Pinturas restauradas d’A Brasileira revelam-se ao público no Museu Nacional de Arte Contemporânea.
No dia 18 de maio celebrou-se o Dia Internacional dos Museus. Para marcar esta data, o MNAC – Museu Nacional de Arte Contemporânea e A Brasileira do Chiado, ambos ícones da vida cultural lisboeta, apresentaram as primeiras quatro obras restauradas da histórica coleção de arte contemporânea do café-museu, de 1971, numa exposição que se inaugurou precisamente no dia 18 de maio, pelas 16h, no MNAC. Foi uma oportunidade única para redescobrir os traços vibrantes e as cores originais que marcaram a arte portuguesa na década de 1970.
Entre as obras que voltam a destacar-se grandes mestres como Manuel Baptista (Natureza Morta Abstractizada, 1971), Nikias Skapinakis (Retrato dos Críticos, 1971), Fernando de Azevedo (Homenagem a Eduardo Viana, 1971) e João Hogan (Paisagem de Porto Covo, 1971). Estas pinturas, criadas num período de forte efervescência artística e política, foram selecionadas por críticos de renome como José-Augusto França, Rui Mário Gonçalves, Francisco Bronze e Fernando Pernes, e representam um marco na história da arte contemporânea em Portugal.
As pinturas agora restauradas, não são apenas quadros. São fragmentos de uma época, mapas do inconformismo, vozes silenciosas que ainda murmuram a inquietação dos anos que moldaram “a nossa identidade artística”. Num tempo em que a arte se levantava contra a norma, estas telas capturam a essência de uma Lisboa que, mesmo em silêncio, nunca deixou de se mover.
A inauguração da exposição, pode ser visitada até ao final do ano, foi acompanhada por uma mesa-redonda que juntou representantes d’A Brasileira do Chiado, do MNAC e da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, num encontro de participação livre que prometeu explorar o impacto das artes visuais na transformação social e cultural da cidade.
