos portugueses, estamos integrados na sociedade Andorrana, mas também não perdemos as nossas raízes, estamos integrados e não assimilados”. Desde o mês de janeiro, começamos logo com as Janeiras, já vamos na 14º ou 15ª edição percorremos as casas particulares, os centros comerciais, as igrejas, vamos à catedral de Santa Maria d’Urgell, em Espanha, cantar as janeiras, depois vem o nosso festival de maio, o festival internacional que realizamos, onde vêm grupos folclore de Portugal, do Principado de Andorra, de Espanha, e o nosso. Criamos aqui um ambiente aberto a toda a sociedade, para assistir um festival internacional de Folclore. Em maio participamos ainda na festa da diversidade cultural de Andorra la Vella representamos Portugal, em julho recriamos o nosso Feirão. Em agosto, é o nosso período de férias, e portanto, chegados a outubro, há a feira multissetorial do Principado de Andorra, onde também participamos com Portugal com o Folclore e Gastronomia”.

Chega Natal e há os cânticos natalícios. As janeiras há já quem diga que é uma tradição de Andorra, depois na gastronomia os bolinhos de bacalhau, os rissóis.

Eles adoram tudo que é à base de bacalhau, tudo que tenha bacalhau.

Os pasteis de Belém, venderam-se muito, trinta num ápice. A prova está no Feirão. Depois vêm os bolinhos de bacalhau, as pataniscas, o vinho verde, as moelas, ou seja tudo que é gastronomia portuguesa é muito saborosa, e uma das coisas que temos notado é que muitas pessoas começam a fazer turismo em Portugal, vão conhecer Porto, Lisboa, são os destinos principais, quando chegam cá e vêm às nossas festividades, já se sentem identificados com essa gastronomia.

“Quando saímos de Andorra saímos por causa do Folclore, levamos o nosso estandarte, “Grupo de Folclore Casa de Portugal, Principado de Andorra”, nós também somos embaixadores do Principado de Andorra, fora do país, temos o nome de Portugal aqui, enquanto estamos aqui, e quando saímos também temos o nome de Andorra.

Quando fomos ou vamos a Fátima levávamos o estandarte de Grupo de Folclore da Casa de Portugal-Andorra, o mesmo acontece quando estamos no desfile do traje. Quando vamos aos festivais também levamos o nome de Andorra e eles também são sensíveis a esta dinâmica”.

O Consulado Honorário

“A nível administrativo as pessoas deslocam-se ao Consulado Honorário, depois temos a Internet, que é uma janela aberta” há muita proximidade com os municípios de Andorra assim como do governo Português.

“Tivemos a participação do deputado Paulo Pisco, que é o deputado da emigração, que vem a Andorra várias vezes, para estar connosco, e para nos acompanhar. Esteve aqui em Maio e acompanhou a comunidade portuguesa, e vem frequentemente até Andorra para acompanhar a comunidade portuguesa, e para participar nos eventos que organizamos.”

“Não nos podemos queixar.” O Secretario de Estado Paulo Cafôfo e o Presidente da República estiveram lá o ano passado e prometeram um Consulado de carreira, para Andorra, é algo que está a ser trabalhado.

Os projetos de futuro, passam neste momento por uma exposição itinerante, “Integrados”, onde “integramos o traje tradicional português dentro da arquitetura do Principado de Andorra”, foi inaugurada em fevereiro no Ministério da Cultura, pela Ministra do Principado de Andorra Silvia Riva, na própria sede do Ministério. Já percorreu o município da Andorra la Velha, percorreu o Município de Ordino, está agora em exposição, na paróquia de La Massana, onde vai estar até ao dia 28 de julho, depois em finais de maio vai estar na paróquia de Canillo, de seguida temos em Encamp, e assim sucessivamente. Vai percorrer os sete municípios de Andorra.

Há uma cerimónia inaugural em cada município, depois dessa cerimónia” temos um porto de honra, que distribuímos, os meios de comunicação são convidados, há muita difusão, é um movimento onde temos o traje tradicional mas também temos o património de Andorra, estamos a tentar levar essa exposição a Portugal, a Lisboa e a Viana do Castelo.” Já em 2021, um outro trabalho que se fez, do grupo nos museus em Andorra, também esteve exposto em Viana do Castelo de agosto a dezembro de 2021 no Museu do Traje. Agora vamos para férias, enquanto que em Portugal começam a atividade de atuações, é o nosso período de descanso. A atividade encerra em dezembro pela quadra natalícia, e quinze dias em agosto, o setor da construção pára, depois voltamos a 22 de setembro. Mas antes disso “temos a 16 de setembro o desfile nacional do Traje popular em Ílhavo, uma representação do grupo vai viajar a Portugal para participar nesse evento”.

Como vêm os Andorranos os Portugueses

Os Andorranos vêm os Portugueses como gente boa, trabalhadora, integrada, e que tem um amor à pátria, não há fricções entre portugueses e Andorranos, “estamos muito bem integrados, fazemos parte da sociedade andorrana como outro qualquer, e não há problemas”.

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