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Sábado - 17 Maio 2025

Manuel Bettencourt doa 500 mil dólares

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A Universidade de S. José na Califórnia encontra-se num ponto estratégico, no Silicon Valley, onde operam as grandes multinacionais Google, Apple, Facebook, etc. A Universidade precisa de um professor a tempo inteiro, para que o ensino de português naquela Universidade não morra. Meio milhão de dólares já foram doados e o seu benfeitor foi o médico Manuel Bettencourt. Estudou nesta Universidade em 1973 onde se licenciou em Biologia, – a sua primeira licenciatura – na altura não havia programa de português.

“Este programa na Universidade de S. José, teve início com um colega meu que tem hoje 89 anos, ele é que teve a iniciativa de começar com o programa, o seu nome é Décio de Oliveira, e a administração da Universidade requeria que tivéssemos pelo menos 20 alunos, para dar início às aulas. Também era importante terem uma professora ou professor, que lecionasse grátis pelo menos durante um ano, dois semestres.

Havia e há aulas em espanhol, pois há uma comunidade de Mexicanos muito grande e “tínhamos aulas em Espanhol. Uma vez que havia Espanhol, também lhes pedi para se matricularem nas aulas de português e eles assim fizeram, inscreveram-se nas aulas de português.”

A professora era a Irmã Maria Amélia, ela era diretora da escola católica na Igreja Portuguesa “As cinco Chagas”, e lecionou na Universidade um ano grátis.

O programa de português começou em 1973. O programa continuou, o professor ensinava part-time, apenas dois dias por semana, mas conseguimos com que o programa durasse 50 anos.

A Irmã Maria Amélia, “pediu-me os nomes dos professores, que tivemos durante 50 anos. E foram cinco os professores de Português.” Ela fez um vídeo, e “apresentamo-lo na Universidade no dia que celebramos os 50 anos, no dia 28 de outubro.”

Um “colega meu”, foi falar com a Administração, para conseguir dar continuidade ao programa.

Esteve para ser cancelado duas vezes, não havia alunos suficientes. Quando um aula tem menos de 10 alunos, a Universidade não paga ao Professor.

Para não cancelar a aula, a comunidade portuguesa tem ajudado a pagar ao professor. “Temos de continuar a angariar fundos para continuar a pagar ao professor. Se não o aluno não é graduado.” Tivemos um “minor”, “Portuguese Minor”, que tem de dar aulas mais avançadas. “Para que o programa de ensino de português não acabasse no futuro, doei meio milhão de dólares. Esse dinheiro vai ajudar para que tenhamos meios financeiros para pagar ao professor.


Querem um professor a tempo inteiro na Universidade de S. José. Mas o meio milhão e meio de dólares que doou, não é suficiente, “temos de conseguir mais.”

A Universidade está edificada na zona de Silicon Valley, que em termos estratégicos é muito bom, porque há um conjunto de empresas multinacionais, como a Google, a Apple, o Facebook, etc, que se encontram lá. Estas grandes empresas precisam de pessoas que falem português também.

Por causa do Brasil, que tem mais de duzentos milhões de falantes em português, e tem muitos portugueses a trabalhar nestas empresas porque falam português. Por isso é que têm um programa de português forte, para que “tenhamos mais alunos, estamos a ver se conseguimos um professor a tempo inteiro, é esse o nosso objetivo.”

Neste momento há poucos poucos alunos, quarenta, cinquenta talvez. O máximo que tiveram foi sessenta ou setenta a estudar português. Mas com a pandemia caíram para trinta e tal. Agora andam pelos quarenta, ou cinquenta. As aulas são apenas dois dias por semana. “Mas com um professor a tempo inteiro podemos ter aulas todos os dias.”

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