Em entrevista com o Vice-Presidente da Câmara da Murtosa, Januário Cunho, fez-nos um resumo da festa do Emigrante daquela cidade. Começou por dizer que é uma festa muito importante para o município. Segundo dados, “há tantos emigrantes a viver lá fora como os que cá estão”. A emigração tem um peso muito grande naquela localidade, e a festa é apenas um reconhecimento pelo que os emigrantes têm feito na Murtosa. A festa teve início do dia 3 de agosto e terminou ontem dia 6.
No início de cada mês de agosto promovemos na Murtosa a festa do emigrante, que congrega um conjunto de iniciativas de cariz cultural, histórico etnográfico, que dá as boas vindas aos nossos emigrantes, das comunidades emigradas de vários os países, dos Estados Unidos, da Venezuela, na Europa também, começa desta forma o Vice-Presidente da Câmara Municipal da Murtosa.
“Há um conjunto de destinos que é difícil haver emigração e não haver Murtoense”, e por isso “a festa do emigrante acaba por ser uma forma de homenagear os emigrantes”.
No período em que eles vêm de férias, e portanto o foco das celebrações do emigrante acontece no fim de semana, no contexto do Cais do bico, na Murtosa com um programa muito ligado à identidade, e à alegria, o ponto alto é a regata dos barcos moliceiros, e também a regata de Bateiras à Vela, muito ligada a esta identidade. “Temos Arraial, mas também temos, antecedendo o fim de semana, que normalmente é o primeiro fim de semana de agosto, um conjunto de iniciativas.”
E começaram no dia 3 de agosto, com uma apresentação musical e de dança que juntou o “Rancho Folclórico os Camponeses da Beira Ria”, que é um “dos nossos Ranchos Folclóricos,” que recebeu da Polónia o “Grupo de Folclore Polaco Zespól Tanca Ludowego de “Gniezno””.
Quem abriu as festas , foi o Grupo Português e o Polaco, foi na “Oficina de Dança e Artes Criativas”, e foi a forma de marcar este intercâmbio internacional.
“Consideramos” que adequava à iniciativa da festa do emigrante. Depois, no dia 4, num outro local, tivemos a apresentação de um livro que se intitula “À procura do Azul das Coisas”, de Francisco Rito. Porquê Francisco Rito? Porque é um dos nossos autores mais importantes, mais relevantes da atualidade, e é um homem que teve um percurso pessoal e profissional, na Diáspora, nomeadamente nos Estados Unidos, e é um poeta, um escritor, e faz sentido que a sua última obra seja lançada na Murtosa.
A sessão, inserida na programação da Festa do Emigrante, foi conduzida pela dupla de jovens Beatriz Rodrigues e Emanuel Santas e contou com as intervenções do Presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Joaquim Baptista, de Paulo Amorim, que apresentou a obra e do próprio autor.
Neste contexto do emigrante, depois no fim de semana e começando pelo sábado, as atenções centram-se no Cais do Bico, no sábado com tasquinhas na zona do Cais, e tiveram às 16 horas as Regatas Bateiras à Vela, e depois continuaram a animação, com as tasquinhas, e tiveram o “40º Festival de Folclore da Beira-Ria.”
Depois no Domingo, houve um momento já tradicional da festa do emigrante, às 9h30 na Igreja Paroquial do Bunheiro, Missa de Ação de Graças na Igreja Paroquial da festa do Emigrante. Depois, no Cais do Bico, outra vez, a partir das 10 da manhã houve animação, tasquinhas, feira franca, que foi o grande foco da festa do emigrante, acontecer naquele contexto, às 15 horas tiveram o Arraial Popular, com uma banda, e às 16 horas a regata dos Barcos Moliceiros, que “foi o ponto alto das festividades”.
Porque a Murtosa, “sendo o coração da Ria e patria do moliceiro, as regatas dos barcos Moliceiros, tradicionais são grandes momentos de festa e de exaltação de identidade e de cultura. E assim de uma forma muito simples, é o nosso programa da festa do emigrante deste ano.”
Quantos emigrantes estão lá fora
No princípio dos anos 2000, os fluxos migratórios também mudaram, mas nós temos uma realidade muito curiosa, só no Estado de Nova Jersia (New Jersey), em Newark, existiam tantos nascidos na Murtosa a viverem lá, como aqueles que viviam cá, isto significa que, garantidamente, e a Murtosa tem cerca de 10 500 habitantes, seguramente, “nós temos mais emigrantes nascidos na Murtosa a viver fora da murtosa, do que aqueles que vivem cá”. O que é que isto significa, se todos os emigrantes retornassem, à Murtosa de uma só vez, a população duplicava, ou mais do que duplicava. Estes dados reportam aos anos 2000, e diz muito do que é o peso da emigração, nos dias de hoje. Salienta Januário Cunha, Vice-Presidente da Câmara.
Bico recebeu a regata de Bateiras à Vela
Integrada na programação da Festa do Emigrante 2023, o Cais do Bico, na Murtosa, recebeu, no passado sábado, dia 5 de agosto, a tradicional Regata de Bateiras à Vela.
As classificações foram as seguintes:
CLASSE A (até 7 metros)
1º – JORGE VIEIRA (RITO)
2º – DINIS MIRANDA
3º – JOSÉ PEDRO MIRANDA
4º – JOSÉ REBELO LOPES
5º – NELSON BASTOS
CLASSE B (mais de 7 metros e até 9 metros)
1º – MARCO SILVA
2º – RUI OLIVEIRA
3º – FERNANDO CUNHA
4º – LEONARDO VIEIRA
5º – TIAGO CUNHA
CLASSE C (mais de 9 metros)
1º – ARMÉNIO PEREIRA