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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

DESTAQUE: Guterres diz que fracasso não é uma opção na reta final da COP29

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Unfccc/Kiara Worth – Em discurso nesta quinta-feira, em Baku, António Guterres disse que o “fracasso não é uma opção”


Em Baku, secretário-geral pediu fim às divergências e apelou ao entendimento sobre financiamento climático; Guterres diz que negociação deve fazer justiça perante catástrofe climática.

Com o aproximar do fim da 29ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, COP29, o secretário-geral fez um apelo à ação pelo fim de divergências entre líderes e negociadores e pediu um acordo histórico de financiamento climático.

No discurso nesta quinta-feira, 21 de novembro, em Baku, António Guterres disse que o “fracasso não é uma opção”, alertando que o resultado da falta de ação poderá ser catastrófico.

Definição urgente de uma meta ambiciosa

Após retornar à capital do Azerbaijão na sequência de sua participação na Cimeira do G20, no Rio de Janeiro, Guterres disse ter deixado no evento a mensagem sobre a importância da definição urgente de uma meta ambiciosa de financiamento climático.

Um dia antes do fim da COP29, circulam relatos sobre pontos de desacordo entre negociadores em torno dos fundos para apoiar os países em desenvolvimento no combate a inundações repentinas, secas, incêndios florestais e outros desastres naturais agravados pela atividade humana.

A proposta inicial do texto circula desde as primeiras horas da quinta-feira entre equipas de negociação de governos e grupos da sociedade civil. As reações foram contraditórias entre países em desenvolvimento e desenvolvidos, juntando-se aos pontos de discórdia ainda não resolvidos, incluindo o das metas de financiamento.

Para o secretário-geral, “o relógio está a correr” e a “COP29 está agora no limite”. Ele enfatizou a urgência do momento, reconhecendo que existem avanços, pontos de convergência, mas também persistentes diferenças significativas.

UNFCCC/Habib Samadov – As atividades da COP29 acontecem no Estádio Baku, complexo de eventos no coração da capital do Azerbaijão. Uma das entradas principais para os delegados da COP é mostrada aqui
Preparativos para a COP30 no Brasil

Guterres declarou que a falta de uma ação determinante pode ter efeitos muito além desta sessão da conferência, potencialmente minando os esforços de curto prazo e complicar os preparativos para a COP30 no Brasil.

Para o secretário-geral, o fracasso pode afetar a ação de curto prazo e a ambição na preparação de novos planos nacionais de ação climática. Acrescentou que isso pode acelerar a aproximação de pontos de inflexão climáticos que são irreversíveis.

Mirando ao futuro, o chefe da ONU ressaltou que é preciso uma nova meta ambiciosa de financiamento climático. Esse pacote abrangente de fundos seria projetado para mobilizar recursos para países em desenvolvimento, permitindo que implementem planos de ação climática alinhados com a limitação do aumento da temperatura a 1,5º C.

O líder das Nações Unidas enfatizou a importância de financiamento de iniciativas que apoiem os países durante a transição para energia limpa e acessível, ao mesmo tempo em que reduzem as emissões de gases do efeito estufa.

Fundos para proteger populações vulneráveis

Além disso, António Guterres destaca a necessidade de reforçar a resiliência às catástrofes naturais, garantindo fundos para proteger populações vulneráveis ​​dos impactos de desastres climáticos.

Outro foco do discurso foi a necessidade de se restaurar a confiança entre os países. Para esse propósito, Guterres pediu que seja consolidada a solidariedade por meio da cooperação internacional no quadro do Acordo de Paris.

O secretário-geral ressaltou ainda que um futuro acordo deve ir além da mera negociação, ao sublinhar que a COP que está em curso em Baku deve ser para “fazer justiça diante da catástrofe climática”.

Quanto a relatos de que o financiamento climático seria uma forma de caridade, o chefe da ONU diz que se trata de um investimento vital no futuro do planeta que pode ser entendido como “pagamento inicial para um futuro mais seguro e próspero para cada nação”.

Jornal Comunidades Lusófonas
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