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Quinta-feira - 23 Janeiro 2025

OMS registou 11 milhões de casos a mais de malária no ano passado

Destaques

OMS/Sven Torfinn – Mosquitos Anopheles no laboratório do instituto de pesquisa Kemri/CDC nos arredores de Kisumu, Quénia

África concentra 95% das mortes; muitos em situação de risco ainda não têm acesso a serviços para prevenir, detetar e tratar a doença; grupo de países com maior número de casos, incluindo Moçambique, assumiram compromisso de reforçar combate à enfermidade.

A Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgou na quarta-feira, o mais recente relatório mundial sobre a malária, indicando que a doença continua a ser uma grave ameaça à saúde global, especialmente no continente africano.

Foram 263 milhões de casos com 597 mil mortes no ano passado. Isso representa 11 milhões de casos a mais em relação a 2022. O número de mortes permaneceu estável.

Impactos desproporcionais em África

Aproximadamente 95% desses óbitos ocorreram na região africana da OMS, onde muitas pessoas em situação de risco ainda não têm acesso aos serviços para prevenir, detetar e tratar a doença. O continente regista 52,4 mortes por 100 mil habitantes, o dobro da meta global atual.

O diretor-geral da OMS, Tedros Ghebreyesus, afirmou que “ninguém deveria morrer de malária.” Apesar disso, a doença continua “prejudicar desproporcionalmente” os africanos especialmente crianças pequenas e grávidas.

O chefe da agência enfatizou que já existem ferramentas que podem salvar vidas e oferecer melhor proteção contra a doença, mas são necessários “mais investimentos e ações em países africanos com alta carga de malária para conter a ameaça”.

Unicef/Frank Dejongh – Os mosquiteiros continuam a ser uma ferramenta importante para proteger contra os mosquitos transmissores da malária
Compromissos de países de alta carga

Neste ano, o ministros da Saúde de 11 nações africanas, que representam dois terços da carga global de malária, assinaram uma declaração comprometendo-se a reduzir de forma sustentável e equitativa a incidência da doença.

Essas nações são Burkina Fasso, Camarões, República Democrática do Congo, Gana, Mali, Moçambique, Níger, Nigéria, Sudão, Tanzânia e Uganda.

O grupo comprometeu-se ainda a abordar as causas mais profundas, fortalecendo os sistemas de saúde nacionais, melhorando a coordenação e utilizando informações estratégicas de maneira eficaz.

Avanços consideráveis

A OMS destaca que cerca de 2,2 mil milhões de casos de malária e 12,7 milhões de mortes foram evitados desde o ano 2000.

Até novembro de 2024, 44 países e um território foram certificados pela OMS como livres da doença, e muitos outros estão a progredir constantemente em direção a essa meta.

Entre os 83 países onde a malária é endémica, 25 relatam menos de 10 casos anuais, um aumento significativo em relação a 2000, quando apenas quatro chegaram nesse patamar.

Unicef/US CDC/Daylin Paul – Em 25 de abril de 2022, uma fotografia detalhada de frascos da vacina contra a malária num armazém frigorífico do governo em Lilongwe, Malaui
Uso ampliado de ferramentas eficazes

Com o aumento do compromisso político, a ampliação do uso de ferramentas recomendadas pela OMS promete avanços adicionais em países endémicos. Até dezembro de 2024, 17 países já haviam introduzido vacinas contra a malária nos programas regulares de imunização infantil.

A expectativa é que a expansão contínua desses imunizantes em África salve dezenas de milhares de vidas por ano.

Novas redes mosquiteiras de última geração também estão a tornar-se amplamente disponíveis. Em 2023, essas redes representaram 78% das 195 milhões de unidades distribuídas em África Subsaariana.

No entanto, o relatório alerta que o financiamento global para o controle da malária continua insuficiente para reverter as tendências atuais, especialmente em países africanos com alta carga da doença.

Em 2023, o financiamento total alcançou cerca de US$ 4 mil milhões, muito aquém da meta de US$ 8,3 mil milhões estabelecida pela Estratégia Técnica Global. A falta de recursos levou a lacunas significativas na cobertura de redes tratadas com inseticidas, medicamentos e outras ferramentas essenciais para salvar vidas.

Jornal Comunidades Lusófonas
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