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Quarta-feira - 22 Janeiro 2025

OMS propõe estratégia para identificar patógenos causadores de pandemias

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Unicef/Evgeniy Maloletka – Hospital na Ucrânia durante a pandemia de Covid-19


Em parceria com a Cepi, agência da ONU faz apelo a governos para que invistam em preparação para uma eventual nova crise global; relatório abrangendo mais de 1652 patógenos pretende identificar padrões de transmissão, virulência e disponibilidade de ferramentas médicas.

A Coalizão para Inovação de Preparação para Epidemias, Cepi, e a Organização Mundial da Saúde, OMS, fizeram um apelo nesta quinta-feira, dia 1 de agosto, para que pesquisadores e governos acelerem a preparação para uma futura pandemia.

As entidades enfatizaram a importância de duas linhas de pesquisa. A primeira é aumentar a investigação sobre famílias inteiras de agentes patogénicos que podem infetar seres humanos, independentemente do risco pandémico percebido. A segunda é concentrar nos agentes patogénicos individuais.

Análise do potencial de risco

Na Cúpula Global de Preparação para Pandemias de 2024, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, a OMS pediu uma abordagem mais ampla por parte de investigadores e países.

Na ocasião, foi divulgado o relatório “Priorização de patogénicos: uma estrutura científica de pesquisa de preparação para epidemias e pandemias”.

Este documento descreve as conclusões de um processo global de priorização de patógenos envolvendo mais de 200 cientistas de mais de 50 países. Os especialistas avaliaram evidências relacionadas a 28 famílias virais e um grupo central de bactérias, abrangendo 1.652 patógenos.

A três evidências consideradas para avaliar o potencial de um patógeno causar uma emergência nacional ou uma pandemia são os padrões de transmissão, a virulência e a disponibilidade de ferramentas médicas para lidar com a doença.

Unicef/Hugo Coutinho – Uma criança, usando máscara, frequenta aulas na zona rural do Brasil (arquivo)
Regiões ainda pouco estudadas

O documento destaca a importância de aumentar investigações em muitas regiões do mundo, particularmente locais com escassez de recursos e elevada biodiversidade, que ainda são pouco monitorizados e estudados.

Estes locais podem abrigar novos agentes patogénicos, mas carecem de capacidades para realizar pesquisas amplas. A pesquisa afirma ainda que a mudança climática pode alterar os padrões de transmissão.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, ressaltou que a história ensina que “a próxima pandemia é uma questão de quando, não de se”. Ele destacou a a importância da ciência e da “determinação política” para atenuar os impactos.

Tedros disse ainda que avançar o conhecimento sobre “os muitos agentes patogénicos que nos rodeiam” é um projeto global que requer a participação de cientistas de todos os países.

O objetivo do chamado à ação da OMS e da Cepi é criar conhecimentos, ferramentas e contra medidas amplamente aplicáveis ​​que possam ser rapidamente adaptadas às ameaças emergentes.

Pesquisa colaborativa

Esta estratégia também visa acelerar a vigilância e a investigação para compreender como os agentes patogénicos são transmitidos e infetam os seres humanos e como o sistema imune reage.

A Cepi e a OMS também pediram por estudos colaborativos e coordenados a nível mundial. Para facilitar este processo, a OMS está a envolver instituições de pesquisa em todo o mundo num Consórcio Colaborativo de Investigação Aberta para cada família de agentes patogénicos.

Estes consórcios envolverão cientistas, financiadores, reguladores, peritos em ensaios clínicos e outros especialistas, com o objetivo de promover uma maior colaboração, especialmente em locais onde os agentes patogénicos são conhecidos ou têm grande probabilidade de circular.

O diretor da Cepi, Richard Hatchett, declarou que o novo modelo científico proposto pela OMS é uma “mudança vital” na forma como o mundo aborda o desenvolvimento de contra medidas de saúde.

Afirmou ainda que a estrutura apresentada na Cimeira Global de Preparação para Pandemias, no Rio de Janeiro, ajudará o mundo a responder rapidamente a “variantes imprevistas, patógenos emergentes, repercussões zoonóticas, e ameaças desconhecidas”.

Jornal Comunidades Lusófonas
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