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Quarta-feira - 15 Janeiro 2025

EXCLUSIVO: Mulher do Norte, afirma-se no mundo dos negócios

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Natural do Marco de Canaveses, Sandra Marisa Q. Monteiro Borsboom, fez a sua carreira académica em Direito na Universidade Lusíada do Porto, em 2003. Ingressou na Ordem dos Advogados, no Conselho Distrital do Porto, em 2004, onde completou o seu estágio e abriu o seu primeiro escritório, em 2010, que se mantém na mesma cidade até à presente data. Nesse ano nasce o bichinho do mundo dos negócios depois de ter frequentado um curso de Gestão para Empresários, desafiada por um amigo.

E como a vida tem as suas idiossincrasias, no mesmo ano conhece aquele que vem a ser o seu marido, um cidadão Holandês, que estava a trabalhar em Portugal, em 2011, para os Países Baixos.

Alterando o seu percurso profissional, e mantendo o seu escritório na Invicta, passa a trabalhar como Internacional Legal Counsel na Van Oord .

Em 2018 iniciou o seu próprio negócio, como General Counsel, na MQM legal Center, o que a levou a trabalhar com várias indústrias e matérias legais .

Marisa adianta que “por isso tive sempre uma vida cá e lá, nunca deixei o país, e também fiz com que fosse vendo o percurso, pessoal mas o contacto com muitas empresas e empresários diferentes”.

Talvez por isso , começou a ter ter uma visão muito “macro”, do que eram as relações entre Portugal e a Holanda e que à data não eram muito faladas.

Recorda que numa visita do Rei Willem Alexander a Portugal, é quando se fala no interesse fundamental de ligar estas duas culturas, estas duas economias, o que era mais do que evidente para ela, pois via no terreno esta ligação com a Holanda, ligação essa que tem vindo a crescer de uma forma exponencial, “vi recentemente no Expresso que a Holanda está no topo do país, onde há mais emigração portuguesa, tradicionalmente não era destino preferencial dos emigrantes portugueses.

Em 2019, é-lhe apresentada a Rede De Câmaras Portuguesas A RCCP, um projeto que estava ligada à Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, não contava ainda com a Holanda.

“Não havia, ainda, uma Câmara Portuguesa nos países baixos”. Decidindo dar um passo em frente e tornar-se co-fundadora desta Organização, em conjunto com um grupo de empresários, e empreendedores que estiveram ao seu lado deste o primeiro dia. Pessoas que estão a trabalhar em empresas com o espírito de querer fazer mais, “lançamo-nos nesta aventura, que tem sido, passo a redundância uma verdadeira aventura”. Fundada a 5 de novembro de 2019, sofre o primeiro grande impacto negativo “a começar no ano 2020, o mundo mudou”. Com o Covid tudo se veio alterar, mas, e demonstrou também “o quão resilientes somos. E é assim que eu chego a esta posição em que estou hoje.”

Os inícios da Câmara de Comércio

Os primeiros dois anos foram muito difíceis, porque “todos nós estávamos a aprender”, ninguém tinha tirado “um curso” para esta atividade, “como constituir uma Câmara de Comércio, fomos navegando, também com os amigos da Rede, com variadíssimas pessoas que nos trouxeram o seu saber.”

Ressalva o papel de Pedro Magalhães, da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, que é “uma pessoa sempre disponível, e também Rui Paulo Almas, do AICEP do BENELUX, que tem sido uma pessoa admirável, e são estas as pessoas que nós queremos para nos ajudar e nos guiar.”

Com as dificuldades dos dois primeiros anos, “nenhum de nós conseguiu desenvolver nada daquilo que estávamos à espera. Mas do desafio criamos a oportunidade, a nossa inauguração que seria presencial a 10 de Junho de 2020, for virtual no dia que celebramos um ano. Somos também por isso uma câmara com o digital e a inovação no ADN.

“Foi muito difícil”, desabafa Marisa. O ano de 2023, acima de tudo, foi um reagrupar, um revisitar e realinhar.

A Câmara nasce com outro nome diferente do que tem hoje, “também nos quisemos posicionar mais no setor da Indústria”, até para alinhar com a visão da Europa. Com a reindustrialização Europeia, que tão necessária é, e também trazer novos membros para a equipa, por isso, de alguma forma todas estas condicionantes tornaram a viagem mais complicada, mas também testou “a nossa capacidade de resistência, temos resistido e temos crescido, o balanço é positivo”.

“A nossa equipa não está fechada, vamos fazendo atualizações, ainda estamos em crescimento, neste momento temos 15 pessoas a trabalhar de forma mais permanente, mas voluntária”, explica.

O que faz uma Câmara de Comércio?

