CCDR-NORTE I.P. caracteriza as empresas do setor exportador do Norte. De acordo com a informação mais recente, relativa à estrutura empresarial, o número de empresas exportadoras do Norte foi de 11 484 em 2021, correspondendo a 5,9% do total da Região. Estas empresas tinham uma importância considerável no aparelho produtivo, representando 29,7% do emprego e 36,3% do volume de negócios.
O setor exportador era composto por 203 grandes empresas e por 11 065 PME (inclui microempresas). “As grandes empresas exportaram 13 mil milhões de euros em bens e serviços, o que representou 47,7% do total do Norte. As PME foram, no entanto, as principais dinamizadoras do mercado de trabalho do setor exportador, com 226 498 empregos a seu cargo, equivalente a 68,7% do total.” Como refere o relatório.
Segundo o Norte Estrutura, também assinala que as indústrias transformadoras se destacaram em vários indicadores. Esta atividade económica concentrava 70,5% das exportações e 66,7% do emprego do setor exportador do Norte, totalizando o maior número de grandes empresas (158) e de PME (3 649). No entanto, a internacionalização da economia também se observa noutras atividades económicas: as exportações do comércio representam 11,0% do total do Norte, seguindo-se a construção com 6,1%.
O contributo da dimensão empresarial para as exportações é diferente consoante o ramo das indústrias transformadoras. As exportações das grandes empresas tinham uma maior importância relativa na Fabricação de veículos automóveis, reboques, semi-reboques e componentes para veículos automóveis, representando 87,6% do total do ramo, seguindo-se a Fabricação de produtos farmacêuticos e de preparações farmacêuticas (86,9%) e Fabricação de artigos de borracha e de matérias plásticas (83,2%). Nestas indústrias, e noutras com elevada concentração de mercado identificadas na publicação, a inovação, o I&D e a escala produtiva são importantes fatores de competitividade.
Com menores níveis de concentração de mercado, as exportações das grandes empresas tinham uma importância relativa inferior nas Indústrias do vestuário (17,4%), na Indústria do couro e dos produtos do couro (25,9%) e na Fabricação de mobiliário e de colchões (33,1%). Nestes ramos, as barreiras à entrada de novas empresas no setor exportador são de menor dimensão, o que permite a maior preponderância das PME.
O Norte Estrutura também identifica os municípios nos quais o setor exportador tem um maior peso relativo na economia local. Regra geral, as economias mais abertas ao exterior localizam-se em municípios de média dimensão fora dos territórios de baixa densidade, onde o setor industrial é predominante. Em destaque, no TOP 3, o setor exportador representava 87,2% do volume de negócios das empresas de Vila Nova de Cerveira, seguindo-se Oliveira de Azeméis (68,0%) e São João da Madeira (67,5%).
Para António Cunha, Presidente da CCDR-NORTE, I.P., “avaliar os microdados dos resultados económicos, no setor exportador, com este grau de detalhe, e compará-los com as tendências de crescimento e de desenvolvimento da indústria e da inovação no Norte, permite-nos diagnosticar oportunidades no setor”. O Presidente reforça que “isto torna-se especialmente relevante quando, simultaneamente, confirmamos que o Norte é a região industrial e exportadora do País, e que esta é uma tendência ascendente, e definimos como desafio primário do desenvolvimento regional fazer com que os produtos industriais subam na cadeia de valor, de forma que as nossas empresas possam aumentar os seus níveis salariais e melhorar a qualidade de vida de todos os Nortenhos”.