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Segunda-feira - 9 Dezembro 2024

Negociações entre Governo e STCDE (Sindicato dos trabalhadores consulares…) faz suspender greve entre os dias 3 e 24 de abril

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A greve do STCDE que tinha inicio para hoje devido à falta de resposta do Governo, foi desconvocada. O STCDE emitiu uma nota de imprensa no dia 31 de março a informar os órgãos de comunicação social. Em entrevista ao Jornal Comunidades no final do mês de março, a Secretária-Geral Rosa Ribeiro, avançou que “tudo se encontrava na mesma”. As paralisações estavam marcadas para os dias 3, 4, 5, 6, 10, 11, 12, 13, 17, 18, 19, 20 e 24 de abril de 2023 nos postos consulares, missões diplomáticas e centros culturais do Camões no estrangeiro.

Agora o governo veio dar uma abertura às negociações que os postos consulares e missões diplomáticas tinham em cima, nomeadamente os salários, os câmbios e a falta de atenção por parte do Estado nesta matéria. E, conversa com o Jornal Comunidades foram avançadas reivindicações por parte do STCDE, com a seguintes reivindicações: “há salários a rondar os 143 euros”!, como é o caso do Cazaquistão, mas estes salários encontram-se noutros países, nomeadamente nos países africanos onde a taxa salarial ronda os cento e tal euros, como refere a Secretária-Geral dos STCDE. “Estamos a ser esquecidos, temos que sensibilizar a população em geral”.

Não há aumentos salariais há mais de dez anos. Temos de nos sentar à mesa e negociar, mas o Governo mostra-se intransigente e não nos dá resposta, não dá sinal, “é como se fossemos invisíveis”.

Há países com inflações gigantescas “e não se pode pagar um funcionário, que é do Estado, e representa Portugal”, com um “salário base igual a um trabalhador daquele país. É intolerável”.

Os postos consulares estão a trabalhar com metade do pessoal.

As pessoas dirigem-se aos consulados e embaixadas e têm de fazer marcação pelo telefone, que por vezes leva semanas e meses a serem atendidos.

Londres é um caso paradigmático, e tem imensas queixas porque é difícil viver com 1700 euros naquela cidade. Fazer um paralelismo entre Londres e Lisboa “não é aceitável”. O salário mínimo em Portugal é de 760 euros, que nas grandes cidades mal dá para pagar a renda “quanto mais em Londres obterem o salário de 1700 euros, com um custo de vida muito elevado. Não dá”.

As pessoas até acabam por candidatar-se aos lugares, mas quando se apercebem da realidade despedem-se.

E é complicado porque os movimentos migratórios estão cada vez mais acelerados, e exigem muita atenção e acompanhamento nos países, a pressão é enorme e não há estabilidade nestes setores.

As negociações até tinham começado bem, mas quando “começamos a apresentar propostas”, como por exemplo o caso da Etiópia, o Governo propôs um “salário de 199 euros!” Ninguém vai trabalhar por esse valor. Afirma indignada Rosa Ribeiro.

O caso do Cazaquistão, o Ministério inicialmente pagava 900 euros e agora pretende pagar 143,60 agora, com quatro trabalhadores ao todo. Estes trabalhadores deveriam receber, pelo menos o salário mínimo de 760 euros.

Mas há casos muito graves, por exemplo:

Na República Democrática do Congo, a proposta do Ministério é de 430,08, e a nossa proposta é de 588.94. A Rússia a proposta do Ministério é de 910.00 euros, e a nossa é de 1622.00 euros. Em São Tomé o salário proposto foi de 195.00 euros. Em Timor-Leste o Ministério propôs 348.17 e nós propusemos 482.28. Em Angola querem pagar 779.00, e nos Estados Unidos da América querem pagar 2400.00 euros e o sindicato propõe 2.971.00 euros.

Desde 31 de janeiro que as propostas estão bem fundamentadas, “e não percebemos porque não há respostas”. As negociações cambiais são outro dos temas a preocupar o sindicato, exemplo no caso dos Estados Unidos vêm com uma redução cambial de 20%.

O caso do Camões, sem aumento salarial desde 2009, e não têm tabelas salariais, e o Ministério continua a empurrar.

Temos trabalhadores que chegam à reforma aos 70 anos e não têm um cêntimo de reforma, o trabalhador fica sem resposta e sem nada!

As reivindicações/indignações são muitas por parte do sindicato e dos trabalhadores.

O Governo refletiu, recuando assim a sua posição e retomando à mesa das negociações.

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