Foi assinado um memorando, entre Portugal e a Coreia do Sul, para a formação de parcerias em países terceiros, com o objetivo de promoção de estratégias de desenvolvimento sustentável, e um acordo com vista à difusão e ensino da língua portuguesa. Cada país vendeu o seu “peixe” da melhor forma, e não faltaram assuntos a tratar, desde finanças, educação, cultura, segurança, democracia, direito internacional, entre outros.
O acordo foi assinado na presença do Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, e do seu homólogo sul-coreano, Han Duck-soo.
No que diz respeito ao Governo português, os acordos foram assinados pelo secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Francisco André.
A difusão da língua de Camões vem através de um memorando de entendimento entre o Instituto Camões e o Instituto da Cooperação e da Língua e a Agência de Cooperação Internacional Coreana (KOICA, na sigla em inglês) – sobre cooperação triangular em países terceiros – que prevê o estabelecimento dos «princípios e das orientações a partir das quais se possam criar linhas de trabalho para uma resposta eficaz aos desafios do desenvolvimento».
Os dois países propõem-se, com este acordo, desenvolver uma estratégia coordenada «dos respetivos recursos financeiros, técnicos e humanos, promovendo o desenvolvimento económico, social e ambiental dos países parceiros e contribuindo para o alcance dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável» das Nações Unidas. As áreas de cooperação tem a ver com áreas como a educação, a saúde e a digitalização, como avança a lusa.
Também foi assinado um protocolo entre o Instituto Camões e a Universidade Hankuk de Estudos Estrangeiros, situada em Seul, para a colocação de um Leitor de Língua e Cultura Portuguesa.
Valores fortes da democracia
Em declaração à comunicação social, os primeiros-ministros de Portugal e da Coreia do Sul disseram que os dois governos partilham valores comuns, e uma ordem mundial baseada na democracia, no Estado de Direito e na livre iniciativa económica.
António Costa destacou o facto de Portugal e a Coreia do Sul terem uma boa «tradição de boas relações» diplomáticas e políticas», e partilharem «uma visão comum e valores comuns» no que respeita à ordem política internacional.
«Somos a porta de entrada para mercados de 500 milhões de pessoas» disse, numa menção à União Europeia e aos países de língua portuguesa, destacando ainda o facto de Portugal ser «campeão na transição energética e o único país com conexões por cabo de fibra ótica com todos os continentes».
Han Duck-soo, por sua vez, referiu as «boas relações entre os dois países» e que, com esta visita do Primeiro-ministro português, as relações serão reforçadas no futuro, em áreas como: economia; cultura e no comércio.
«A sua visita será um ponto de viragem em relação aos principais indicadores da cooperação bilateral», acrescentou o Primeiro-Ministro Coreano.
O Primeiro-Ministro de Portugal destacou ser «o sexto país mais seguro do mundo e o 15.º de 214 em estabilidade política e coesão social» e possuir «uma importante tradição industrial e um tecido
empresarial flexível e fiável», sendo ainda conhecido «pela sua abertura ao investimento estrangeiro e ao comércio externo».
Energias renováveis
António Costa relembrou que Portugal, de acordo com a Comissão Europeia, é o mais «preparado para cumprir as metas intermédias da União Europeia em 2030 em matéria de neutralidade climática».
«O peso significativo das energias renováveis no nosso cabaz energético permitiu-nos manter o preço da eletricidade praticamente inalterado face à atual crise energética», disse, acrescentando que «os conhecimentos e a experiência de sul-coreanos e portugueses podem complementar-se e reforçar-se mutuamente».
«Unindo esforços, estou certo de que seremos capazes não só de aumentar as oportunidades de benefício económico mútuo, mas também de criar um futuro melhor para os cidadãos coreanos e portugueses», referiu.