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Sábado - 14 Setembro 2024

DESTAQUE: ONU celebra Dia Mundial do Meio Ambiente com foco na restauração de terras

Destaques

© UNEP/Frank Machiya – A restauração de terras é um caminho fundamental para alcançar a segurança alimentar de pessoas vulneráveis que vivem na África.

Nações Unidas destacam urgência da restauração de ecossistemas para combater a desertificação e construir resiliência à seca; em mensagem para a data, secretário-geral alerta que até 40% das terras do planeta estão degradadas, afetando diretamente metade da população mundial.

As Nações Unidas celebram o Dia Mundial do Meio Ambiente hoje, 5 de junho com o tema “restauração de terras, desertificação e resiliência à seca”. De acordo com a Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação, até 40% das terras do planeta estão degradadas, afetando diretamente metade da população mundial.

O número e a duração das secas aumentaram em 29% desde 2000 e, sem uma ação urgente, as secas podem afetar mais de três quartos da população mundial até 2050.

© UNEP/Todd Brown – Uma mulher ajuda a restaurar terras degradadas no Equador.
Ameaças da degradação ambiental

A restauração de terras é um pilar fundamental da Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas, que vai até 2030, e um apelo para proteção e revitalização de ecossistemas em todo o mundo, fundamental para atingir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODS.

É por isso que o Dia Mundial do Meio Ambiente de 2024 se concentra na restauração da terra, na interrupção da desertificação e no desenvolvimento da resistência à seca.

Em mensagem para a data, o secretário-geral da ONU, António Guterres, afirma que um “coquetel tóxico de poluição, caos climático e dizimação da biodiversidade está a transformar terras saudáveis em desertos e ecossistemas prósperos em zonas mortas”.

Guterres alerta que florestas e pastagens estão a ser aniquiladas, resultando em menos força da terra para apoiar ecossistemas, agricultura e comunidades.

Ciclo mortal

Para o chefe da ONU, isso significa colheitas perdidas, fontes de água a desaparecer, economias enfraquecidas e comunidades ameaçadas – com os mais pobres sendo os mais atingidos.

Guterres afirma que “estamos presos em um ciclo mortal”, em que o uso da terra é responsável por 11% das emissões de dióxido de carbono que aquecem nosso planeta.

Ele apela para que todos os países cumpram com seus compromissos para restaurar ecossistemas e terras degradadas, além do Quadro Global de Biodiversidade de Kunming-Montreal.

Pnuma/Natalia Mroz – Dois rappers se apresentam durante o dia na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA-6) em Nairóbi, Quênia, em 28 de fevereiro de 2024.
Investimento

O secretário-geral recomenda que as nações usem os seus planos nacionais de ação climática para definir como vão deter e reverte o desmatamento até 2030.

Sugere que o financiamento deve aumentar drasticamente para apoiar os países em desenvolvimento a se adaptarem a condições climáticas violentas, protegerem a natureza e apoiarem o desenvolvimento sustentável.

Guterres conclui apontando que “a inação custa caro demais”. Segundo ele, cada dólar investido na restauração de ecossistemas gera até US$ 30 em benefícios económicos.

Movimento global

Neste Dia Mundial do Meio Ambiente, a diretora executiva do Programa da ONU para o Meio Ambiente, Inger Andersen, convoca todos a juntarem-se ao movimento global para restaurar nossas terras, construir resiliência à seca e combater a desertificação.

Aponta que a degradação do solo e a desertificação afetam mais de 3 bilhões de pessoas e os ecossistemas de água doce, dificultando o cultivo de alimentos e a criação de gado. Essa situação afeta desproporcionalmente pequenos agricultores e a população rural pobre.

Segundo Inger Andersen, a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas está a apoiar compromissos para restaurar mil milhões de hectares de terra, uma área maior que a China.

No ano passado, seis países comprometeram-se a restaurar 300 mil quilómetros de rios e 350 milhões de hectares de zonas húmidas. Na 6ª Assembleia Mundial do Meio Ambiente da ONU, em fevereiro, as nações concordaram em fortalecer a gestão sustentável da terra.

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