“Queria deixar uma nota sobre a nossa Câmara de Comércio, queremos ser um modelo de inovação nas próprias Câmaras de Comércio”. Ter uma mentalidade “peer to peer”, ou seja, “de par para par”, de empresários para empresários, e por isso esta genética da inovação daquilo que é o nosso próprio papel, naquilo que é uma revolução digital e tecnológica, e até com novas gerações é muito importante, focados na agenda 2030 e no “doing business and doing good “ e da economia de impacto.

A diferença desta nova Câmara de Comércio, “se virem nos nossos sites na parte de áreas de negócio, verificam que temos uma secção que começam com “novos”, novas parcerias, horizontes, perspetivas, e novas pontes”.

Para mostrarem a vontade de fazer um pouco diferente, “com todo o respeito e todo o carinho que temos pelo modelo que existe, mas temos que ver que há Câmaras que são centenárias, e certamente o modelo existente de há cem anos, não é o mesmo modelo que vivemos agora, e que seguramente vivemos um tempo em que temos que ser ágeis, temos que ter visões, mas que permitam adaptações muito rápidas.”

“Este é o nosso propósito maior. Quando novos membros, os abordam, as tradicionais missões que sempre foram um dos trabalhos das Câmaras, os tradicionais eventos, em feiras, ou a desenvolvimento destes projetos, também fará parte das suas atividades, mas nós ainda somos muito jovens e desenvolvemos aqui um “tailor made” , um “à medida”, que é em um valor acrescentado.”

Estão muito abertos ainda à co-criação de projetos, inclusivamente estão já em concretização de alguns, “dou-lhe o exemplo dum projeto que está num consórcio europeu, que se refere às mulheres na economia azul, “Women in Blue Economy”. Potenciar a economia azul” é um dos seus objetivos, e por isso são parceiros deste consórcio internacional.

“Vamos atrair membros e projetos, também inovadores, ao mesmo tempo que fazemos o que as Câmaras de Comércio sempre fizeram: eventos de Network, missões empresariais, Consultoria, interna ou através dos nossos membros.”

Ouvir e entender as necessidades dos que nos procuram , aquilo que propõem, encontrar soluções para o que nos chega , é esse “o nosso trabalho”. “O que é que as empresas pretendem? O que é que os empresários pretendem? O que é que falha? Tentarmos ser essa ponte, dentro dos nossos recursos e possibilidades e estamos sempre prontos a aceitar os desafios” , acrescenta.

A Câmara foi também desenhada para incidir na Eurozona Portugal-Galiza, que foi criada pela Comissão Europeia, para o desenvolvimento do Norte de Portugal e Galiza enquanto Região.

“Sendo eu uma mulher do Norte trago em mim esta vontade natural de mostrar o meu Norte ao mundo. Sem tirar qualquer valor ao Sul, mas acreditamos que é uma área que está mais trabalhada, é uma área que facilmente as empresas nacionais e estrangeiras têm já canais mais forte, embora o trabalho tenha sido desenvolvido no Norte, seja muito de louvar, com destaque a municípios como o Porto, Matosinhos, Braga, mas com tanto para fazer . E sem esquecer as nossa ilhas, as nossas pérolas .”

O que se pode estar à espera?

Num futuro muito próximo querem também incrementar e fazer marketing e comunicação, mas neste momento ainda não têm capacidade para fazê-lo, pois gostariam de ter as pessoas irem ao seu encontro.

Este ano esperam já ter parcerias que lhes permitam fazer mais eventos, quer na Holanda, mas com mais empresas e empresários portugueses. Quer ao contrário, em Portugal, continental e ilhas.

Como referido estão alinhados com a Agenda 2030, desde o início, daquilo que é o mote da província do Sul da Holanda, em particular da cidade de Haia, que é fazer negócio e fazê-lo bem.

Um alinhamento com a Economia de impacto em que já desenvolvem um evento cá com uma Network, onde se enquadra, a FEUP, e que fizeram um evento que se chama “Economia de Impacto”. Este vai continuar a ser o foco norteador.

As mulheres na economia, são uma das outras prioridade

Gostavam muito de estimular o que são também as empreendedoras, as intraemprendedoras, aproveitando para referir que renovam este ano de uma campanha, que lançaram o ano passado, que se chama o “Poder em Rede”. Permitindo às empresárias, empreendedoras, intraemprendedoras e futuras empreendedoras, estar durante um ano na Câmara sem pagar a quota de membro.

“Por isso vamos continuar, a estar abertos a outros parceiros, já fazemos parte de alguns consórcios internacionais, como referi, e por isso será também ver o que foi semeado, e colher os frutos agora. Quanto mais apoio tivermos das entidades portuguesas e “deste magnifico país, que é Portugal, mais poderemos fazer e, naturalmente o apoio contrário. Sendo uma organização com sede na Holanda também faremos isso, mas a visão quer-se de reforçar os interesses portugueses na Europa, com este porto estratégico no coração da UE que é a Holanda. A Sede fica em Delft, uma cidade estudantil, que fica a 12 minutos de Roterdão.” Finaliza a Co-fundadora Marisa Monteiro Borsboom.

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