EXCLUSIVO
O Engenheiro Luís Guerreiro, do IAPMEI, traçou-nos de uma forma retilínea quais são os objetivos do IAPMEI nas Pequenas e Médias Empresas. Um dos objetivos tem a ver com parceiros comerciais, fortalecendo, assim, o tecido empresarial português. As novas tecnologias e os setores ligados à inovação são um dos setores a ter em conta.
O IAPMEI acompanha as PME nacionais há 48 anos e assumiu sempre uma relação de parceria com o tecido empresarial nacional. É uma história partilhada/comum, de quase meio século, que envolve informação, assistência técnica, promoção da inovação, gestão de apoios financeiros aos projetos de investimento das empresas, capacitação dos seus recursos humanos e facilitação do acesso ao financiamento.

“É nossa missão ser um parceiro estratégico para a inovação e crescimento das empresas, empresários e empreendedores. Desenvolvemos este trabalho alicerçados numa rede de parcerias, que nos permite trabalhar junto das empresas na área da inovação e do empreendedorismo, com os centros tecnológicos e incubadoras; na capacitação das empresas, com universidades, politécnicos e escolas tecnológicas, por exemplo. A nossa missão assenta também numa estratégia de proximidade, que conta com presença em 12 localizações do país, através dos Centros de Atendimento Empresarial, em articulação com a Rede de Espaços Empresa e também com uma rede de parceiros que, a nível nacional, nos permite chegar junto das empresas de forma eficaz e com um melhor conhecimento do que é efetivamente a realidade da atividade empresarial.
Trabalham com empresas estrangeiras?
O Engenheiro Luís Guerreiro, disse-nos que “a nossa atividade centra-se no apoio e assistência às PME nacionais, entendidas como as que estão formalmente constituídas e têm sede em Portugal. Independentemente da origem /nacionalidade do empresário, quando uma empresa se constitui em Portugal, é portuguesa.”
A quem se destina
Qualquer empresário que pretenda investir em Portugal, criando uma empresa, tem acesso a todos os apoios, informativos, financeiros ou outros, disponibilizados pelo Estado português.
Esses apoios encontram-se categorizados em função de objetivos bem definidos e são coordenados por diferentes entidades, em função desses mesmos objetivos.
A título de exemplo, se o projeto de investimento prevê a criação de uma empresa numa determinada região, há programas regionais específicos de apoio que poderão enquadrar esse investimento. Se prevê atividades de inovação e investigação, há sistemas de incentivo específicos que poderão apoiar esse investimento. Para além de sistemas de incentivo estão disponíveis linhas de crédito, protocoladas com a banca que poderão também financiar projetos de investimento. O enquadramento dependerá sempre das caraterísticas e objetivos do investimento, do montante a investir, do setor de atividade e da região de localização desse investimento, entre outros fatores.
“Podemos sempre aconselhar” um contacto inicial com o nosso serviço de atendimento, seja por via dos nossos Centros de Atendimento Empresarial, seja por via da nossa Linha Azul ou por consulta atenta ao nosso site, ao Portal do Financiamento e ao Balcão dos Fundos, onde é possível consultar toda a informação.
“Mas é necessário salientar que os apoios públicos disponíveis neste momento estão direcionados para apoiar a inovação, a transição energética, a transição digital, a descarbonização e a economia circular.” Aconselha o Engenheiro Luís Guerreiro.
O tecido empresarial português atualmente
Mesmo perante a volatilidade e incerteza dos mercados, a inflação e as dificuldades de acesso ao crédito, as recentes disrupções nas cadeias de abastecimentos, o aumento dos custos energéticos e as dificuldades no que respeita à contratação de recursos humanos, as nossas empresas têm demonstrado enorme resiliência e solidez, e têm ganho mercado, claramente pela fiabilidade e estabilidade de que é sinónimo o mercado português. São estas as características do nosso tecido empresarial, que devemos promover e cultivar e são já parte integrante de uma ‘marca nacional’ que pode e deve ser usada para a afirmação das empresas portuguesas nos mercados externos.
Setores em que há mais potencialidades em investir em Portugal
“Não compete ao IAPMEI, ou a qualquer outra instituição pública, indicar ou identificar setores com potencial de investimento. Esse é o papel do mercado, alimentado pela criatividade e pelas necessidades ou exigências dos consumidores, das empresas e da sociedade em geral.”
O que “podemos perspetivar é que, considerando a necessidade de incluir no atual modelo económico os riscos e as oportunidades ambientais associados às alterações climáticas, à gestão eficiente dos recursos, à escassez de matérias-primas, à biodiversidade, entre outros, necessitamos de forte investimento em inovação aplicada a estes domínios. Aconselha o Engenheiro. No fundo, há uma enorme transformação em curso, que atinge todos os setores: “devemos mudar os nossos padrões de consumo de recursos, a forma como nos deslocamos, a forma como nos alimentamos,” etc.. Essa transformação, necessária e premente, exige novos materiais, novos produtos, novos serviço, novos processos, novos modelos de negócio … e cremos ser aí que se encontram muitas e novas oportunidades de investimento.
